sexta-feira, 29 de março de 2019

Eu Acredito - SamBennett (Vídeo)


"Existe uma força tão poderosa no AMOR quando RARO e verdadeiro, 
capaz de enfrentar com coragem até a mais terrível 
e dolorosa das tempestades em busca da sua felicidade."

-Samantha Bennett-
 29/03/2019
Musica/Letra/Tradução: All Of Me  - John Legend 

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"There is a force so powerful in LOVE when RARE and true, 
capable of facing with courage even the most terrible
and painful of storms in search of your happiness."

Samantha Bennett
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domingo, 24 de março de 2019

O Poder do Amor - Rodrigo 'cC'

Música: Heatseeker - AC/DC 

O Poder do Amor
(Rodrigo 'cC')

Curitiba Paraná 1993... 

Um role para testar o motor de Opala no Chevette 77, nós o chamávamos de “astucioso” era sonho de Piá desde os tempos do carrinho de rolimã nas decidas de nosso role mãe Colombo Paraná. 

Minha "barca" é extensão de meu corpo, a musica é quem gera a emoção, o ronco do motor é quem da adrenalina, mas o role é de boa. Passamos no Parque São Lourenço para andar de rolimã com meu primo sempre junto.

Desde pequeno nos tornamos complementação um do outro, eu mais malandro e ele cuidadoso, tímido e ainda virgem. As meninas ficavam doidas no Primo. Ele era mais novo que eu, mas eu gosto dele, desse jeito de se guardar para o amor verdade. 

Eu já estou sofrido, de coração partido, não entro em qualquer conversa, o sentimento é sim um lugar muito íntimo. Sou apreciador das mulheres, sei que elas gostam de atenção, de sentir sua voz de igual pra igual, elas precisam sentir o ciúme moderado para sentir o cuidado. Minha mente sempre foi aberta para perceber as pessoas, prestar atenção nelas, seu jeito, seu comportamento e converso mesmo, não tenho medo de chegar, gosto de flertar com os olhos, mas olhos sem vida não me interessam, sou egoísta, não tenho afeição à psicologia, quero saber de mim, não minto, nem prometo, mas tenho certo talento com as palavras e boas palavras abraçam, fazem sorrir e gargalhar até deixar as bochechas vermelhas e quentes e nesse meu jeito de ser, eu vivia muito bem. Não levava nada adiante, mesmo sabendo de quantas meninas maravilhosas cada uma com seu ponto atraente, ainda assim eu preferia fechar meu coração e olhar apenas para mim.
Meu Primo esperava o dia dele e em seu respeitoso silêncio havia um dançarino desinibido, um avesso a si mesmo. Decidimos passar no Shopping Mueller, centro de Curitiba. Ao entrar no Shopping descia um Del Rey conversível, os olhos de meu primo brilharam quando ele disse:- Tu viu aquela Princesa? Preciso conhecer ela! Olhei no retrovisor a placa era de Foz do Iguaçu, ele voltou me olhar e disse: - Eu vi nos olhos dela que ela é minha.- Eu dei uma olhada, dei um sorriso, estacionei o Chevette 77 ao lado de um Monza no qual a placa também era de Foz do Iguaçu. Surgiu uma espalhafatosa dizendo: - Seu tio já foi? Um Piá respondeu: - Claro! Olha a sua demora!  - Vamos logo, eles já devem estar na Ilha do Mel. 

Eu mais que ligeiro entrei no Shopping Mueller, saí lá na frente, atravessei a rua dei a volta na quadra e fui ao passeio Público, fiquei viajando nos animais, pirando com os macacos e meu primo viajando em sua Princesa. 
Atravessei a rua, fomos dar um role de roda gigante no Parque Alvorada, trem fantasma, carrinho bate-bate e meu Primo só na imaginação, criando sua vida com sua Princesa.
Era Carnaval eu não aguentava mais aqueles olhos de quem quer muito. Dei uma ficha telefônica a ele e pedi que avisasse em casa que iríamos para praia e assim ele fez.
Eu queria testar o motor de Opala seis "canecos" no Chevette 77. Passei na loja Mesbla, compramos umas bermudas, camisetas e descemos sentido a Ilha do Mel. Até chegar ao topo da serra na Br 277 sentido praia, fui de boa. Coloquei minha fita, equalizei o tojo, aumentei o volume, o carro e eu nos fundimos com a música,
Música: Nowhere Fast - Streets of Fire
o pé vai sentido assoalho, a mão ao cambio, curvas diversas, entre reduzidas, trocas habilidosas, uma ou outra a mão ao freio de mão, fazia o Chevette sem as rodas para fazer as curvas e entre fumaças surgia o astuto Chevette 77, nos retrovisores, carretas e movimento pouco. Já é meia noite, a lua em três dias irá sorrir. Ao terminar a descida da serra, retiro o pé do assoalho e seguimos viagem.
Chegamos a Pontal, entro no barco, olhando o Chevette 77 de coração apertado, fomos à procura da Princesa para dar um sentido à vida de meu Primo.
Diz ele que o mais belo Amor é o dos puros que desde cedo levam a vida juntos na ideia da verdade de o amor ser um só. Eu às vezes até sonho quando viajo em pensamento sozinho que talvez um dia o amor me encontre, pois eu ainda não sei sentir ele, por muitas nem mesmo por mim, então procurar o que?  Mas, vai que vai, barulho da "barca" da travessia, o sorriso de Piá faceiro no Primo e é essa mesmo a ideia:  a pessoa quem gostamos e não querer dizer, que isso que aquilo. Não temos esse direito né? Pra que? Se a vida já é um se vira louco e alma dia a dia pra mim não serve, eu me preservo.
Meu Primo então que não faz mal nem a ele. Eu já sou mais terrível um pouco e legal. –Ah! Como é bom ser livre, pensar. Que delicia ir e vir de pé ou de ponta cabeça. É assim que eu me sinto bem, nem adianta eu querer me envolver, a menina vai sofrer. Sou largadão demais para que me cuidem, nem pra minha mãe digo de mim, fujo de conversa séria e em casa com meu Pai não rola desde muito cedo. Sou assim. Meu Pai xucro, sem vergonha até com as cunhadas se der mole, minha mãe pilar, guerreira família. Minha irmã só de corpinho com os caras pra pagar faculdade, meio estranho, mas é assim.
Já na casa do Primo se é grato até a um copo de água, tipo outro mundo, a casa da avó, mesmas conversas, lembranças e comidas, mas é isso mesmo de todo tipo, cores e aparências. São as famílias que brigam e brincam.

