Mostrando postagens com marcador O Filho do Silva. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador O Filho do Silva. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 6 de março de 2020

Conto: O Filho do Silva - Parte 01

O Filho do Silva - Parte I
(Por Rodrigo 'cC')

Paraná...
Sete dias antes do assassinato de meu pai, ele havia pegado sua maior obra. Ele estava construindo o supermercado da vila, ganhando um bom dinheiro. Eu de kichute que era só alegria, uniforme novo. Ele comprou uma geladeira que não tínhamos, a casa era humilde, mas não faltava alegria e música. Meu pai tinha um toca fitas, ele gravava suas músicas do rádio -- play, rec, solta o pause e era um sorriso de rosto inteiro.  Minha mãe no fogão cantando junto ao rádio essa musica.
Musica: Think about the way - Ice Mc
O cheiro do sagrado alimento, minha pequena arteira irmã que adorava dançar os passinhos lado a lado, no pai, na mãe.
Naquela semana eu saia da escola e ia direto à obra com o meu pai, ele nunca havia trabalhado perto de casa e ir ao trabalho dele era um sonho, pois eu ficava só a imaginar, quando nas conversas a mesa ele falava de seu dia pra mãe e a mãe contava o dela e eu e minha irmã fazíamos o mesmo. 
Eu me sentia protegido perto do pai e sempre após o jantar brincava, assistia o jornal qual era o momento onde o pai não falava nada e nem gostava que falasse, depois vinha a novela, ai quem não queria que falasse era a mãe.

 Na obra queria ver o pai trabalhar, ele estava fazendo a fundação e me ensinou esquadro, tudo sobre a mistura da massa, tudo que ele fazia falava: - Ó Filho, é assim! Eu ali comendo marmita, tudo muito legal. Eu sentava num tijolo, o pai trabalhando, eu fazendo a lição da escola, pois meu pai nessa semana contou que onde ele morava quando criança, nem escola havia. Com dez anos estava na colheita de algodão e teve uma chance de vir a capital na casa de um primo e já arrumou emprego de servente de pedreiro com seu primo. Então um somou com o outro compartilhando as contas e assim deu para ficar na capital. No primeiro baile, se apaixonou pela musica e pela minha mãe, os olhos dele brilhavam.
Eu estudava e prestava atenção na professora, pois meu pai e mãe não sabiam me ajudar nas lições de casa.  Eu não podia perder uma palavra sequer e se tinha alguma dúvida, pedia ajuda para professora.
Certo dia eu me senti mal, mas eu não sabia que meus pais eram analfabetos, então pedi ajuda na lição ao meu pai e pela primeira vez vi uma lágrima nos olhos dele, aí quis estudar mais e mais, pois um dia eu vou ensinar para ele.

Naquela semana em especial não tinha o silêncio do jornal do pai, nem da novela da mãe, pois estava meu pai e os amigos da dança ensaiando. Iria ter um concurso de passinhos e toca essa música e alegria naqueles sorrisos. Uns cantavam junto ao toca fitas.
Musica: Rap do Solitário - Mc Marcinho 
Uma das Moças perguntou para minha mãe se ela não tinha ciúmes. Minha mãe respondeu: - Não. Eu tenho é Amor e onde tem Amor não tem dor, não tem traição.
Meu pai do grupo era o único casado, o resto era largado no mundo, mas entre o pai e a mãe não tinha desperdício de vida, eles namoravam e brincavam, aceitavam a vida como ela é. Eu nunca vi meu pai erguer a voz ou a mãe. Nunca vi eles brigarem e sim entrar no quarto e conversar e quando um estava errado nem teimava. Eles nos ensinaram a aceitar o erro, pois quem não admite o erro discute ele e discussão é feio, deixa nervoso à toa, se machuca. O Pai disse que tem que respeitar a mulher que ama e se fazer respeitar, mas não com agressão, mas na moral construída, não nas palavras, mas na atitude, pois a atitude tem que correr lado a lado com a palavra, senão sou mentira. Meu Pai disse que quem mente brilha por pouco tempo e quem é verdade fica intacto ao longo do tempo.

Minha mãe era diarista, quase tudo que tínhamos em casa era doação e éramos gratos de bom coração. A Mãe dizia que a gratidão do obrigado sincero não há o que pague e era só acordar cedinho, entrar no quarto da mãe e ela estar agradecendo e pedindo proteção ao dia que vem vindo ao minuto depois.
Ela toda palhaça na mesa com seu café e cigarro acelerando eu e minha irmã pra ir pra aula. No rádio essa musica
Musica: Purple Rain - Prince
Meu Pai sai do banho vem e toma minha mãe em seus braços a beija, solta um bom dia Amor trás ela grudada a seu peito, deita a cabeça em seu ombro e juntos em silencio de olhos fechados se deliciam a música e ao amor. Meu Pai gosta de silêncio no jornal a mãe na novela, mas eu gostava do silêncio para ver minha família enquanto o pai e a mãe dançavam. Minha irmã dançando com o urso de pelúcia dela, eu deliciando meu café, pois hoje tinha leite, ficava mergulhando o pão no copo e comendo lentamente, preguiçoso, muito cedo.

Meu pai na alegria, hoje seria o dia do concurso de passinho.
Na volta da aula passei na obra meu pai bem maluco assentando tijolos, dançando e cantando. Parou pra almoçar e surpresa!! Eu nunca tinha comido X salada, meu Deus !! Que delícia!! Nem imaginava que era tão bom, só imaginava “-- Um dia vou ter dinheiro e comer --“ Foi muita alegria.
Na conversa de hoje o pai me explicava o valor do trabalho, a importância de ser um Homem correto, colher bons frutos, ser respeitado como uma pessoa de bem e foi dito e por mim gravado, pois nem mamadeira da minha irmã eu deixava meus pais fazer, nem arrumar cama nem lavar o meu copo e prato. Eu amo e quero ver bem, então os poupo de qualquer incomodo, nunca quero ver meu pai e minha mãe tristes comigo e assim cuido da minha Irmã para que nada a aconteça, pra não preocupar o pai e a mãe.
No meio da tarde fomos para casa hoje era um dia encantado, minha menor nota no semestre foi oitenta e cinco, ia ter churrasco caipira de groselha e menta.  Eles iam dar uma ensaiada, pois era véspera do concurso do baile e toca a musica que vão dançar.
Musica: The Silence - Enjoy  
Vi claramente quatro pessoas felizes lado a lado no passo, na sincronia, naquela pequena cozinha. Na porta o cachorro esperando o osso entre as pernas dos passos ensaiados, pequenas meninas passando com as bonecas nas mãos e na mão do piazinho um caminhão que ao som da sua voz fazia o ronco do motor, uma carteira de cigarros e um isqueiro de carga, pois seu caminhão era tombeira .
Em minha casa eu nunca tinha visto tanta fartura, meu pai em brilho de alegria toda hora namorando minha mãe com os olhos, risadas ecoavam e de fundo a música. Eu nunca havia dormido tão tarde, nem eu e minha irmã faltado a aula, nem meu pai e minha mãe ao serviço.
Acordamos os quatro largados na cama, uma preguiça, mas levantamos, nos ajudamos, arrumamos a bagunça, colocamos nossa melhor roupa e fomos pra cidade e pra minha surpresa meu pai havia visto o brilho nos meus olhos ao ver uma bicicleta passar. Ele me presenteou com uma Caloi Cross e minha irmã com uma Ceci. Fomos num restaurante almoçar e na mesa meu pai dizia que nossa vida iria mudar, pois havia pegado outra grande obra e que iria seguir esse caminho do bem que juntos construíram, onde não existe traição e ninguém subtrai e sim compartilha a vida, as dificuldades e alegrias.
Ele então deu um dinheiro pra mãe fazer o que quisesse. Saímos dali os quatro de mãos dadas, fomos ao fliperama o Atari já era incrível, mas ali era o paraíso. A mãe e a mana saíram fazer compras.
A tarde fizemos outro lanche, mas dessa vez eu já conhecia o gosto do X salada e agora vou experimenta outro X. O X bacon, tem tantos X que vai demorar um pouco, mas que vou experimentar todos!! Eu vou!!

Voltamos para casa. Que delícia andar de ônibus. Na hora que chegar à vila vou puxar a cordinha para o ônibus parar, vai ser muito legal!!! Assim fiz.
Chegando à vila a noite, todo mundo cumprimenta o pai, brinca com ele desde o padre ao bandido. Ao entrar em casa minha irmã diz: - Que calor!! Meu pai abre a geladeira nova e diz: Então se refresca, dois pote um pra cada.
Não precisávamos mais de bombril na ponta da antena da televisão, tínhamos antena externa. Meu pai foi tomar banho, a mãe tirou da sacola uma roupa a cara do Pai. Eu perguntei: - Mãe a senhora está ganhando mais? Ela disse: - Não. Esse foi o dinheiro que seu pai me deu pra comprar meu presente. Então comprei para ele, mas não conta nada.
Eu corro abraço ela e ela diz: - Amo seu pai, não sei viver um dia sem o ele.
Quando ele sai do banho vê a roupa, abre o sorriso, chega em minha mãe lhe dá um beijo e agradece. Se veste fica lindão para ir ao concurso de passinho, nos beija a testa, beija a mãe, se despede com o sorriso mais lindo que ele já deu e o eu te amo mais tocante e sai olhando para sua família feliz.
Música: Era só mais um Silva - Mc Marcinho 
- Mãe, mãeeeeee, mãeeeeeeeeee!!!
- Fala, fala o que aconteceu por favor que cara é essa? -Não me assusta meu filho.
- Mataram o pai mãe!!.
 ...

