O Arpoador - '02'
Indo em direção ao mar, com a certeira afiada, na calma, na pedra certa.
Na última conversa antes do ultimo abraço, lembrando da dica antiga feita pela Graciosa em versos e prosas ainda menina sob a direção de onde vinha o frio, que era o sopro de uma menina pequena da lenda que vinha da pontinha da pedra gigante, onde o frio é constante morada das baleias gigantes as quais ela e a Sombra protegiam...
Um habilidoso caçador, conhecedor dessa dica, sobre o caminho desenhado pelas estrelas no céu, mais ao Sul velejando e se deliciando no movimento lento, nas cenas se criando, no amanhecer um lindo sol, ao anoitecer várias formas da Lua entre as belezas da natureza um peixe, umas delicias do mar, frutas nativas, uma forma mais primitiva de se alimentar...
Ao velejar nas cenas a se criar, ele com uma faquinha e um toquinho as reproduzia num tempo que as habilidades eram o que valia. Ele tinha mais uma que aprendeu em criança pescando nas corredeiras de água pura que nascia lá na montanha num pé de Flor...
A viagem seguia e ele no alto do mastro curtindo a brisa, sente aquele sensação de frio, um arrepio. Olhando mais ao Sul, atento vê uma Sombra em um movimento lento, sentiu o medo, lembrou-se da lenda da menina pequena e do protetor das geleiras que afundavam apenas os Baleeiros. Passou o medo e veio o desejo do aventureiro e mais ao Sul foi....
Ao chegar na grande ilha, o Arpoador soltou os cachorros e foi para caçada dizendo: -Tem muito javali aqui, faremos o fogo, fritaremos toda a caça e manteremos conservada. Vamos mais longe, pois com essa caçada vamos até a ponta das geleiras.
Aí virou aquela festa, todos no Baleeiro eram irmãos, desses que crescem juntos, brincam, brigam e fazem farras juntos, até mesmo morrem juntos, pois nesse tempo as coisas podiam ficarem feias. Um protegia o outro, era um mundo mais bruto, mas eles eram aventureiros. Resolviam tudo ali mesmo...
Ao voltarem para o mar com suas roupas de pele de urso, trazida por um mercador vindo lá de cima no extremo norte, onde a lenda era do Híbrido.
Todos de armas nas mãos, uma equipe astuta, se conheciam no olhar. Muitas experiências, em diversas aventuras. A espreita, no desejo que venha o protetor das geleiras, beberam um barril de vinho rindo e acabaram dormindo..
Todos de armas nas mãos, uma equipe astuta, se conheciam no olhar. Muitas experiências, em diversas aventuras. A espreita, no desejo que venha o protetor das geleiras, beberam um barril de vinho rindo e acabaram dormindo..
E o Arpoador ligeiro, viu a Sombra como da lenda da pequena menina. Pensou no desafio, pois na lenda contada pela Graciosa, que quando havia um desafio a fera no duelo trocava várias por uma vida. Pensou nos amigos, famílias, na carta no bolso que trazia ao longo da vida falando do amor que tinha pela Graciosa, que escolheu uma vida de cura. E ele o segredo de um amor puro, não vivido. Mas até o ultimo segundo um desejo... Com um grito, com tom resolvido faz o desafio. Com o vento frio vem o som do assovio que emerge a Sombra na forma de um Polvo no Baleeiro e seus irmãos assustados, olhando a cena.
O Arpoador se lembra do último abraço da Graciosa. Sai com a certeira na mão, a vontade no coração, sai correndo no barco em direção ao Polvo e em um pega, não pega o Arpoador da um pulo suicida, virando o homicida, enfiando a certeira, matando o coração do protetor da geleira. Morrendo a "menina pequena" condenando ás baleias, afunda sem viver a maior aventura do homem na terra... O amor!!!
- Por Rodrigo 'cC' -
26/06/2017