Já na Ilha do Mel, meu Paraná encantado, enfim o chão e os dois sem barraca e nada além da alegria em um bolso e em outro dinheiro. Chego a uma pousada, eu já dei um jeito de ir pescar. Com meu jeito gentil e fácil de lidar, com aquela fome que a alegria causa.
Voltando da pescaria, encontro a tia espalhafatosa toda toda se achando, e podia, porque  naquele biquíni ela estava muito menina, mas a Princesa não estava junto dela. Eu mais que malandro desviei o caminho e vi onde eles estavam acampados, pois naquela hora eu estava até mais interessado na tia que meu Primo na Princesa.

Voltei a pousada, dominei a cozinha, nem falei nada ao meu Primo que ia rolar uma fervo no camping onde estava a Princesa e assim foi...
Na cozinha da pousada, eu a fazer peixe para todos que ali estavam, muita harmonia, a música "Daddy Cool" rolando e meu Primo em seus passinhos perfeitos com  graça em sua ginga. Ali me senti voltando no tempo, cheio de alegria e sorriso bobo acabei entrando dança. 
Jantamos. Eu no grau da cerveja, aquele toque simpático, ousado que fala, conversa e mais meu jeito. Quando me dei conta, nem sabia o nome da menina.

Saí da pousada e fui com meu Primo até sua surpresa envolta a Princesa e assim fomos.  Quando a Princesa viu meu Primo quase levitou em um sorriso, até eu que sou desprovido de sentimentos me comovi. Ali eu acreditei!! O amor existe!!!  Peguei uma cerveja, meu Primo um suco e cada gole que eu dava, mais cara de pau eu ficava. Já me envolvi, fiz amizades com as meninas de Maringá que ali estavam, "deram ideia" e eu fui brincando sorrindo, o carnaval rolando, apenas violão e percussão.

O Pai da Princesa com aquela cara de mal, mas logo percebi que era só cara, nem olhava pro lado. A Patroa devia ser da braba. 

Naquela noite a lua quase em sorriso, num momento de bebedeira do Pai que apagou dando a chance para o encontro. Iniciaram a conversa entre o Primo e a princesa com brilho nos olhos. 
A tia espalhafatosa me acompanhou, fomos ao mar. Lá fora os dois a namorar, olhando a lua, cena perfeita, enquanto eu sem vergonha, na segunda intenção com a tia e em meio as palavras, ela se sentiu a mais bela e desejada, aí foi o primeiro passo a fazê-la se sentir realizada. Assim ambos, no outro dia durante uma conversa, ela contou-me que a Princesa estava muito doente e que esse passeio veio para lhe realizar um desejo e que tudo esta indo mais lindo que o impossível. Então eu de coração apertado, nó na garganta de saber que a Princesa sofre "uns apagos” sem um porque e que por várias vezes sua vida correu e corre risco, mas como vou contar ao Primo isso tudo?  Resolvi não falar nada, apenas peguei o contato da tia, em Foz do Iguaçu.

Assim os dias foram passando, a Princesa era só alegria que até o Pai havia percebido e nesses dias eu
vi o amor, seu poder e fiquei tocado.

Voltamos a Colombo nossa cidade mãe. Eu com aquilo na cabeça sobre a saúde da Princesa e o que eu vi o amor fazer. Então liguei para a tia espalhafatosa e ela contou-me o quanto a Princesa melhorou, que não havia tido mais aqueles "apagos" ou ficado por segundos sem respirar e na graça do Anjo sempre volta, mas deixa o medo de que não volte, a medicina não consegue explicar.
Peguei meu Primo fomos pra Foz do Iguaçu, ficamos na casa da tia espalhafatosa e ali em cada passo, de mãos dadas, naquelas cenas tão belas dos passeios nos parques de Foz do Iguaçu, eu vi amor e vontade de viver. Na minha mente de desacreditado, acreditei que o amor que um tinha pelo outro podia ser a cura.

Voltamos a Colombo. Passado um tempo, a tia espalhafatosa veio a Colombo na casa do Primo, ambiente educado e abençoado. A tia espalhafatosa veio posar em minha casa e assim criamos nossa amizade colorida.

Os meses foram passando, não havia dado mais nenhum ataque na Princesa, ela estava curada pela maior força no mundo “o Amor” que é capaz até mesmo de afastar a morte, é energia viva, divina que precisa de duas almas fundidas se completando que tornam um único gigante chamado Amor e que sim é o mais lindo e também a mais difícil conquista em vida. 
Dois anos se passaram... 

A caminho da Ilha do Mel onde o primeiro beijo foi dado. Voltamos eu com uma nova garota no banco do passageiro do Chevette 77, olho no retrovisor o amor estava ali no banco de trás de mãos dadas e ele cantava essa musica a sua Amada .

 Musica/Letra/Tradução:You and I - Scorpions 
 
 24/03/2019

sexta-feira, 22 de março de 2019

Amor de Mula - Rodrigo 'cC'


Amor de Mula
1898 Sul do Brasil Paraná. Uma égua baia ao andar se depara com uma cadela fila brasileira morta com seus filhotes, pela temida onça. Ouve um resmungo: - Olha um filhote!! Então o pega com os dentes com maior cuidado, da uma cheirada, umas lambidas e volta ao seu abrigo, lugar seco coberto de palha sobre chão e ele resmungando, não mamava à horas, mas na bondade natural de mãe que sabia que naquela noite iria parir e assim foi. Nasce a Mula enquanto a pequena Mula se vira no equilíbrio na urgência natural da sobrevivência para sua própria defesa mesmo ali não necessária, mas esta gravada no gene da espécie e no mais belo instinto.  a Égua guia o pequeno Fila até sua teta, qual foi chamado na fazenda de “Fio de uma Égua” e assim seguiram o chamando de “Fio”. 