(👉Continua na parte 02)
 Para continuar lendo clique neste link:👇 👇
 https://pepperpimentinha.blogspot.com/2020/02/o-filho-do-silva-parte-ii.html


quinta-feira, 5 de março de 2020

Conto: O Filho do Silva - Parte 02

 Parte 02  - (Continuação)
-Por Rodrigo 'cC-

Minha mãe ajoelhada, sem reação, senão olhos parados e verter a triste água.
Sigo em direção a minha Irmã, a seguro no colo, pois chora triste com a mãe sem nem saber ainda o porquê. Vou me roubar o direito a lágrima e de minha Irmã e mãe vou cuidar, vou em direção á mãe e sinto seu desespero, antes mesmo do abraço minha mãe pega minha irmã no abraço qual me junto e são três corações partidos. Enxugo as lágrimas que escorrem ao rosto da mãe e digo que se acalme, pois estou aqui e as protegerei. Ela de sorriso no rosto solta um som de afago que dizia: -- Te Amo-- contenho a lágrima e o nó na garganta.

Chegam os amigos do meu pai, minha mãe de olhar perdido, nem querendo saber o que aconteceu, pois não queria aceitar, mas seu amor foi vítima da maldade solta, de nome preconceito que nas mãos carregam armas e no coração o ódio de que o mundo não é de seu jeito sem um espelho pra olhar a si mesmo, olha, julga e condena os outros.
Mesmo em lágrimas a mãe diz: - Meu amor morreu por ser ele mesmo.
Eu sem entender o preconceito não fui longe à verdade, pois o imaginei um monstro, uma obra do diabo no chão. De repente um bom coração entra em nosso lar. Era o patrão da vila tirando o desespero do coração da mãe que não sabia onde e como enterraria o pai.

Já no final da tarde adentra nossa casa pela última vez, meu pai em um caixão. Amigos familiares solidários, de poucas palavras, noite de muitos abraços e minha mãe em uma cadeira, de olhar sem vida a seu amor já sem vida. Minha irmã pequena coloca suas mãos a beira do caixão e tenta se erguer pra olhar, eu a tomo em meu colo, ela toca o rosto do pai e diz: - Ele está dormindo, temos que levar ele para cama.  Eu digo: - Não, minha irmã esse sono do pai é para sempre. Ela me olha e sorri e diz: - Ê pai dorminhoco. Pediu-me para dar o mamá e levá-la pra cama e assim faço. Já deitada me pede seu urso de pelúcia e fala:- Canta uma música para eu dormir? Então eu canto sua musica preferida.
Musica: Ursinho Pimpão (A turma do Balão Mágico) 
De olhos quase fechando, o sono dominando minha irmã, de sua boca sai um “eu te amo,” seguido de um sorriso de olhos fechados e de rosto inteiro. Ali não me contenho e solto a lágrima presa, fico a fazer carinho nos cachos de anjinho dela que dorme sem nem perceber o que seria aquele sono profundo do pai.

Volto para sala da casa, seguro a mão de minha mãe largada na cadeira com sua outra mão a acariciar o rosto do corpo morto de meu pai na forma da despedida do tocar,  mas na lembrança de quem amamos, não morre e por ser amor nessa rica relação onde a pobreza era só dinheiro, por muitas só arroz e feijão e quatro corações que transbordavam emoções e agora na realidade, o enterro, um desespero, um corpo se indo, sem saber o motivo, efeito do preconceito, mas no que eu mesmo me pergunto: --- E agora? Como será meu mundo sem meu guia? Não! Não! Não!! Eu não importa. Preciso cuidar da mãe e da irmã.

A noite vem o dia passa, a alegria não adentra mais a porta, elogiando minha mãe e dizendo: -Humm... que cheirosa essa comida. Pegando-a num gira baixo alto. Minha pequena irmã cantarolando algo, a pipa jogada em cima da geladeira, a bola num canto. -- Quem vai brincar comigo? –Não, não, não, eu não importa, preciso cuidar dos meus amores e assim faço.
Levanto-me brincando, vou ensinando minha irmã as cores em desenhos de flores de todas as cores, enganando a tristeza com um pouco de alegria.
Minha mãe no sofá, a casa uma bagunça. Eu faço a mamadeira da minha irmã a coloco dormir e vou limpando a casa, eu preciso ajudar minha mãe e assim faço.
Olho para ela olhando o rádio toca fitas, num pensar liga, aperta o play e toca essa musica.
Musica: No dia em que eu saí de casa – (Zezé di Camargo e Luciano) 
Eu sem saber o que fazer, apenas a me comover com a minha mãe que me viu sendo forte, me abraçou e em silencio ficou. Eu sentia no peito e ouvia o coração dela bater e o eco da alma que dizia: ---Fica com Deus amor, no final do meu ciclo aqui no chão, vou a você. Nunca tive outro homem e nem terei, pra ti no eterno vou permanecer---.

Os dias passam, vou entendendo o efeito do dinheiro e vejo que minha mãe precisa de ajuda. Falta tudo dentro de casa, minha irmã precisa do seu leite, andar bem vestida.
Sai em busca de trabalho, pois aprendeu com seu pai o valor do trabalho, mas é apenas uma criança e não consegue nada mesmo que Implore e assim faz. Implora a Deus e aos Homens trabalho e nada. Aprende sem seu pai o que é o desespero, sente o medo, mas não do maconheiro ou o velho do Saco e sim da fome, de não ter onde morar. Questiona o céu em gritos sem sair uma palavra da boca.  Injustiça! Injustiça! Injustiça! Nada mais quero que ajudar minha mãe no maldito dinheiro preciso pra vida. Como pode um mal tão grande estar na terra Deus? Ele tira a igualdade entre os homens, promove guerra, morte, diferença, ganância. Nascemos de igual pra igual, mas se temos ou não dinheiro, quem tem já esta longe da fome do sofrimento, da dor, mas quem não tem, conhece a fome, o frio, a dor. Como vou fazer?  Em desespero vai ao patrão da vila e diz que quer entrar no tráfico, que precisa ajudar sua mãe que não quer a fome, o frio e o medo. O patrão o olha, no Opala Diplomata toca essa musica.
Musica: Soldado do Morro - (MV Bill) 

--
👉(Continuação na parte 03)
Para continuar lendo clique neste link:👇
https://pepperpimentinha.blogspot.com/2020/02/o-filho-do-silva-parte-iii.html
---------------------------------------------------------------
Para ler o conto desde o início clique neste link:👇
 https://pepperpimentinha.blogspot.com/2020/02/o-filho-do-silva-conto-rodrigo-cc.html

 

Conto: O Filho do Silva - Parte 03

Parte 03 - (Continuação)
-Por Rodrigo 'cC'-

Diz o Patrão: - Piá do Silva admiro sua atitude. Sacrificar a alma a vida pela sua família, mas o  que sua mãe vai achar?? O que seu pai acharia??
Responde o Piá do Silva: - Antes me responde. O que é se prostituir?
Diz o patrão: - É vender o corpo por "grana" por algum motivo!!
Diz o Piá do Silva: - É isso que vi sua irmã convidando minha mãe a fazer para poder pagar as contas! - Eu quero evitar isso e com minha mãe deixa que eu falo, pra debaixo da ponte minha irmã não vai e nem minha mãe se prostituir..
Diz o patrão: - Então volta aqui com uma resposta que lhe darei a minha!!
Chega a mãe e entra na conversa, pois nada havia no armário, na geladeira, nem grana para luz e água só a do aluguel. Minha mãe disse: -Não!!
Eu respondi que iria do mesmo jeito e saio. Vou em direção ao patrão e assim que viro a esquina vejo o Opala Diplomata parado no fliperama, sigo em sua direção. Quando me aproximo chega uma guria linda em seu Scort XR3 ouvindo essa musica..
Musica:Revolução Por Minuto - RPM
 Então ela desce do carro falando enrolado e assim que me aproximei na educação em silêncio o patrão falou: - Piá do Silva está com fome. Grita para a "tia" do fliperama: - Faz dois xsaladas e traga duas garrafas de Coca-Cola pro Piá.
E pergunta: - E dai Piá? O que sua mãe falou?
Eu digo: - Ela não quer, mas não tem jeito se alguém vai se sacrificar que seja eu.
Diz o patrão: Então vai trabalhar para o patrão da vila?
Eu respondo: - Vou.
Patrão diz: - Se alimenta, leva o outro para sua irmã. Passa no material de construção e diz que mandei pegar uma enxada, um rastelo e um carrinho de mão e vem aqui.
Assim fiz, sem questionar nada.
Ao voltar com tudo que foi pedido, o patão fala assim: -Então vai carpir a frente desses lotes que lhe dou o dinheiro para sair desse sufoco.
E me olha dizendo: -Vai fazer ou não?
Na hora fui. Aprendi a carpir com meu Pai no quintal e horta de casa. Ali passei dez dias, limpei a frente de todas as casas da rua. Minha mãe passava orgulhosa, minha irmã a brincar ao meu lado. Ali mesmo fazia minha lição. Todos os dias chegava Coca-Cola e marmita.

