quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A Musica - Parte XI

A Música - '11'

Indo andando ao lado do Baio tagarelando, olha pro leste e vê duas pedras no mar, mais que ligeiro o Mensageiro fazendo uma fogueira senta-se, pega um vinho, acende o cachimbo com a ervinha do amigo Índio. Na fogueira um peixe, um palmito, estava tudo lindo.. 
O Baio ali do lado ouvindo as risadas e bobagens do Mensageiro, olha à frente e da um 'se liga' no amigo Mensageiro, que olha feliz para a cena. Uma Deusa saindo d'água, a nadadeira vira perna, ela nua cabelo ao vento, uma voz deliciosa, na mão uma concha que fazia Musica.. 
Ele ali na cena perfeita, Musica, uma Deusa, Fogueira vinho ela falava mansinho. Ele quase caindo no seus encantos, acaba adormecendo. Ao acordar ali largado, quase nu, mal sabia se tinha sonhado ou tinha acontecido... Mas no Pensamento "achava" que era o vinho..

Na caminhada um dia inteiro de viagem, encontra um caçador e já sem suprimento vai a casa do caçador, aceita um banho, um pouso. Há dias de viagem, cansado, quer um conforto, um bom papo, fazer amigos. Chegando lá é bem recebido, chega no cercado, solta o Baio que fica faceiro . Ali tinha mais cavalos, ele corre, se despoja, fica de olho no outro lado da cerca que tinha uma égua Pintada..
O Mensageiro vê aquela cena do Baio e fala com o caçador para lhe vender a Pintada,  que a levaria para Encantadora.

Tudo certo!! Na mesa uma paca, estavam o Caçador, a esposa e suas seis filhas, todas ali na fé de ser escolhida,  pois queriam a liberdade que era mentira,  pois casamento naquela época,  a mulher só servia numa incansável rotina..
O Mensageiro foi se deitar, com a Encantadora no Pensamento. Quando se levanta,  já tudo certo despede-se e sai cavalgando no Baio que estava faceiro. A Pintada estava junto na jornada de volta para casa. Chega na areia da praia e caminha o dia todo.. 

A noite de novo vem a Deusa, uma cena linda de voz deliciosa, musica e uma boa conversa. Ela dizia que vinha de um tempo antigo, onde os Deuses tinham sido esquecidos, que elas saem da água de tempos em tempos pra achar um homem pra gerar suas filhas..
Ele dizia que não podia. Ela respondia que sabia que ela estava ali pela pessoa dele, pois quem ama adormece e não cai em seu encanto e que ele tinha feito ela se sentir bem, pois ela tinha uma vida solitária e escondida,  pois os homens não respeitava nenhuma outra forma de vida e ela era uma das últimas e queria uma filha pra não ficar sozinha.. 

Envolta o Baio e a Pintada naquela correria de pura alegria, a Lua gigante no céu, a Deusa sai correndo pra água e vem a Luz, num leve giro, os cavalos se agitam entre as ondas, a Deusa observa atenta, a Luz some num risco em direção a Lua. O Mensageiro sai mais que ligeiro e continua sua jornada rumo ao Sul, para a Encantadora levando a concha que fazia música que a Deusa havia deixado na areia..

-Por Rodrigo 'cC' -
 06/08/2017