O tempo foi passando, o Fio e a Mula eram inseparáveis o único apego da Mula e do Fio era a pequena “Cachos Dourados” filha do Senhor da fazenda, a qual havia recebido uma carta de seu irmão Padre contando da fome e da miséria e de como eram as coisas no Nordeste. Ele estava pensativo, comovido sai varanda da fazenda olha a fartura lembra-se de como seu irmão desde pequeno era sem apego e altruísta, pensa em sua vida egoísta sabe da humildade, das conversas de varandas do sul, das conversas evolutivas na criação de gado, no plantio, a fartura que é o Sul. Já há dias sem dormir, voltando ao passado, na infância nas lembranças de seu irmão que poderia ser tão poderoso quanto ele, mas não quis o desapego do dinheiro e sim lutar contra seu efeito. Desde pequeno na fazenda dava atenção aos negros os quais nunca permitiu serem escravos, entendia suas tradições, jogava capoeira como se fosse um deles. A vida o guiou a uma vida ao próximo e o Senhor da fazenda um em prol de si mesmo.
Já cansado do tempo, sua senhora uma verdadeira prenda, conversam e decidem junto irem ao nordeste visitar seu Irmão e levar uma tropa de mulas carregadas de mantimentos, uma pequena boiada, sementes e uma muda de pessegueiro. Seguem em Viagem, descartando a Mula e o Fio.

Tudo pronto saíram em viagem, mas a teimosa Mula e o Fio foram atrás. Quando se deram conta lá estavam os dois, a Cachos Dourados solta seu sorriso de princesa e sai correndo em direção a eles.  A Mula reage abaixa-se, a pequena sobe em seu lombo e seguem viagem. O Fio com seu grosso latido, babava tudo na Cachos Dourados e assim a viajem a ela se tornou mais alegre.
Foi passando os dias às brincadeiras em rios à beira mar, o andar livre à volta da tropa e da boiada e em horas quando ela cansada ia às carroças.

Passaram-se semanas ela ao lombo da Mula e o Fio conhecendo as cidades, estados nas paradas para que o gado e as mulas se alimentassem, também  para alimentar os pintinhos, viveiros nas carroças que levavam os porquinhos.
O senhor da fazenda e sua prenda gostavam de namorar, visitar lugares, era como se pela primeira vez o senhor da fazenda esquecesse-se de si próprio e assim na ideia de quem planta, colhe, seus dias ficaram mais felizes, menos cansativos e fáceis de resolver. Havia conquistado o bem maior, a paz.

Passaram-se meses e chegam ao extremo norte da Bahia, tristeza em vida, um povoado muito simples paisagem quase árida na sua totalidade, prenuncio ao cangaço já era dito no Nordeste dessa cultura vagante na caatinga. Sua vestimenta de couro, seu chapéu amenizando o sol do rosto.  Encontra seu Irmão que surpreso com a chegada do senhor da fazenda, sendo altruísta, mostrando a sua filha o que não via na ideia de tornar a Cachos Dourados a mais linda, sábia e bondosa Prenda do Sul.
 Os dias foram passando, Cachos Dourados comparando o Sul, farto nas diversidades de clima, fauna e flora com o lugar onde estavam árvores pequenas e raras de pouca vida, quase não havia água.

Não muito distante, um povo no seu inicio, com vestimentas em couro uma honra e fé em si mesmos, um olhar para vida não aceito, mas em meio a tanta fome, falta d’água e direitos, faz o que parece não ser certo, ser gigante, ser luta constante, ser aceito sem medo, sem culpa de lutar pela vida, pelo que se acha justo. Acontece um confronto sangrento e um menino em meio a isso sai vivo. Órfão andando só pelo mundo seco, com sede, fome, incertezas de onde está, de quem é, para que veio ao mundo, injusto ao seus olhos que nem sabe que o mundo é diferente do que seus olhos e dias o contam em meio as mulas e a boiada Já cercada, A teimosa Mula foge, um rapaz percebe e a rouba.
Ao acordar seu irmão, o Fio e o Fila Brasileiro em meio às babas de suas bochechas, o olhar caído, preguiçoso, atenta-se para sua irmã e assim seguem há horas atrás do ladrão e não será difícil recordar, aquele se esconder, aquele pega-pega da infância com sua irmã, sem dizer do cheiro do rastro que o calor amplia. Sai em seu latido rouco, sentido sem nem saber para onde.
Já há um dia andando, encontra sua irmã Mula e ao chegar nela é percebido o Rapaz. Ela Tenta chegar perto e é agredido violentamente pelo Fio, que estraçalha sua cocha e o deixa no chão. Abre a boca em seu pescoço, dá uma apertada e solta olhando nos olhos do rapaz como se dissesse:- --Tu não és nada seu fraco!!!  Vai e rói a corda da Mula, a solta e assim voltam sentido ao pequeno vilarejo. No meio do caminho um poço fundo em um pequeno córrego, eles encontram o pequeno Órfão se afogando, mais que rápido a Mula pula na água e salva o Órfão e assim inicia-se uma amizade.
O Órfão já não está sozinho no mundo, irá viver uma dessas obras de Deus que não se entende. As linhas tortas que sempre é guia ao sentido de tudo isso e em meio ao nada uma família, um alguém em quem confiar é tudo e sem se quer uma palavra dita, apenas lealdade e o amor, precisando somente de atitude. Assim foi a do Fio que puxava o Órfão pela mão como se dissesse:--- Vem!!! E a Mula se deitou e Órfão a montou e assim foram os três.