Enquanto isso os piás da correria passava por mim, riam, mas o patrão me respeitando ao máximo.
A guria linda do Scort XR3 presenteou a mim e minha irmã com diversidades, toda vez que chegava do Paraguai os próprios vizinhos ao ver minha atitude, me deram trabalho. Limpava quintais,  caixa d'água, fazia hortas, me virava, fui ficando conhecido como o Piá do Silva.
O Patrão contou de meu pai várias coisas positivas. Dizia de seu talento com passinhos, do amor pela minha mãe, que ele jogava um futebol arte e várias pessoas me contavam algo. Meu pai era muito querido e em um momento na conversa o patrão diz: - Piá do Silva tu quer cuidar do Fliperama?- A "Tia" voltou para o norte. Rapidamente a guria linda já me pegou pela mão e me levou para cozinha. Me ensinou a fazer todos os X's, ligou o três em um e toca essa musica:
Musica: Ace Of Base -The Sign
Cheguei em casa faceiro, possuo conta em todos os comércios se eu quiser é só pegar que o patrão paga. Vivo levando cesta básica e remédios a quem precisa na vila, se alguém precisar de emprestar dinheiro a algo de fato sério é comigo, o pagamento também é comigo tudo no balcão do Fliperama. Tenho total confiança do patrão. Não me envolvo na parte do tráfico, para isso tem o Polaco, um piá ruim que cresceu comigo, mas hoje para mim é claro que não gosta nem um pouco de me ver aqui com autoridade no Fliperama qual não passa mais nada do tráfico e ele esta lá, isolado num canto da vila com sua correria.
O Fliperama é o fervo na vila, sorvete, espetinho, cerveja, caldo de cana, refrigerante, pebolim, sinuca e a Vila está se dividindo: um lado bom e social cuidado por mim e um lado de poder, o do tráfico. Dois piás lado a lado ao mesmo "Patrão" na mesma vila, de visões distintas. Um corajoso, cruel, audacioso, o outro um bondoso.
O "Patrão" nascido na vila qual o único crime era seu tráfico, pois ninguém roubava, matava ou estuprava, corre o respeito modelado a anos noventa, pós ditadura, um salto a liberdade e diversidade, primeiros passos pós, era preconceito, um novo Brasil, um novo momento onde os gritos de liberdade, o rock'n'roll era muito forte, a chegada da musica falada na força do rap, as primeiras reboladas com as letras de entrelinhas do axé, o real com poder de compra a diversidade vinda do Paraguai. Época de festas nas casas, na vila muitos passinhos.
 Um mil novecentos e noventa e sete (1997) dia de meu aniversário. Festa no Fliperama, hoje sem jogos, salão livre, strobo no teto, luzes coloridas e esse som rolando
Musica: I Miss Her - Olodum
Festa bombando, galera dançando, até na rua as meninas lado a lado no rebolado pós ditadura, festa onde a polícia passava e só olhava sem guerra, sem nada. A vila controlada por um "Patrão" forte na ideia, eu de corpo leve no embalo do som a lua gigante no céu, eu viajando na minha brisa e olho a frente no mais belo movimento o corpo da mais bela, a gaúcha prenda linda loira, em um vestido simples branco e eu todo largado, de havaianas no pé, bermuda jeans rasgada, sem camiseta, cabelo surfista. Nem tráfico tinha na vila nesse dia, nada estragaria essa noite, mas o "Piá Ruim" chegou para pegar a prenda pelo braço, ela se assustou, não quis ir. Eu "capotei" o sem noção, que já tinha mágoa, não éramos amigos. Ali nasceu a guerra na vila, o "Piá Ruim" de rosto sangrando, pois apanhou, mas deu as suas também, me machucou. Levantou-se e saiu da festa o "Patrão" me olhou e disse: - Vamos atrás para levar essa ideia, não quero maldade entre os dois.
Assim foi feito, mas nenhum ali de fato deu ouvido ao "Patrão" uma hora iria rolar e o Piá Ruim iria cobrar.
Chega a guria linda em seu Scort XR3 e me leva dar uma volta e explica a gravidade da briga, dizendo que posso morrer, que devo matar o Piá Ruim que guerra é perigosa, que tenho uma irmã na vila, que da traição ninguém se livra é preciso tomar cuidado. Fomos ao centro de Curitiba, sentamos no Largo da Ordem em frente ao Relógio das Flores.
Fiquei pensando:---Nunca entrei no crime, nunca matei ou roubei e agora estou nessa guerra. --- Sei que o Piá Ruim não gosta de mim, humilhei ele que se achava o terrorista da vila, mas que foi bom, foi calar a boca daquele "loque" que me irritava ver ele diminuindo a piazada, desrespeitando as meninas, mas agora já era ou mato ou morro.
Voltei para a vila e dou de cara com a mãe no portão, entrei e conversei com ela que se preocupa, eu sinto o medo dela que eu morra e isso me pressiona mais a matar o Piá ruim.
Enquanto isso de sangue nos olhos chorava em sua casa na vila de tanto ódio que sentiu, mas era "cobra criada," sabia que tinha de ser na surdina para matar o Piá do Silva e ao ligar o rádio em casa a pensar, olhando em minhas mãos, as duas Pistola 380 dada pela guria linda a Paraguaia vem na mente a imagem da gaúcha.... vem a musica
Musica:Tente Outra Vez - Raul Seixas
Saio de casa, minha mãe se assusta ao me ver com as pistolas. Vou até a casa do Piá Ruim, chamo no portão, ele já vem de revolver mãos na cintura e de boa pergunto: - E aí qual vai rolar? -Paz ou guerra? - Sabe que não nos gostamos, mas defendemos a mesma vila, cada um de um jeito. -Não quero guerra, mas se for, que seja já.
O Piá Ruim saca o revolver,  puxo as pistolas...
---
👉(Continuação parte 04)
Para continuar lendo acesse esse link:👇
https://pepperpimentinha.blogspot.com/2020/02/o-filho-do-silva-parte-iv.html
---------------------------------------------------------------
Para ler o conto desde o início clique neste link:👇
 https://pepperpimentinha.blogspot.com/2020/02/o-filho-do-silva-conto-rodrigo-cc.html



Conto: O Filho do Silva - Parte 04

 Parte 04 - (Continuação)
-Por Rodrigo 'cC'-

No mirar uma arma ao outro, olho por trás do ombro do polaco, o Piá Ruim e vejo a guria linda, a qual saca a pistola e coloca na nuca do "Piá Ruim". A guria me olha nos olhos e atira no Piá Ruim matando-o.
Rapidamente ela vem em minha direção e diz:- Tu não vai pro inferno se depender de mim.
E diz: - Vamos entre! Vamos sair daqui!
Entrei no Scort XR3 e fomos para o Shopping Mueller. Marcamos de encontrar o "Patrão" da vila para contar como morreu o "Piá Ruim". No tempo de espera a Guria linda me diz o porque o matou, pois a ideia era proteger a minha alma e que não desejava a tormenta dada em sono aos que aqui na terra matam, que sou um Piá bom e que ela tem um apego especial por mim.
No centro da praça de alimentação um rapaz de violão a mão toca essa musica:
Música: Sangue Latino - Ney Matogrosso
De olhos em lágrimas a linda Paraguaia me tocou o coração e minha única reação foi entrar fundo nos olhos dela com os meus. Ali algo mudou e o meu coração ela tocou. Levantei-me, andei em passos lentos até ao músico e lhe dei cem reais por acalmar uma alma aflita que acabara de matar por mim e sua  música linda o quanto faz bem às vidas com suas palavras e som que tão bem faz, tenho a certeza de que a vida na terra sem ti não seria amena. Volto em passos lentos. A minha alma vejo em um momento, penso em minha culpa pela morte do "Piá Ruim," mas me perco em pensamento--- sou ou não o culpado? --- Tentei defender a Gaúcha doce prenda que não faz mal ao mundo e sim o encanta.
Chega o "Patrão" e a conversa se inicia: - Foi assim diz a paraguaia: - Eu matei o Piá Ruim para salvar a alma do Piá do Silva, tu sabes tanto quanto eu que também morre quem atira e o pesadelo nos vem em forma de tortura na madrugada vez ou outra e nunca acaba.
O Patrão vira-se para mim e pergunta: - Tu iria matar mesmo?
Eu digo: - O medo estava me movendo e por medo, acuado eu mataria. No meu pensamento sobre minha alma ou ir ou não pro inferno era igual toda onça na mata a lutar para defender sua vida, merece o inferno? - Nosso julgador é o Deus único o Senhor dos Exércitos de Israel dono das lições em vida, o único que sabe de fato o que sentimos por dentro e o tamanho do desespero e medo que em meio a guerra nos guia.-- Dessa mesma maneira, me sinto culpado, mesmo sabendo que não fiz mal ao "Piá Ruim" e sim defendi a Gaúcha.
A Paraguaia me diz: - Vamos comigo pro Paraguai?
Eu digo sim e peço ao "Patrão" que avise minha mãe.
Saímos andar no Shopping  Mueller. Paramos na Mesbla, comprei roupas, fomos ao subsolo brincar de autorama, pego um coelho em uma máquina e presenteio a Paraguaia, percebo que ela esta mais calma. Então vamos ao Scort XR3, saímos Rua Mateus Leme, viramos na Inácio Lustosa sentido a BR 277, ela baixa a capota do Scort XR3 e o céu é nosso teto e vem a música:
Musica: Self Control - Laura Braningan
Chegando em Guarapuava paramos em um sitio e ali é feita a troca, deixamos o Scort XR3 e pegamos uma D20 Bonanza de placa Paraguaia e seguimos sentido ao Paraguai.
No caminho vejo que se silencia a Guria Paraguaia, lágrimas escorrem em seu rosto e eu em respeito mantenho-me em silêncio. As lágrimas aumentam, sua voz soltava o som do choro. Peço que pare o carro no acostamento e trocamos de lugar. Pego a direção da D20 Bonanza e num trocar de marchas ao som do escape direto, a turbina a gritar nas trocas de marchas em seu alivio, o rádio desligado, ela com sua mão esquerda sobre a minha direita, descansando sobre o frigobar entre os bancos. Olho no retrovisor vem uma F1000 a me emburrar e o racha começa. Duas brutas camionetes cortando a BR277  entre curvas, decidas, retas, subidas, um duelo parelho, onde um passava e era ultrapassado, o velocímetro no limite, turbinas a gritar nas trocas repetidas, pneus no limite quase a deslizar nas curvas. A Paraguaia se alegra, procura uma fita cassete no porta luvas e encontra uma música e a põe a acelerar, a adrenalina na pilotagem agressiva a musica:
Musica: Nowhere Fast - Fire Inc
Já chegando na cidade de Laranjeiras do Sul, paramos em frente a um hotel e a F1000 parou também. Descemos e o Ruivo já adulto se espantou de eu ser um piá de quinze anos. Desce ao seu lado da F1000 uma negra feliz brincando com seu Ruivo: - Que isso!! Levando um coro de Piá?!
Rindo o ruivo responde: - Fazer o que!? Na risada todos.. 
O ruivo diz: - Então eu pago o jantar.
Assim foi, o seguimos, chegamos a beira da represa de Salto Santiago, um pasto com muito gado Nelore, uma casa na beira do alagado da represa. Que cena!! A lua sorrindo no céu e no reflexo da água, nenhuma nuvem, estrela bem visível, até estrela cadente rolou. O Ruivo tirou da carroceria da F1000 uma churrasqueira, um isopor recheado de garrafas de vinho no gelo. A Negra feliz, fez uma caipira, era umas sete da noite, horário de verão. Eu e o Ruivo fomos pescar pegamos cinco tilápias pra mais de quilo na ceva do Ruivo que sempre vinha de Carambeí só para se deliciar da cena com sua Negra feliz. Me apaixonei... Com ela era só risada. O Ruivo sofria com suas tiradas, mas ria junto, pois quem não ri de si é chato.
Fogueira duas belas camionetes, faróis ligados, a barraca do casal na carroceria da F1000, a tilápia aberta sobre a grelha, por cima queijo coloniais, tomate, salsinha e cebolinha, um toque de sal grosso, um banho de limão e brasa,  me senti como se conhecesse o casal a vida toda, um momento de vida. Então a Negra muito feliz fez uma proposta de cada um cantar uma música e pegou seu violão. O Ruivo cantou..
Musica: Ruby Tuesday - Nazareth
A cena continua, tilápia assada, vinho, já no grau da mente momento alegria, terminamos a refeição. A Paraguaia era a alegria em natureza levanta-se e fala para a Negra cantar uma música, que feliz conhecia a letra pedida e começa a tocar e a  Paraguaia a cantar ...
Musica: Fernando - Perla
O Ruivo e a Negra me olham fico meio sem entender, ai matei um copo de vinho de Colono docinho, tomo coragem, mas meio que sem respirar a Negra percebe e fala: - Minha vez!!! E começa a cantar, hora voz de Fred Mercuri e outras de Montserrat Caballe, sobre o teto da F1000 sem parar de olhar a lua e sem parar um segundo de chorar, molhando seu violão
Musica: How Can I Go On - Freddie Mercury e Montserrat Caballé
Chegou minha vez, meu pai me veio na mente, uma música qual ele gostava de cantar junto ao toca disco, no seu disco preferido, uma noite de estrelas na beira da represa me vem forte a lembrança e canto livre, leve..
Musica: S.O.S - Raul Seixas
A música e a noite me veio em conforto a até então o meu pior momento na vida, o casal se recolheu na barraca da F1000, a Paraguaia entrou na D20 Bonanza com uma garrafa de vinho. Entrei na camionete no banco do motorista, ela já havia aberto a cama no banco detrás e começamos a conversar. Ela pulou no banco do passageiro, me olhou no olho e foi sem nem ver, transamos a noite toda, perdi a virgindade e a vergonha ali mesmo, fui que fui, dormimos de sorriso, acordamos envergonhados, pegamos a estrada sem dizer uma palavra.

Chegamos em Foz do Iguaçu e novamente trocamos de carro e a Paraguaia assumiu a direção da Mercedes. Chegamos na aduana, polícia parando, vi no rosto dela o medo...
---

👉(Continua na parte 05)
Para continuar lendo clique neste link:👇
https://pepperpimentinha.blogspot.com/2020/03/o-filho-do-silva-parte-02.html
---------------------------------------------------------------
Para ler o conto desde o início clique neste link:👇
 https://pepperpimentinha.blogspot.com/2020/02/o-filho-do-silva-conto-rodrigo-cc.html

Conto: O Filho do Silva - Parte 05

Parte 05 - (Continuação)
-Por Rodrigo 'cC"-

Passamos a aduana, passou o medo da Paraguaia, vamos a uma mansão gigante, linda, cães Dobermans no quintal a andar do lado da Mercedes a me olhar nos olhos e de perto. Assim que a Paraguaia sai do carro, mando os Dobermans sentar e assim os quatro fazem.
Entramos na mansão com alegria e abraços é recebida era sua mãe e seu pai, eu os comprimento, ela me apresente dizendo toda a verdade de quem eu era, sobre o que tinha feito e o motivo. O pai da Paraguaia mandou que me levassem ao meu aposento e ao chegar fiquei encantado com o luxo, tudo era em pedra e madeira, muitas cores, cama gigantesca, a visão do alagado da Itaipu.
Comemos chipa e tomamos tereré. Saímos andar na floresta. Voltamos e sentamos em uma cachoeira linda, ouvimos essa música  a meu pedido para lembrar do meu pai:
Musica: Naquela Mesa - Zelia Duncan
Ao som do violão e da voz da irmã da Paraguaia. Uma família que até a vovó é linda.
Saímos, fomos andar de jet ski, de lancha no alagado da Itaipu. A noite fomos ao cassino, encantei-me com a diversidade, a cultura, a língua nativa, as garotas.
Votando para mansão o pai dela liga para o "Patrão da Vila" e pergunta como estão as coisas e recebe a noticia que: ninguém viu e ninguém sabe. Que está tudo certo.
Eu converso com o "Patrão," peço que ele diga a minha mãe que estou bem, que logo estarei em casa,  que não existe lugar mais seguro para mim que junto a Paraguaia, que mandarei noticias todos os dias.

Chegando na casa da Esposa do Silva o "Patrão" entra em conversa dizendo que:-Não se preocupe que nunca farei nada de errado para te machucar. A Paraguaia não salvou apenas a vida dele e sim a alma. Essa vida do crime trás adianto financeiro, mas um peso ao travesseiro e seu filho não nasceu para ser bandido. Fica tranquila, logo ele estará ai. Então chega a conversa o Patrão: - Já sou mulher, criada em vila. - Como vai ficar a Família do Piá Ruim? Eles não vão se vingar? - Como está isso? - E eu e minha filha? - Eu sei que o pai dele está no presídio do Ahú em Curitiba e não vai gostar nada disso.
O Patrão fala: - É não tem como não se preocupar, deixa que vou mandar a verdade sobre tudo e vamos ver o que vai acontecer. - Depois voltamos nos falar sobre. -Me diz uma coisa! Você acha melhor, eu sei que tu não tem grana, mas eu pago. Vá viajar e fica um mês fora até tudo se acalmar. Nem vou preocupar o "Piá do Silva," acredito que ele nem se ligou do tamanho da guerra que se enfiou.
O "Patrão" chama a advogada e diz a ela o que acontece. A Advogada faz o que ele pede, vai ao presídio, chama o "Sinistro,", vulgo do pai do "Piá Ruim" para conversar, qual está com sangue nos olhos pelo "Piá do Silva". Manda um recado ao Patrão dizendo que deixar morrer seu Filho foi traição e que está saindo para levar essa ideia reta.

O Pai da Paraguaia vendo a inocência do "Piá do Silva"  qual há dias estava em sua casa grudado ao jardineiro, aprendendo sobre o que e como cultivar, sentindo a flora em suas mãos, entendendo a multiplicação da vida, o poder, obra divina, momento onde a semelhança e Deus ao espalhar a vida. Vem a Paraguaia cantando.
Musica: Terra - Caetano veloso
Fico a admirá-la, quanta beleza, pele dourada, cabelos a cintura, meio índia, seu sotaque enrolado, muito linda, mas mantinha minha postura. Nunca mais toquei no assunto de ter perdido minha virgindade com ela. Que noite alucinante por inteira. Essa vinda ao Paraguai foi... A viajem!!
Agora aqui nessa mansão linda e minha mãe em uma casa humilde. O pai da Paraguaia nos chama na conversa e diz "a real" que esta acontecendo, dizendo que a mãe do "Piá do Silva" esta em viajem que a guerra estourou e pressiona o "Piá do Silva": -Você entendeu que uma escolha muda tudo de um segundo para o outro? Que a partir dai a vida nunca mais será a mesma Piá. - Eu não posso ir contra  ao seu "Patrão" e nem contra o "Sinistro," os dois tem a sua importância, um no sistema e outro na rua, mas minha filha foi quem matou, então vou decidir e se não conseguir apaziguar a guerra vou ter que eliminar o "Sinistro" - Preciso de minha filha em Curitiba, só não sei o porque  ficar enfiada em Colombo.
Ela diz: - Pai, ali em Colombo a malandragem é mais reta e forte, me sinto protegida.
Saímos em direção a Argentina num lugar chamado La Barranca e no caminho paramos em um posto de gasolina abastecer a Porsche 911 conversível, compramos cerveja, fumamos um enrolado de maconha, meu pai sempre muito vivo dentro de mim toca essa musica:
Musica: U Can't Touch This - MC Hammer
Me jogo a dançar passos, quando me dou conta ao abrir os olhos  estou dentro a uma roda, onde duas gatas me acompanhavam nos passos, estava longe da minha realidade que era de vileiro. Fomos ao La Barranca na Argentina, curti um pouco e do nada vi uma garota Argentina descendo a barranca do rio e lá fui interagir com a loira, qual engraçada pescando em um sábado ao lado da balada. Com certeza era a garota mais interessante que ali havia.
A Paraguaia a me observar do deck do La Barranca. Me envolvi na pescaria, a loira me emprestou o molinete e ali cada fisgada e peixe que perdia, era pura risada.
Num momento da madrugada paramos para fumar, ficamos muito perto, em uma noite alegre, olho no olho e beijo e sumimos na capoeira. Ao amanhecer voltei ao Porsche 911.
Bêbada e com cara de mal estava a Paraguaia que entrou no carro, bateu a porta e saiu dirigindo no modo aventura. Senti muito medo e antes de chegar ao portão da mansão parou a Porsche 911 e me perguntou o que eu estava fazendo e respondi: - Pesquei e depois rolou um clima vendo o sol nascer no horizonte sobre o rio. Eu perguntei: - E tu Paraguaia o que fez?
Ela em fúria respondeu: - Fiquei te esperando a noite toda e não tem que sair transando com garotas por ai como se fosse um aventureiro irresponsável.
Eu respondi: - Tu me ensinou e vi que é bom e agora quero experimentar várias.
Levei um soco no olho e entrei no carro. Entramos na mansão e o pai dela já deu risada e falou: -  Arrumou outra confusão "Piá do Silva"?
Eu disse: - Apanhei de uma garota.
Ele rindo disse: - Por que?
Respondi: - Eu não quis ela.