Voltaram. Foi um dia de caminhada e o Senhor da Fazenda de missão cumprida havia voltado ao Sul. Cachos Dourados era a preocupação da Mula e do Fio. O Órfão nem fazia ideia do que se passava. O Padre chegou no Fio e na Mula, conversa com o Órfão, pergunta o que aconteceu, se ele está bem, se precisa de ajuda, mas ele confiava apenas em seu silencio e em seus novos amigos.
O Fio sai no rastro das carroças da Tropa e assim seguem viagem. O Órfão sem rumo na vida segue no lombo da Mula e a estrada é seu rumo, seus dias. A Mula se virava, o Fio caçava para ele e para o Órfão que conhecia as frutas e plantas e assim contribuía. Foram os dias, o mundo aos olhos do Órfão muda, sem ter quem respondesse de palavras, apenas nos olhos. A Mula e o Fio encantavam-se juntos na aventura que era estarem largados no mundo,  na estrada há meses do Sul, noites, dias que traziam aos olhos do Órfão a mudança de vegetação, o verde começa a predominar, depois vem as grandes árvores, a água, até a chegada do mar. Ele nem podia acreditar no que via, a Mula e o Fio que levam a vida como num passeio, bagunçam nas ondas. O Órfão entre brincadeiras já cansados, vão atrás do Fio que vai ao ponto mais alto da praia e olham o mar. O dia vai indo embora, vem surgindo a lua gigante, iluminando o Órfão já a tempos sem usar as palavras, aprende a ficar quieto, observa, sentir as coisas da natureza bem viva nos seus amigos.

No decorrer da viagem, uma encruzilhada uma cumbuca com comida e uma vela, o Fio querendo comer o Órfão fala: - O que será isso?  E sai uma Menina de Cachinhos Negros e diz: - É para mim! Estou fugindo! E assim boas almas ser, meu povo tem costume de colocar essa comida para quem esta fugindo. Meu povo é do bem, sofrido, sente na pele o preço de simplesmente existir, assim como os povos nativos, os índios. Diz o Órfão: - Eu entendo o que é fugir, o que é ter culpa simplesmente por nascer. Então a Menina de Cachinhos Negros diz: -  Para onde você vai?  Ele responde: - Estou indo com eles, meus amigos! Quer ir junto? Ela com um sorriso apaga a vela, pega a comida, divide com ele e assim vão os quatro soltos ao Sul.

 A Cachos Dourados que não para de olhar para trás. Seu pai só no pensamento que a Mula e o Fio voltem, pois nada é difícil para ambos achar o caminho de casa. Na certeza que animal bem tratado, te tem como um deles para sempre. Vai acalmando a Cachos Dourados .
A Mula agora com duas crianças ao seu lombo segue a viagem.  Os dois encantados com a mudança de clima e vegetação, quanto mais ao Sul chegavam mais pessoas, casas civilizações. Nesse momento a Mula e o Fio já se sentiam em casa, o frio chegando.

O Senhor da fazenda dá uma parada na fazenda de um Amigo, já no Paraná e isso faz com que o Fio e a Mula diminuam a distância. Passam os dias, a Cachos Dourados já nem olha mais para trás, triste com a primeira grande perda da vida. Seus amigos. De repente ouve aquele latido rouco, ela olha e corre na direção o Senhor da Fazenda e sua esposa de lágrimas nos olhos. A Tropa num todo festeja a alegria da pequena e do Fio e já aparece a Mula montada por duas crianças. O Senhor da fazenda olha as crianças tão distintas de tão longe de aparência as acolhe na fazenda.
Suas histórias são ouvidas, a mensagem é entendida, seu coração o manda da um rumo em suas vidas e assim é feito. Aquele homem egoísta já não existe. Entende que com que se tem a mais é compartilhar com quem precisa e assim foi. Escola, catecismo, ensinamentos de vida e os tratava igual sua filha Cachos Dourados e a gratidão daquelas crianças nem tão pequenas assim veio no entender o ensinamento e praticar o bem.

A Menina de Cachinhos Negros já mulher linda demais por dentro e por fora, entende a mensagem em sua vida, que ensinar é o que faz valer saber e esse dom qual o Senhor da Fazenda nem tinha em seu egoísmo agora no altruísmo, encaminha essa alma qual ele não trouxe ao mundo com a mesma vontade que sua Filha e assim ela se torna professora e o Órfão já na intimidade de ser homem, ter uma conversa com o Senhor da Fazenda onde aprendeu que ser homem é aquilo mesmo que seu Pai enquanto vivo dizia e para lá decide voltar ao seu nordeste, com os ensinamentos que teve na sua caminhada pela vida, pelo Sul.

Já adultos à mesa em um Jantar, a gratidão desses dois irmãos do mundão anunciam que estão de partida, que vão aplicar as lições de Deus no caminho da vida e que educar é onde se muda tudo e que educar é expressar o amar a qualquer alma que nessa terra habite sem diferença de cor ou crença, é um dom de natureza pura que faz bem a vida, evolui a mente, a alma a entender, ver o próximo. Há ensinamentos para fora do portão de casa, que prepara para vida na forma sagrada de amar a si, a vida.
O Fio do nada como se entendesse cada palavra, vem com dois de seus pequenos Filhotes e coloca uma no colo da cada um. Fica em pé os lambe abraça. A Mula na Janela baixa a orelha como se tivesse brava com a ideia de eles irem embora, mas amor de Mula é assim mesmo primeiro o carinho, depois a briga para um novo carinho e nessa teimosia a Mula entende o seu irmão Fio que sabe que ninguém merece ficar só nessa vida e oferece seus filhos a lhes acompanharem paro resto de seus dias.

A Mulher de cabelão lindo para cima pra baixo gigante, encontra o amor em um sulista e vão morar em uma região em Minas Gerais,  com mais condição a criação, apaixonado pelo gado pelo leite, nessa tropa também vai as videiras e outros frutos.

O Órfão um nordestino na essência, nunca deixou de ser um guerreiro um cangaceiro, Menino faceiro, homem direito que anda pelo certo, entre erros e acertos é o mesmo  e para sua casa volta com sua Irmã do mundo em Minas Gerais vai a Bahia no seu interior distinto a sua beira mar viver o resto de seus dias como Professor. Fez sua obra para tornar sua terra um lugar melhor e ficou ao Lado do Padre, uma obra altruísta em vida irmão do Senhor da Fazenda que o ensinou o quem nem ele no seu tempo de egoísmo fazia, mas que agora fez sua obra em sua vida, dando destino se tornando melhor, antes do fim de sua vida, antes que nada mais possa se dito, antes que se torne apenas preço o fim da vida..

 -Por Rodrigo 'cC'-
22/03/2019

quinta-feira, 21 de março de 2019

Do Jeito Que Você É - SamBennett (Vídeo)


Em meus pensamentos
tu amanheces e anoiteces
desnudando meus horizontes
desérticos e secretos
 
Amo sua voz,
seu sorriso,
 Até mesmo seu jeito super protetor
de cuidar e expandir meu olhar
me fazendo um presente do universo.

Eu te amo do jeito que você é!!
Assim!! De corpo e alma,
mente e coração, versos e rimas;
Nesse querer que me invade!!
que é minha mais pura verdade! 
 
-Samantha Bennett-
 23/03/2019
Musica/Letra/Tradução: The Way You Are - Secret Service

quarta-feira, 20 de março de 2019

Outono chegou - SamBennett


Outono estação da transição.
Nos preparando para o inverno
prevalecendo aquele friozinho bom,
em contra partida o clima 
se torna mais seco
 e os dias ficam mais curtos.
Estação das frutas 
e das folhas das árvores 
se esparramarem pelo chão.

Samantha Bennett 
2019

quinta-feira, 14 de março de 2019

Calma!! SamBennett (Vídeo)


"Vá com calma!
Devagar!
Viva cada momento 
sem pressa,
pois quem mais corre, 
mais tropeça!!"

~Samantha Bennett~
31/03/2019

Música/Letra: Alexandria-Hunberto Gessinger

Encontrar a calma e a paz em meio ao caos, é tudo que precisamos para encarar a vida. 
Hoje temos uma infinidade de conteúdo produzida no mundo virtual que se perdem em meio a esse mar gigantesco de informação.
E nós não estamos sabendo filtrar e absorver, o bom, o importante, o verdadeiro, pois é uma avalanche de coisas que vem uma atropelando a outra numa velocidade estrondosa
.
Como diz a música composta por Tiago Iorc e Humberto Gessinger.
Há “gente demais com tempo demais, falando demais, alto demais”. Enquanto todos estão “brincando com fogo pela atenção”, nós perdemos a razão, já que “queimamos mil bibliotecas de Alexandria”.

Precisamos urgentemente refazer o caminho sozinhos, olhando para o chão, tentando encontrar a paz e a calma que a gente perdeu no meio disso tudo.

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"A lembrança, o registro, em tempos fragmentados... 
uma forma de resistência, uma missão."
(H.Gessinger)

quarta-feira, 13 de março de 2019

Voando - SamBennett (Vídeo)


Voar...
É a arte de soltar a imaginação
abrir as asas e levantar voo
sem tirar um pé do chão

Fingir...
É a arte de a si mesmo enganar
sorrir com vontade de chorar 
tentando a dor disfarçar.

Chorar...
É a arte da alma extravasar a angústia,
dar vazão a tristeza  e a incerteza
e aliviar o que por dentro judia.

Lamentar...
É a arte de suspirar profundo
sentir aflição sem ninguém se atentar.
É um descontentamento mudo.

Tentar...
 É a arte de querer não desistir,
Levantar, sacudir a poeira, caminhar
mesmo já tendo desistido de seguir.

Morrer...
É a arte inevitável de cessar a vida terrena
sem fingimentos, choros ou lamentos.
É voar para a vida é eterna.

-Samantha Bennett-

Música/Letra/Tradução/Flying - Chris de Burgh

Quem é temente a Deus e tem fé inabalável, não teme a morte.
Não morrerá nunca, apenas será devolvido para lugar de paz.
A paz que o mundo te roubou.
23/03/2019

terça-feira, 12 de março de 2019

Decepção - SamBennett



Sonhos frustrados
aumenta a carga
que está sobre meus ombros.
Caminho devagar
Cada vez mais cansada
e no diário apenas lamentações
e lágrimas de desamparo
Por nunca ter me poupado;
Das  diárias decepções .

Samantha Bennett


segunda-feira, 11 de março de 2019

Vazio - SamBennett (Video)

 

Ouvir um adeus dói muito,
o coração não aceita
a alma rejeita.
a mente enlouquece,
e jamais esquece.
O corpo entra em luto
Permanente...
no vazio que somente
a gente sente.

 -Samantha Bennett-


 Musica/Letra/Tradução: Always Remember Us This Way - Lady Gaga

11/03/2019

domingo, 10 de março de 2019

Consequências - SamBennett


Cuidar de nossas palavras, cuidar do nosso silêncio.
Palavras mal ditas causam danos irreparáveis
e silenciar perante um fato danoso 
é pior ainda!

~Samantha Bennett~
10/03/2019

sábado, 9 de março de 2019

Frequência Energética


"Em todo o Universo, apenas você e a sua alma gêmea possuem a mesma frequência energética!
Isto explica porque é tão incrível quando uma pessoa se conecta com a sua alma gêmea!"