Fui tomar banho e dormi o dia todo. Acordei e o pai da Paraguaia estava indo para o alagado da Itaipu, fui junto, pois nem estava a fim da ira da Paraguaia.
Chegando no Iate, na doce água de Itaipu onde a pescaria seria de pintado, mas ao entrar no Iate dou de cara com a loira da Argentina a qual já me cumprimentou de beijo no rosto e de nome. Um senhor Argentino de cara brava me olhou e indagou ao pai da Paraguaia, quem eu era, me perguntou de onde a conheci. Contei que havia conhecido na noite anterior e pescamos juntos.
Saímos para pescar, pegamos vários pintados era uma ceva antiga, os gigantes peixes andavam sempre ali. No outro dia haveria  o jantar feito com a pesca na Argentina, também a beira do alagado da Itaipu e assim foi.
Mantive distância da loira Argentina como mantinha também da Paraguaia. Passou a noite e de novo dormi o dia todo. Acordei, coloquei minha sandália de couro, bermuda rasgada, camisa xadrez e entrei no Iate. Fomos pelo alagado a Argentina. Chegando lá um jardim do paraíso, um pomar lindo, lagos com carpas coloridas, um piano no jardim uma morena tocando. Sentei no gramado e me deliciei com a cena e com essa musica:
Musica - Stairway To Heaven - Led Zeppelin
A noite passa e eu ali na grama sentado, tudo vinha na mão, a Morena do Piano na certeza parecia uma sereia, pois já na madrugada, eu de cueca sentado em uma pedra, uns metros da margem do alagado, ela surge entrando na água e vindo em minha direção. Sentamos ali, conversamos horas sobre tudo sem se quer sair da amizade que ali nasceu. Ela estava fora de seu ambiente como eu, então foi fácil se aproximar.
Amanheceu todos da festa vendo o sol nascer, a musica de piano, uma alegria e paz contagiante.

Em Colombo Paraná Brasil a guerra estava pronta a explodir antes da data chegada da morte do "Sinistro" o pai do "Piá Ruim," ele ordenou um dos seus que estava de portaria a matar o" Patrão da vila" e acontece a troca de tiros em frente ao Fliperama. O Patrão esta hospitalizado e o soldado do "Sinistro" morto.
O pai da Paraguaia na hora nem nos disse, nos deixou dormir, acordar bem e se alimentar. Só aí disse o acontecido e mais, que haviam queimado a casa que eu morava. Na hora entrei em estado de ira o pai da Paraguaia antecipa a morte do "Sinistro" a Paraguaia chorando, pois é amiga do "Patrão" e eu a ele tenho gratidão.
Na madrugada, pirei e voltei para minha vila. Atravesso Foz do Iguaçu de moto táxi, vou a casa onde foi feita a troca da D20 Bonanza pelo Mercedes Bens a roubo e volto para a metropolitana da capital, mas no meio do caminho enquanto ouvia essa musica:
Música: I Wanna Rock - Twisted Sister
Olho no espelho, vejo uma Caravan da federal, tento fugir e começa a perseguição, eles me passam tentam me segurar, toco a caminhonete em cima, eles capotam e eu também. Saí da caminhonete, ando na beira da BR277 totalmente zonzo, escuto o tiro caio e escuto o cantar dos pneus, acordo estou dentro do carro com a Paraguaia que assim que sentiu minha falta entendeu o que eu havia feito e veio atrás e de novo salva minha vida.

Fomos para casa de um médico em Guarapuava qual tirou a bala e me curou em sua casa.
O pai da Paraguaia estava na fúria comigo, o "Patrão" estava entre a vida e a morte, iria pra cadeia, pois matou para se defender. A vila jogada, voltei pra Vila olhei para minha casa onde pagávamos aluguel, queimada.
Eu e a Paraguaia nos instalamos no pico da vila. Casa que já era dela, liguei pra minha Mãe e contei o que aconteceu e que ela voltasse pra casa, pois tudo mudou.
Vou andar na vila todos me cumprimentam sinto o carinho da vila fico pensando sobre tudo sobre que rumo vou tomar.
Volto para casa, a Paraguaia fazendo janta um cheiro bom de louro no feijão, ligo o rádio e toca essa musica:
Musica: Eu so quero é se feliz - Cidinho & Doca, DJ Marlboro 
Olho a Paraguaia dançando até o chão no rebolado e  Penso--- agora vai ser diferente vai ser do meu jeito..
---
 (👉Continua na  parte 06)
Para continuar lendo clique neste link:👇
 https://pepperpimentinha.blogspot.com/2020/03/o-filho-do-silva-parte-vi.html
---------------------------------------------------------------
Para ler o conto desde o início clique neste link:👇
 https://pepperpimentinha.blogspot.com/2020/02/o-filho-do-silva-conto-rodrigo-cc.html

quarta-feira, 4 de março de 2020

Conto: O Filho do Silva - Parte 06


Parte 06 - (Continuação)
-Por Rodrigo 'cC"-

[...] Acordo preguiçoso ligo o rádio e toca essa musica...
 Musica: The Lock - Roxette
Sigo em direção a garagem e olho para o portão, vem entrando a Paraguaia com uma moto 7 Galo de presente para mim andar na vila. Perguntei se podia fazer o que eu quiser com a moto e ela respondeu que sim. Silenciei-me, entrei fazer pão, receita da minha mãe que no outro dia chegaria com minha irmã.
Saio até o portão, chamo um piá na rua, peço emprestada a Caloi Cross dele e vou até a casa do pastor. Chegando lá, pedi desculpa por sua casa ser queimada por minha causa e perguntei se ele venderia o terreno com o que sobrou da casa. Ele aceita. então dei a moto 7 Galo nova para ele e no outro dia minha mãe chegou, fomos buscá-la na rodoviária.
Chegando lá minha irmã como uma flecha de amor corre e se joga no meu peito, sendo apertada pelo mais sincero abraço. Minha mãe de lágrimas nos olhos, um abraço de muita saudade, de proteção, de amor de ventre antes mesmo ao primeiro choro ou entender a proteção do colo, a bondade do seio que nos faz vivos.
Atravessamos a Presidente Affonso Camargo, entramos no mercado Municipal de Curitiba, fizemos a feira e fomos para a casa da Paraguaia no Pico da Vila. Minha mãe chateada, sem um teto para chamar de lar, passa o dia. A noite ela vai no culto e no final do culto o pastor conta que a Esposa do Silva filha de nossa vila ganhara de seu Filho o terreno que havia comprado para dar de presente a ela. Minha mãe sem entender, com um ar de preocupada: -Mas como assim comprou??
Então ela sai a minha procura, me encontra e sem ter um ar se quer de felicidade me pergunta: - Comprou como?
Eu respondo: - Mãe, vamos entrar, fiz a janta e depois de jantar sentaremos e conversaremos.
Após a janta minha irmã deitada no chão da sala a segurar um cobertor que ia onde ela ia, terminado de assistir no vídeo cassete o filme do E.T.
Minha casa movida a música aguardava o final do filme e assim que terminou minha irmã veio no meu colo e cantamos essa música...
Musica: E SE - Porquinho Astolfo (Cocoricó)
Brincamos de boneca e ela contava o que tinha visto na viajem a casa da avó, me entregou um escapulário mandado pela avó que é a mãe de do meu pai qual eu nem conhecia e assim que minha irmã dormiu, minha mãe veio me questionar de como comprei o terreno e eu digo que ganhei uma moto da Paraguaia. Minha mãe vira para a Paraguaia e diz: - Porque essa sua proteção com meu filho?
A Paraguaia responde: - Eu matei o "Piá Ruim" para que seu filho não fosse para o inferno em vida,  eu já estou condenada e a moto foi um mimo. Eu gosto dele.
Minha mãe me pede licença, saio da casa vou para o portão.
Minha mãe pergunta a Paraguaia: - Mas gosta como?
A Paraguaia responde: - Gosto de coração ou melhor, não gosto não. Eu amo seu  filho.
Minha mãe se espanta e diz: - Tu tem o dobro da idade dele, é rica, linda, todos a deseja.
A Paraguaia diz: - Como explicar o amor? - Não escolhemos quem amamos, apenas sentimos o amor.
A mãe diz: E ele, o que sente por você? Até onde sei ele tem sentimento pela Gaúcha prenda.
Diz a Paraguai: - É!! Essa é a pior parte, amar quem ama outra, mas não posso impedir o que sinto nem sei se terei o amor dele. A única coisa qual posso fazer é protegê-lo.
A Paraguaia na mudança de assunto diz: - Tu acha que ele vai querer entra no crime?
A mãe diz: - Estou preocupada. A vida está pressionando ele, mas desejo que não.