 Denis Viatico - Místico Zen

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Intitulamos de Alma Gêmea, aquele ser que nos faz sentir o sentimento de Amor mais profundo de todos. O Amor que perdura pela eternidade e que acompanha a alma, vida após vida. Quando acreditamos que vivemos várias vidas, temos de ter em conta que no decorrer delas, intercedemos com outras almas, que nos podem acompanhar, desempenhando diversos papéis em cada uma delas.
Não é por acaso que sentimos logo de imediato simpatia ou antipatia por pessoas que acabamos de conhecer, e isso só é possível porque a Alma faz o reconhecimento. Cada ser humano possui a sua essência (Alma), que emite uma energia que é única, não perceptível ao olho humano que o identifica.
Nesta vida atual, possuímos o nome que nos foi atribuído pelos nossos pais à nascença. Esse nome é a nossa identificação a nível físico, do qual precisamos para interagir na sociedade na qual estamos inseridos. A nossa identificação a nível físico nesta vida presente será o conjunto formado pelo nosso corpo, rosto e o nome que consta no nosso Bilhete de Identidade.
É através desse conjunto que somos identificados pelas pessoas com quem lidamos. Mas, não somos apenas um corpo, um rosto, um nome, somos muito mais do que disso. Poderemos ter tido vários e diferentes corpos, que nos serviram de roupagem para a Alma, um veículo necessário para sobrevivermos neste mundo físico.

O que identifica o nosso ser interno, a nossa Alma, é a energia que esta tem, cada ser humano emite uma energia distinta, que permite a sua identificação no plano espiritual pelos seres que nos assistem nesse plano. E é essa mesma energia que permite que identifiquemos certos seres humanos que nos tocam a alma. E quem mais nos poderia tocar tão profundamente, senão aquele(a) que é o nosso complemento divino, a nossa Alma Gêmea. Aquele(a) que já amámos numa vida anterior e que por alguma razão reencontramos nesta vida.
O reconhecimento da Alma Gêmea pode ser desencadeado logo no instante em que nos aproximamos desse ser humano, ou acontecer ao fim de algum tempo. Mas, é sempre sentido algo de muito especial por essa pessoa, mesmo sem que tenha sido efetuado esse reconhecimento. O modo como se poderá desencadear o reconhecimento de Alma Gêmea é muito variável, pois depende de diversos fatores, tais como o desenvolvimento interior que conduz ao merecimento por ter sido determinado ou outras.

Encontrar a nossa Alma Gêmea é uma realidade possível de ser vivida. As energias que um reconhecimento de Alma Gêmea fazem despontar, podem ser de tal modo grandiosas, que se não as soubermos canalizar da melhor forma, para as equilibrar, poderemos ficar completamente destroçados.
Não que um reencontro do gênero seja negativo, muito pelo contrário, mas poderá é não suceder para os fins que o ser humano mais anseia. A realização de um relacionamento perfeito pode passar por um encontro, para fazer com que um dos dois desperte para o que até então estava adormecido. Por vezes, antes ou depois desse encontro um dos dois ou ambos podem passar por transformações, realizações e confrontos com decisões diversificadas. Um reconhecimento de Alma Gêmea por si só, faz estremecer o nosso mundo por completo, forçando-nos a reavaliar a nossa existência.
Se não houver consumação de relacionamento, poderá tornar-se algo muito difícil de suportar; será como ter uma joia muito preciosa ao alcance das nossas mãos, bastando apenas querer para a tomarmos como nossa, mas, cometemos um pequeno erro, tomados pela cegueira do nosso intenso desejo; esquecemos por completo que o outro também terá de querer, de estar pronto e liberto para usufruir dessa mesma joia preciosa.

Todos os que acreditam na existência da Alma Gêmea, sentindo no mais profundo do seu âmago, são os que vieram com o propósito de viver esse reencontro, e quando assim é, sentem constantemente o apelo do outro.
Não há forma de determinar se existirá ou não na nossa vida, a possibilidade de um encontro de Alma Gêmeas. Por vezes, poderemos receber um aviso através de um sonho que nos demonstra que pode estar ao nosso alcance um Amor intenso e verdadeiro; mas nunca será determinado um tempo preciso para acontecer. Um sonho deste gênero pode imbuir-nos de toda a esperança e fé que necessitávamos para nos tranquilizarmos, fazendo-nos sentir, que na altura certa, ele se realizará.
Por mais que procuremos, por mais que nos castiguemos a nós próprios pensando que não somos merecedores desse tipo de Amor, e nos entreguemos a relacionamentos que nada terão para nos dar de positivo, o Amor verdadeiro quando tiver que surgir, surgirá.
Por vezes, quando menos se espera encontrá-lo, é quando ele aparece, quando já tínhamos perdido a esperança na felicidade plena, quando já tínhamos desistido de lutar, ali surge ele, iluminando o nosso coração, fazendo-nos renascer para a vida.
No início podemos não acreditar, sentirmo-nos atônitos face a essa possibilidade. Depois, à medida que vamos sendo confrontados, começamos a pensar se não estaremos a iludir-nos, se será mesmo verdade. Até que certo dia em que, ao olharmos para aquele ser humano, sentimos a certeza brotar de dentro do nosso coração.

A partir do momento em que a certeza se instala, não mais poderemos negar essa realidade, que nos foi colocada no caminho. Não quando o queríamos ou mais desejávamos, não quando mais sentíamos necessitar, mas, sim quando tinha que ser.
Duas Almas Gêmeas poderão estar separadas por uma longa distância, sem nunca se terem encontrado, mas os seus corações sentir-se-ão mutuamente, uma vez que é exercido sobre ambos um efeito ímã, que se fará sentir, atuando para que se reencontrem no momento oportuno. Os seus corações sentirão um vazio, mesmo que no momento possam estar a viver algum tipo de relacionamento afetivo.
Esse vazio é pressentido, acompanhado da sensação da ausência física do outro. É um apelo muito intenso que se faz ressoar tão fortemente quanto intensamente.
 Sentimos que nos falta algo, sem que consigamos determinar propriamente o quê.
 