No portão, parado me vem subindo no Pico da vila a Gaúcha minha prenda, ao se aproximar, saio e vou em sua direção, nos cumprimentamos, eu de coração esperava ao menos uma palavra sobre tudo que aconteceu por eu proteger ela, mas que nada! Ela tinha um ego por ter dinheiro, ir onde quer, quando quer. Tem moto, carro e já tem casa. Eu olho bem para ela, sinto um ar de superioridade e isso me dói dentro do coração, tento me abrir, dizer de um amor verdadeiro, pois sei que tem sentimento por mim, mas sou pobre, não tenho nada e jamais ela desceria o nível parar comigo. Seu ego venceria fácil esse amor. Tentei convidar ela para sair, conversar, tomar um sorvete, levar ideia, mas ela nunca que queria ser vista ao meu lado, Me espantava com leves estocadas no coração, saí da conversa me sentindo um nada.  Entrei em casa minha mãe e a Paraguaia vê em meu rosto a tristeza, em minha energia, o sofrimento por eu ser de uma condição social inferior a quem amo e isso se tornar vergonha para minha amada, mas não a o que faça, não escolhemos quem amamos, simplesmente amamos. Ligo o três em um, pego o disco do Nazareth e coloco essa Musica...
Música: Love Leads To Madness - Nazareth
Caio em lágrimas deitado no sofá, um grito dentro de mim:-"Pobreza maldita!! Só trás dor, não aguento mais, preciso mudar isso! Minha mente me torturava, meu coração sangrava, o ódio foi me dominando queria arrancar esse Love Leads To Madness. Amor que me machuca, me diminui, me mata aos poucos. Mas não consegui é mais forte que a razão, que eu.
A madrugada chega, minha mãe foi dormir e eu fui sentar no gramado olhar a lua. - Insônia maldita!! A Paraguaia senta-se no meu lado, acende um enrolado, fumo. Ela em respeito, em silêncio fica. Olho para ela que me beija e nos coloca embaixo do cobertor e fizemos sexo loucamente.
Vou pro meu quarto, minha mente piorou, pois eu tinha dado mais expectativas a Paraguaia e eu sabia do que ela sentia por mim. Fiquei em duvida se valia mais a pena lutar para fica com a Gaúcha que amo ou com quem me ama e faz de tudo para ficar comigo??
Amanheceu eu no pensamento. --- Será egoísmo querer ser feliz? --- Será que eu não importa? --- Apenas devo fazer alguém feliz? ---Será que para sempre serei infeliz ? --- Ou será que devo ficar só e pensar apenas em mim? --- Será minha sorte com as garotas a minha maldição?

O dia passa e a tortura em minha mente continua: - Quer saber!! Vou pro crime e enriqueço para que o amor me veja, deixo que quem me ama nos guie. Deixo que aconteça ou volto para mim mesmo, entre  a caridade e boa fé que coloco na vila. --- Preciso ajudar em  casa! Preciso do maldito dinheiro que move tudo, mesmo que vai me fazer valer. ---Eu não importa!! Minha alma não importa!! O que querem é meu status, meu dinheiro, nada rouba mais alegrias que coisas compradas. Para que serve o que tenho por dentro? --- Vida maldita!! Planeta maldito!! --- No que o humano te transformou?? onde esta o sacrifício pelo outro?? Onde anda o amor?? --- Esse lugar parece o inferno em louvor ao dinheiro e seus prazeres!! Um verdadeiro circo de horror. --- Eu não importa? Apenas o que tenho a oferecer?
Indeciso, coração e mente em conflito, nem o colo de minha mãe se faz abrigo. Passando na vida em perigo serei meu amigo ou meu inimigo!
Me deito no sofá de casa e escuto uma musica...
Música: Pra Ser Sincero - Engenheiros do Hawaii
e a me olhar pela porta entreaberta do quarto a Paraguaia em lágrimas, pensando: --- Deixa eu cuidar de você? --- Aliviar sua vida que se faz maldita. --- Sei que não me ama, mas deixa que tenho amor aqui pros dois.
Me levanto do sofá e em bom tom digo: Eu já sei o que fazer!!!...
--
(👉Continua na parte 07)
Para continuar lendo clique nesse link:👇
https://pepperpimentinha.blogspot.com/2020/03/conto-o-filho-do-silva-parte-07.html
 --------------------------------------------------------------
Para ler o conto desde o início clique neste link:👇
 https://pepperpimentinha.blogspot.com/2020/02/o-filho-do-silva-conto-rodrigo-cc.html


Conto: O Filho do Silva - Parte 07

Parte 07 - (Continuação)
-Por Rodrigo 'cC"-

Saio vou em direção ao Fliperama, tiro o Opala diplomata para fora, aperto o play no toca fitas e entra essa musica...
Música:Eu Me Amo - ultraje a Rigor
Começo a organizar toda a bagunça que já tinha mais de mês, após minha festa. Durante a limpeza chega na porta a amiga da Gaúcha, pergunto a ela da Gaúcha e a amiga responde: - Deixa ela em paz tu não é para ela, tu é pobre, ela de berço. Tu nada tem a somar com ela, ninguém vive de amor, acorda, se coloca em seu lugar, nem amigos nem família quer tu perto siga seu caminho, pise nos espinhos de ser quem é. Dá uma risada e sai.
Entro em desespero, sinto nojo de mim mesmo: --- Imagina!!! A Gaúcha tem vergonha de mim!! Vou deixar ela em paz e nunca mais vou chegar perto, a não ser que precise que eu a defenda dessa vida cruel.
Nesse instante chega a Paraguaia, pega a mangueira, vou esfregando o chão.
Ela me pergunta: - O que vai fazer?
Respondo: - No momento minha vontade é morrer.
Ela silencia-se, sinto sua preocupação no ar, mas também sei que me conhece e me respeita com seu silencio.
Minha Mãe pede para me chamar em uma conversa. Eu vou e ela pede que eu apenas escute e diz: - Filho, o amor próprio deve vir antes  de amar alguém, é o que realmente pode lhe fortalecer, você deve ser forte ao enfrentar a escolha e o sofrer. -O tempo vai passar e de novo você terá vontade de viver, se torturar será o que te fará de fato morrer. - Cada dia é um dia, uma nova chance e a página devemos escrever, pois cada dia tem a nos ensinar, dar e tirar e a vida não vai parar e se você não se amar, a vida passará num desperdício meu filho.
No fundo ninguém de fato sabia como eu me sentia, o que na minha mente passava. Resolvi o silencio, parei de dizer de mim, fugi com meus pensamentos e comigo mesmo, guardei meus segredos, de fato ninguém esta nem aí com o que me feriu por dentro.

Começo a tocar o Fliperama como fazia quando eu estava revoltado que eu pegava a enxada e saia carpindo no tráfico. Entrou uma Argentina mandada pelo pai da Paraguaia guria do diabo, com ela não havia perdão, era vacilo na atitude e corpo no chão. Não nos dávamos bem, ela me diminuía  por negar o poder e ter um bom coração, o Patrão no presídio do Áhu, meu lado da vila do mesmo jeito, continuo o trabalho social com o dinheiro do tráfico, mas isso me incomodava pensava um jeito de mudar isso e parar, pensar sempre uma boa musica qual me acompanha os dias, as noites a vida.
Liguei o rádio no Fliperama e ouço essa musica...
Musica:Blue Mondey - New Order blue mondey)
Começo a dançar entre a espumas, apenas de bermuda, sem camiseta vejo no sobrado novo da rua a vizinha nova a me olhar. Desceu a sacada do sobrado, pelo muro veio em minha direção e disse assim: - Me ensina a dançar?
Respondo: Ensino sim!  Ali mesmo começamos.
A Japa nova vizinha se empolga, me ajuda na limpeza, os olhos da Paraguaia em brasa, sou livre e não a o que faça.
O dia passa, tudo em ordem, chamo a Japa para dar um rolê. Vou na tia dos doces, na tia dos salgados, na distribuidora e deixo tudo encaminhado para reabrir o Fliperama.
Chego em casa e percebo que a Japa era tudo que precisava, uma garota qual começaria uma relação do zero, sem se importar com quem é o "Filho do Silva."

No outro dia, um sábado minha mãe sem diárias a fazer, minha irmã de folga da escola, fomos ao meu terreno na vila, mudas de pêssego, amora, goiaba, uvaia, laranja, mimosa, jabuticaba e uma araucária. Brincamos de imaginar como a casa seria.

Me apaixonei na hora pela mana da Japa qual tinha síndrome de down. A Japa me explicou o quanto sua Mana é sensível e que seu cuidado precisa muito da energia do amor que a Mana da atenção aos verdadeiros com ela e ao perceber isso tomou postura de mãe de sua Mana. Me abaixei com minha irmã e a Mana e plantamos a araucária,  enquanto as meninas brincavam, eu carpia e minha mãe juntava  e a Japa a dar atenção às meninas, a bagunça no monte de areia como se aquele morrinho de areia fosse o mundo todo a ser descoberto em aventuras, faz de conta e em risos de alegria vamos para casa almoçar.
A Paraguaia de ciúmes ao rosto e de coração bom se envolveu com a minha irmã e a Mana a tomar banho de mangueira. Me envolvo a fazer o almoço, arroz, bacon, milho, ovo cozido, palmito e queijo por cima e uns minutos de forno, almoçamos. Percebo o valor do amor da Japa e paciência ao dar comida a Mana. Terminamos de almoçar e já fui lavar as louças. As meninas assistindo" Alf o Eteimoso," a Japa e as mulheres na rede, largadas na varanda, toca essa musica...
Amantes e Amigos - João mineiro e Marciano)
A Paraguaia se levanta revoltada pega sua Mercedes Bens e diz: -Estou indo para casa!
Se aproxima de minha mãe e diz: - Fica em minha casa o tempo que quiser, logo volto estou com saudade do colo da mãe e ciúmes do seu filho e está doendo. - Quero sair daqui!
Abre o portão, me chama, me entrega as duas pistolas e diz: - Se cuida, logo estou de volta e fica de olho nessa Argentina.
Eu respondo: - Não sou do tráfico.
Ela diz: - Tem certeza? De onde vem o dinheiro para sua caridade?
Eu me calo. Volto para dentro de casa esmurrar o travesseiro e assim cada vez mais entendo que o amor próprio é o que mais devemos ter na vida, que é bom e equilibra, que por mais que alguém me ame e não me aceita como sou ou como faço as coisas, que depender de alguém é ter algo a ser jogado na cara  no primeiro momento que a pessoa se desagrada.
Chega minha irmã no quarto, deita no chão sobre seu companheiro cobertor, olho e penso o cobertor abençoado que protege e fica calado. Minha irmã diz: Tenho lição, preciso de sua ajuda.
Assim vamos pintar uma borboleta e ela indecisa com a cor, pois gosta de todas, eu me vejo sendo obrigado a crescer rápido. Os piás de minha idade solta pipa, joga bola, corre pela rua...
Volto a atenção a minha irmã e com muita calma a ensino a pintar sem borrar sua borboleta de todas as cores da caixa doze cores da Faber Castell. Terminamos a lição, fomos para frente da televisão assistir o Mundo Encantado de Boby. Ali caímos no sono abraçados.
Acordei e fui para a cozinha, abri a geladeira peguei o leite para o quick de minha irmã e vejo a nossa foto dormindo que a mãe tirou na polaroide da Paraguaia que deve estar rasgando em alta velocidade a BR277.