O Amor de Alma Gêmea sustém-se num sentimento de amizade muito vinculado. É um amor que não cobra, não aprisiona e nem vive sobre condicionamentos. Difícil será tentar imaginar como será uma troca de carinho… um toque físico… mesmo o mais ligeiro toque de pele poderá fazer despontar uma avalanche de sentimentos e emoções de uma forma nunca antes sentida.
As Almas Gêmeas complementam-se em todos os aspectos, despertando todos os sentidos, todas as emoções, todos os sentimentos e todas as sensações e prazeres nunca sonhados, numa união completa de corpo, mente e espírito.

Sol / Lua = personificação do que se completa, um não subsiste sem o outro, não fazendo qualquer sentido a existência de um sem o outro. As energias do Céu, da Terra e de todo o Universo, conspiram a favor do verdadeiro Amor. Aquele que dá o sentido mais amplo e significativo à vida.

 -Por Maria do Céu-

sexta-feira, 8 de março de 2019

Relacionamento Saudável


Saudável é aquele relacionamento  
que há junção de um com o outro,  
Aquele que nos revela a melhor versão de nós mesmos,  
a nossa beleza, a nossa luz, a nossa verdade, o nosso amor,  
a nossa generosidade, a nossa simplicidade, nosso humor, 
 nosso entusiasmo, nossa alegria, nossa vocação,  
nossa vontade de prosseguir crescendo sempre juntos, 
complementando-nos e expondo o melhor lado da vida; 
aquele que nos edifica, melhora e até nos transforma.  

Doente e sem futuro é aquele relacionamento 
que só faz aflorar em nós mesmos, 
a nossa fealdade, a vulgaridade, 
a violência, a desconfiança, o medo, 
a exigência de afeto, a frieza, a indiferença
e a falta de amor.
Esse sim é decididamente uma junção enferma. 

Quem em uma relação 
se entrega, se doa, se funde. 
Enxerga o outro como uma extensão de si mesmo. 
Ou melhor! Um se vê no espelho do outro 
e também sente alegria, em se fundir no ato em si, 
sem esperar reconhecimento ou retorno do outro. 

Então, entramos num plano sublime  
que cura nosso corpo físico, mental e emocional,  
cura a nossa vida, ilumina nossa alma.  
Que sabe muito bem que o amor é aqui e agora, 
e é recebido de forma imediata e simultânea 
muito maior do que seu anseio mental esperava. 
Essa pessoa se torna a nossa vida, 
Oferecendo-nos, não aquilo que temos a mais, 
mas sim nos dando aquilo que ele precisa mais do que a gente.


quinta-feira, 7 de março de 2019

Meninocídio - Rodrigo 'cC'


Meninocidio!!
(por Rodrigo 'cC)

Sul do Brasil 1991, ruas de saibro, ainda existe valetas, cercas de madeira, crianças de poucas roupas, descalças, milharais, hortas pela vila, poucos carros, galinhas, alguns carneiros, vira latas nas ruas, uma mata linda, uma bica, um campo vermelho, raia no ar num pega e não pega. Brincávamos muito com a imaginação, as meninas com um simples elástico, seus papeis carta coloridos, diários, esconde-esconde, pega- pega, pé na lata, bets .

Aí de um dia para o outro veio o caderno de confidencia, o casamento atrás da porta, os piás já não queriam empurrar as meninas e sim puxar para perto, os corpos mudando, a infância indo em um desejo, um mistério, um perigo, um sábado a tarde, o REC e o Pause do rádio ligado, eu gravando a fita para festa, minha primeira vez em uma noite na rua que ia até a meia noite, as notas, tudo certo, bom comportamento, mas eu sofria um certo preconceito, os piás da vila me zoavam, por nem ser do skate ou rock, nem do dance, nem da bola. Meu cabelo que ia até a dobra do joelho, meu silencio, meu comportamento, meu olhar, tudo que parecia bom pra mim era usado contra mim. Tiravam-me de “viadinho” porque as meninas falavam comigo e eu nem ai.
Chegando á noite a galerinha toda entre treze e dezessete anos, juntamos umas fitas, discos de nossos irmãos, a casa que rolaria a festinha é de boa uma garagem pela idade e época em que vivíamos. Torta salgada, cuca, nega maluca, gasosa sobre a mesa e dentro das japonas daquela noite fria o vinho strobo, meia dúzia de luz piscando,
meu corpo se agitando, eu com meu tirar a franja do rosto com a mão, calça do avesso, uma camiseta preta com o desenho do Pateta, M2000 no pé, todos juntos nos panos, sem estar de roupa de brincar ou o uniforme da escola, muitos sorrisos, as meninas nem pareciam as mesmas, queriam lambada, uma com um disco do Nazareth na mão, cheia de brilho nos olhos esperando para dançar a lenta com seu príncipe. Na entrada da garagem um caderno de confidência que era quem dizia quem pra quem. Os mais fogosos já no cantinho brincando e brincando de verdade ou consequência ali estava o vinho na garagem lado a lado, quem era da dança só nos passinhos numa euforia só.  