Por sua vez a Paraguaia em sua  Mercedes Bens ao limite, lágrimas nos olhos, sem entender o porque amar alguém que nem a enxerga como sua, nem o bem que eu faço a ele, que me sacrifico, até matei para que sua alma continuasse doce e limpa... Toca essa Musica
Musica:Words Don't Come Easy -  F.R. David
Seu coração acalma as lágrimas que não se cansam de escorrer pelo seu amor, tira o pé do acelerador e ao chegar em casa corre para os braços de sua mãe e ali se abriga  e de sua mãe escuta: - Filha se ame mais que tudo, pois as vezes o que desejamos não é para ser e temos que entender e aceitar. Quando de fato amamos se for para fazer mal deixe que vá, pois se amar vai querer ele feliz.
A filha diz: - Mas quem vai proteger ele? Você sabe que se deixá-lo solto a vontade no mundo ele vai se perder e com sua inocência é capaz de morrer. - Vou proteger meu amor, nem que custe minha vida!

Eu na vila em uma relação amiga com a Japa parceira para tudo nesses últimos dias. Ela teve a ideia de colocar um karaokê na Fliperama e assim fiz. Na sexta-feira seria a inauguração.
Ao chegar a Japa na hora de inaugurar me disse: - Nunca ame ninguém mais que a si mesmo, pois esse alguém pode tirar você de si e colocar alguém ai dentro que tu nunca reconhecerá.
Peguei o microfone e cantei a primeira música
Musica: Every Rose Has it's Thorn- Poison
Todos se encantam com a dança da Japa que havia aprendido comigo. Terminada a música nos tocamos nos olhos, embalamos no vinho delicioso da Colônia de nossa cidade, a festa numa paz só,  já amanhecendo todos vão embora.
Fui acender um "enrolado" no quarto dos fundos do Fliperama, sentei no sofá, a Japa tomou o "enrolado"de minha mão e disse: - Vou cuidar de você. Chega de fazer bobagens.
Dou a ela um sorriso, vamos para o colchão no chão, deitamos ficamos rindo caímos no sono sem intenção de se tocar.
Na madrugada esfria os corpos quentes se tocam, um abraço...
---
👉(continua na parte 08)
Para continuar lendo acesse esse link:👇
https://pepperpimentinha.blogspot.com/2020/03/conto-o-filho-do-silva-parte-08.html

---------------------------------------------------------------  
Para ler o conto desde o início clique neste link:👇
 https://pepperpimentinha.blogspot.com/2020/02/o-filho-do-silva-conto-rodrigo-cc.html

Conto: O Filho do Silva - Parte 08

Parte 08 - (Continuação)
-Por Rodrigo 'cC"-

Acordamos preguiçosos e colados, mas não houve sexo, nossa sintonia era amiga. Passamos na panificadora e depois fomos até minha casa tomar o café. Ao entrar no quintal me deparei com os primeiros acordes  da musica que meu pai e mãe cantavam juntos. Entrei cantando e fazendo a parte do pai, minha mãe me olhava em lágrimas cantando junto a mim..
Música: Sem Limites Pra Sonhar - Fábio Jr e_Bonnie Tyler
e o rádio ela  fazia sua parte. Minha irmã grudada em minha perna com o cobertor companheiro e o urso de pelúcia, me ajuda a cantar a música. A "Japa" com uma lágrima a marcar o rosto diz: -Em minha casa ninguém conversa e senta a mesa.
Todos a acompanha, momento família, uma boa energia, cheiro gostoso de café no ar, um pão com margarina, o som da voz doce de minha irmã a ensina modos à mesa ao seu urso. Minha Mãe brigando com meu sujar a toalha da mesa ao molhar o pão no café com leite, a Japa a olhar. Minha irmã pede para que busque a Mana.
Penso no almoço e me vem uma lasanha de costela de boi na mente. Vou comprar os ingredientes, quando vou saindo a rua já me para no portão de sua casa o seu Gaiola, dona Dita grita: - Entre "Piá do Silva" que é tempo de amora e estou fazendo um doce e vou levar para sua Mãe.
A Japa curiosa nunca tinha visto tantas gaiolas, a Mana a olhar e sorrir.
A Japa pergunta ao seu Gaiola:-  Se você gosta de passarinho porque não solta tudo?
Seu Gaiola diz: - Fia, eu gosto do canto. Vem de uma cultura antiga não faço por mal, apenas não sei viver sem os cantos dos passarinhos.
Ela olha, manda um entendi a  Dita.
Eu  já me envolvo, ajudo dona Dita a colocar os doces nos vidros e para minha surpresa, D. Dita conta que meu pai por muitas passou ali conversar fazendo a mesma coisa, ajudando com os doces. Eu encantado, retribuo com o mais belo sorriso, pego um pão caseiro passo o doce e dou para a Japa que estava ali, quieta olhando o mundo novo, o jeito do povo da periferia. O seu Gaiola já com a Mana diz: - Dita, põe água ferver e serve uma erva mate pras visitas e ela diz: - Está atrasado meu véio, já esta na roda a cuia.
O seu Gaiola diz: - Por isso que te amo minha véia, sempre esperta!!
E segue dizendo: - Cuida de Mim o dia todo.
Diz Japa: - Vem aqui que vou te mostrar os passarinho nas gaiolas. A Japa pega Mana no colo o seu Gaiola diz:- Ó esse, é o Coleirinha. - Sabe Japa, passo meus dias aqui entre essas gaiolas a ouvir os cantos, tratar, cuidar de cada passarinho, esquecendo minhas dores, distraindo meus dias, nem é por maldade, aprendi quando muito pequeno. - Gostava de caçar, conhecer e ter novos cantos, foi uma paixão qual me pegou. que nem vi. Veja essa! É a sabia branca, perceba como ela me responde, me sente, quer ver?
Então começa a conversar com a sabiá branca, uma troca e a sabiá entre tantos, tão mansos como se aceitasse essa vida coagida, cantava na mão do seu Gaiola se alimentava. O pássaro preto a brigar com os gritos da Dita o Gaiola diz: Vai chamar sua mãe "Piá do Silva" para almoçar aqui. A "Japa" espantada com uma casa cercada de Gaiolas, uma maldade ao seu ver, mas com pessoas tão bondosas dentro. O Piá do Silva grita um Piá na Rua pra que vá avisar a mãe dele pra vir na casa do seu Gaiola. A Dita já grita na vizinha,  D Vitória. Seu Gaiola já chama o vizinho do outro lado, o Mecânico e ali nos juntamos, cortamos lenha no machado fazemos a fogueira envolta ao espeto com costela, vou no fogão a lenha fazer coração de boi, cebola, pimentão, tomate e um molho de alho para servir as porções. Naõ deixei nenhuma das mulheres ir para cozinha, todos na varanda da casa ao som dos passarinhos de tudo jeito e cores, mas não tem o que faça já chega o sanfoneiro e ja solta essa música:
Musica: Castelhana - Gaúcho da Fronteira
E no ato começa a dança, a cuia, a roda de boa prosa, crianças a brincar na rede, o cheiro da costela no ar Os mais chegados da vila trouxeram cada um algo a somar, a mesa farta com delicias, vinho do bom da Colônia de Colombo, a Japa de olho grande em meio a tanta alegria e igualdade entre o tratar de um para com o outro, não parava um segundo, ela muito sensível a maneira que cuidar da Mana que tinha síndrome de down, pois não a limitava, nem via a Mana com limites, mostrando gaiola por gaiola, dava a ela muita atenção, sentava no chão, brincavam na areia juntas, brincavam de boneca, ensinava palavras, cores, flores, frutos, animais e entendia sua Mana e sua vontades. Estavam conectadas por um sentimento nobre chamado amor.
Depois de tudo pronto, o almoço ao som dos pássaros em uma mesa improvisada de cavaletes e tábuas, eu fazendo a massa de panqueca para monta a lasanha de costela assada, com tomate cereja queijo colonial, palmito. Montei três lasanhas, um pouco de forno e com tudo pronto nos deliciamos de macarrão caseiro feito ali mesmo. Almoçamos cada um lavando seu prato e talher para respeitar a mulher da casa, a música começa e eu canto...
Música: Obras de Um Poeta - Chitãozinho e Xororó
...um protesto sem ser percebido para agrada minha amiga Japa qual nunca tinha visto tantas pessoas em uma só sintonia chamada alegria, coisa de vila, mas como a paz não dura muito tempo, vem um som de gritos, corro para rua ver o que era vejo a Argentina que cuida do tráfico com um amigo meu de infância, o Mané de joelhos com uma pistola na cabeça, uma Guria a dizer que ele tentou a violentar. A Argentina me diz: - Pois é "Pia do Silva" já que tu é voz ativa, de a ordem! -Vou matar o Mané.
Eu em susto, todos na rua a me olhar sem reação digo: - Leve ele e deixe-o cativo. Vamos conversar, depois vou ligar para Paraguaia.
Vou para o orelhão, ligo para Paraguaia que não se encontra em casa e seu pai joga em mim a responsabilidade da decisão e como se me sentisse, a Paraguaia pega sua moto 700 four, vem para vila. Liga seu walk man coloca o fone, o capacete, toca essa musica
Musica: Every Breath You Take - The Police
Eu a pensar sem parar em forma de tortura, pois o Mané foi meu melhor amigo na infância, brincamos de carrinho champ cross, estudamos o primário inteiro juntos, íamos e voltávamos da escola. De repente ouço a mãe dele a me gritar no portão, minha mãe me olha no olho, eu saio em direção ao portão...
--
(👉 continua na parte 09)
Para continuar lendo clicar nesse link:👇
https://pepperpimentinha.blogspot.com/2020/03/o-filho-do-silva-parte-09.html
 ---------------------------------------------------------------
Para ler o conto desde o início clique neste link:👇
 https://pepperpimentinha.blogspot.com/2020/02/o-filho-do-silva-conto-rodrigo-cc.html


Conto: O Filho do Silva - Parte 09

Parte 09 - (Continuação)
-Por Rodrigo 'cC"-

Acalmo a mãe do Mané dizendo: - Vou ouvir as duas partes e serei justo, pois se ele estuprou, terá que pagar, a senhora tem filha e é mulher sabe o que estuprador merece.
Assim fiz, chamei a guria "nóia" de crack que havia aparecido a pouco na vila e vivia enfiada na mata a se vender a troco de dez, quinze reais, para usar crack. coloquei os dois frente a frente e pergunto primeiro a ela: - Me conta o que aconteceu.
Ela diz: - Fui estuprada. O Mané me chamou para fuma um crack, fomos e lá ele colocou a arma em minha cabeça e me obrigou a fazer sexo com ele.
Eu olhei em seus olhos e o Mané diz: - Não fiz nada! Quer matar, pode matar. Tu me conhece bem.
Então dou uma geral na Guria e encontro mil reais e vinte gramas de pedra.
Olho para a Argentina qual ficou sem ação e já se tocando, veio com a arma para o lado do Mané querendo matá-lo e antes dele se defender entrei na frente e ela parou. O Mané entendeu, pegou a pistola nas minhas costas e no momento em que a Argentina se distraiu apontando a arma em minha cabeça, ao olha em meus olhos e dizer: - Acabou "Piá do Silva" a vila é minha! Agora morre! Tu e seu aliado Mané.
Então ouço os disparos,  o Mané a mata sem dó e atira na cabeça da Guria "nóia" que tinha feito a arapuca para ele. Eu sabia que ele jamais a estupraria, pois gostava de meninos desde sempre, mas se mantinha um comportamento mais resguardado exigido pelos resquícios de preconceito anos noventa, pós ditadura.
A mãe do Mané não sabia se batia nele ou abraçava, toda confusa, dona de casa. Em meio aquela loucura sentamos no chão do porão da casa velha onde se sentenciava ou não um honrado ou possível vacilão o Mané me diz: - Mano Silva, para sempre "tamo junto" nos livramos da traição. - Precisa decidir, tu fica nessa de negar que está no crime mesmo que não tenha matado, mesmo sem colocar a mão na droga, você esta de uma forma envolvido. - Eu vou cantar uma música mano Silva
Musica: De Herói a Bandido - Voz Sem Medo
Eu ali escutando o  Mané a mãe dele em choque, os corpos no chão sobre mim, uma pressão, pois quem de fato sou? Estou correndo risco fingindo que não, mas sim estou totalmente envolvido faço caridade com dinheiro do trafico, preciso parar de mentir para mim mesmo.
Enquanto a irmã do Mané espalha a notícia: - O "Pia do Silva" salvou meu irmão!!! -Era uma armadilha para matar os dois e tomar a vila!!
Nisso chega o som da sirene da viatura, logo tem várias viaturas na vila ninguém sabe, ninguém viu. O IML leva os corpos, policiamento reforçado naquela noite.
Ao amanhecer chega a Paraguaia acelerando forte com seu Scort XR3, o ronco dava para ouvi de longe e eu já entendi que ela estava revoltada. Assim que ela chegou na casa dela onde eu morava antes mesmo de sentir vontade de me esganar, sentiu vontade de me abraçar dando graças de eu estar bem. Mandou chamar o Mané, ligou para o Pai dela que mandou nós três subir para o Paraguai.
Seguimos ao aeroporto Afonso Pena com destino a Foz do Iguaçu.
 Chegando lá fomos na casa de trocas e pegamos a mesma D20 Bonanza que jà estava consertada a qual eu havia batido na perseguição onde levei meu primeiro tiro. Sem soltar uma palavra a Paraguaia de olhos em fogo com semblante de quem queria me esfolar vivo, dá umas olhadas no retrovisor. O Mané assustado, ela entra em uma estrada de chão liga o rádio e começa tocar essa musica...
Musica: If Looks Could Kill - Heart looks
Dirige loucamente, vai anoitecendo. Paramos em um hotel velho de madeira, precisávamos esperar amanhecer para continuar a viagem. Iríamos na plantação de maconha em uma fazenda no interior do Paraguai. No hotel a Paraguaia começou a beber cerveja junto ao Mané, eu fiquei no "enrolado" e havia percebido que a dona do hotel na hora que chegamos falou com o cachorro o qual naquele momento chegou com um tatu na boca e entregou a ela. Achei curioso e ao passar um tempo ela serviu o jantar e pensa!!!  Era o tatu com mandioca!!! Foi estranho, mas estava bom demais, um arroz carregado no alho. Jantamos e fomos deitar em uma pedra gigante. A Dona do hotel nos mostrou  o céu e  ficamos a ver as estrelas piscar, as constelações bem definidas, estrelas que pareciam andar no céu e do nada lanternas vem da direção do hotel. Eram três gurias, meio índias  de cabelos gigantes. Foi a primeira vez que me encantei por uma garota só de olhar: --- É muito gata essa índia!!  Como eu não falava Guarani, perguntei se tinha um violão e a Dona do hotel pediu para que o cachorro fosse pegar e para minha surpresa, aquele cachorro gigante foi buscar o violão e a entregou. Levantei fui buscá-lo, entreguei a Paraguaia que começou a tocar essa música...
Musica: Índia - Perla
Eu sei que a Paraguaia quando se deu conta queria dar com o violão na minha cabeça, mas percebi que a Índia entendeu meu desejo na música qual nem entendeu uma palavra, mas sorriu e ficou toda de rosto vermelho.
Amanheceu, saímos e a Índia que me conquistou sai ao meio da estrada. O sol nascendo na suas costas a caminhonete a levantar poeira. ---Que cena linda!!!
Seguimos em frente e chegamos na fazenda. Um paisagismo lindo como de costume nas propriedades do pai da Paraguaia. Entramos e o pai dela me olhou no fundo dos meus olhos, cumprimentou o Mané com um certo interesse. A conversa é reta, me olha e diz: - E aí qual  é? Vai assumir ou vai perder todo arrego do tráfico? - Tu é o mais respeitado da vila e já me deu prejuízos, roubou minha D20 Bonanza, bateu fugindo pro Brasil. -Já tive de mandar matar por você, já temos os nossos porquês não nos darmos tão bem assim, nossa relação está abalada. E antes que eu responda o Mané percebe a pressão e diz: - Agora somos sócios, eu resolvo na vila e ele cuida da "grana" qual o senhor sabe o que faz como ninguém, é respeitado, não deu cadeia a morte da Argentina entre outras por ele estar perto. - Na vila todos gostam do jeito que ele é, e tem mais! - Quando o Patrão sair do presídio ele voltará a assumir tudo. - Apenas ajudaremos o velho.
O pai olha para Paraguaia que acena que sim e o Pai dela chega bem perto de mim e diz: Até quando minha filha fará tudo por você? -E tu vai retribuir?
Eu permaneço quieto e assim que saímos de dentro da sede da fazenda peguei um cavalo e sai andar só, pensar um pouco, fumar um "enrolado" para relaxar a mente e em meio a plantação encontro a Índia e suas irmãs colhendo as flores da "Cannabis" e não tem jeito estou gamado na Índia, ela é linda demais! Mas como vou conversar se não falamos a mesma língua? Saio a cavalo em disparada e olho pra trás e lá esta Ela me olhando do meio da estrada na plantação. Me distraio, caio do cavalo, bato a cabeça e apago. Caio num sono profundo, vou no mundo dos sonhos, penso em um lugar e lá estou do nada caio numa caverna ouço uma voz que me oferece uma vida farta onde não terei mais medo onde pelo mal serei protegido, que nunca mais conhecerei a fome, nada me faltará é só desejar que ele realizará. Na cena seguinte ando num lugar lindo muita flora, fauna, ouço um som de mar e sigo nessa direção, chegando lá escuto uma música
Musica: Rastros na Areia - Duduca & Dalvan
A Índia acalma minha febre com um pano sobre a testa numa velha casa no meio do nada..
 ---
👉(Continua na  parte 10)
Para continuar lendo acesse esse link:👇 
https://pepperpimentinha.blogspot.com/2020/03/o-filho-do-silva-parte-10.html 
 ---------------------------------------------------------------
Para ler o conto desde o início clique neste link:👇
 https://pepperpimentinha.blogspot.com/2020/02/o-filho-do-silva-conto-rodrigo-cc.html