Éramos nascidos nos anos setenta, crianças nos anos oitenta e agora chegou os anos noventa, todos zoando, pulando, cantando. Eu nunca tinha visto meus amigos tão felizes. A festa rolando, descobríamos quem gostava de quem, piás e meninas descobrindo sensações em seus corpos, dia de primeiro beijo, em algum canto alguma virgindade indo embora, alguns de vinho nos lábios, mas ansiando ao pecado, os não tão jovens sedentos de que o mundo abra seus portões as escolhas, se é amor, paixão, desejo, tentação. O alto nível da emoção que quer adiantar o tempo e sem medo, receio deixando a inocência, anos noventa a mudança pós-ditadura, chegada da liberdade de se expressar, dizer, ser. E assim com essa conversa eu sentado à mesa, alguns mais velhos e  eu já estava incomodado do tanto que aquele rapaz me olhava. Saí fui ao banheiro dentro da casa, olhei ele atrás de mim, meia volta dei, passei na porta do quarto entre aberto, o motivo qual os piás todos da vila se alucinavam, a mulher mais linda do mundo me olhando sério dentro dos olhos, eu ali tremi, puxei o trinco e saí. E o Rapaz continuava me olhando e eu na garagem dançando e a mulher mais linda do mundo na janela da garagem olhava a festa. Quando me dei conta, ela me olhando mais no olho e eu com um medo gigante de ser expulso da festa por ter visto ela quase nua na cama. Quando chega o opalão e os maconheiros da vila, dito o maior perigo dos anos noventa e eu tremia. A mulher mais linda do mundo vai a garagem de encontro aos maconheiros e ao passar vem em minha direção, bate seu ombro no meu olhando dentro dos meus olhos, minhas pernas tremiam. Veio um frio na barriga, um não saber o que fazer e então travei, foi a melhor coisa que fiz,  o maconheiro com uma fita na mão todos a olhar ele. Vem essa musica...
(Musica:Nazareth - telegram)
ele solta seu cabelo e passa a mão no meu, me olha, da um sorriso maldoso e começou a mexer o corpo, embala o cabelo e no Strobo ficava alucinante luzes piscando e a mulher mais linda do mundo de all star nos pés, calça rasgada, de camiseta do Iron Maiden colada ao colo. Eu não aguentei soltei minha cabeleira gigante que passava da bunda,  pensei já que está que vá. Fechei os olhos e fui. Ao voltar a mim todos de olhos alucinados com o desenho que meu cabelo fazia ao ar, num lá  e cá, o corpo em sincronia, já de cabelo a costa o maconheiro me deu uma filmada nos olhos, a mulher mais linda do mundo foi em direção ao opalão. Chegando lá, liga o opala e o som do seu motor, era mais musica que a musica e eu feliz que estava saindo fora, vem ao ouvido um assovio, eu olho sem querer olhar, ele aponta para mim e me chama, eu tremia, meio que andava, rosto quente, frio na barriga, era apenas para eu pegar sua fita. Fui ao três em um de pernas moles. Voltei  e ele me deu um punhado de cruzeiros, eu nunca tinha visto tanto dinheiro e os olhos da mulher mais linda do mundo em mim que com silencio agia, venho a perguntar qual é a sua Piá? Quantos anos tem? Quer dar um role? - Eu disse que não. Ele tentou convidar a mulher mais linda do mundo que também disse não e pegou  minha mão, me levou ao centro da garagem, essa musica tocava...
(Musica: Innocence - Debora Blando)  
 Ela me olhava dentro dos olhos, eu tentava virar para o lado e não conseguia, ela estava me colocando em pânico, mas seu colo no meu peito, sua respiração em meu ouvido estava ruim, mas estava bom. O opala vai embora e eu entendi que a mulher mais linda do mundo era maluca. Então eu respiro aliviado, olho ao lado o rapaz me olhando e isso me incomodando, eu solto ela vou pro meu canto, preciso respirar, ela tenta segurar minha mão, mas me vou sem olhar pra ela, se não eu voltaria. Fui à beira da rua sozinho,  na garagem ela percebe uma menina a olhando com inveja, ela esperta vai ao caderno de confidencias, me procura lá, numero sete e vai lendo Qual seu nome?? Quantos anos?? Onde Mora?? Qual série esta?? Gosta de alguém?? Está na festa?? Você vai beber vinho??Quer brincar de casamento atrás da porta?? Já beijou?? Quer beijar?? Gosta de dançar?? Você é virgem??  De última frase no caderno de confidencias dizendo:- amanhã você não será mais o mesmo, essa festa e da bifurcação do tempo e a mulher mais linda do mundo vê que ele é o mais inocente, dança mais não bebe e nem transa. Eu na rua,  volta o opala dos maconheiros, pega o rapaz que tanto me olhava o qual estava roubando na vila levou lá para educar, mostrar que onde moramos é Vila e Vila é mãe e com mãe ninguém mexe e eu já em pânico de como a noite era diferente do dia que a criança que apronta e se arrisca na brincadeira o Anjo salva quando adulto já impuro parece não haver anjo apenas aqui se faz aqui se paga. Ele apertado querendo ir ao banheiro, já faz um tempo. Então vai, e ao sair percebe a porta do quarto aberta, entra e lá está a mulher mais linda do mundo, apenas com a camiseta do Iron Maiden de roupa e um Trinta e Oito na mão cromado, que aumentava o susto. Eu já vesgo grato de acabar de ter ido ao banheiro senão seria ali mesmo. Ela disse: -Tira a roupa! Mas que jeito se só tremia, boca eu parecia que nem tinha, nem piava, só olhava. Ela falou:- Vamos fazer uma confidência olho a olho entendeu? Ele nem estava dizendo que sim, era tremedeira, ela zoeira, passeia em seu corpo com o trinta e oito, vai ao rádio e coloca essa musica..


Musica Like A Virgin - Madonna 

Volta olhar em seu olho, leva o trinta e oito entre as pernas, a mão na sua calça, mas ela está do avesso, se irrita, põe pressão, nem ele estava conseguindo tirar a calça do avesso, mas tira olhando o cano do trinta e oito de perto,  a cueca tira, também tira sua camiseta, ele com a mão protegendo seu intimo em silencio, ela pede para ele tirar a camiseta dela e ele encabulado tira e seu olho leva a sua mente a mais bela cena. A mulher mais linda do mundo nua e malandra, ela o toca com o som da sua voz testando o tom que mexe com o corpo, mas ainda com algo na mão, solta o trinta e oito. O piá afoito, tipo no paraíso, melhor que no sonho maroto, onde ela não era a cena perfeita ,onde ele sempre se via cada lugar toque, beijo, aperto, palavra. Ela o modela e ele se permitia, mais por medo do que por desejo, mas corpo de piá tocado está inflamado. Horas se passaram, acendemos um cigarro, tomamos um vinho. Na hora que se liga amanheceu.  A musica do escape do Opala passando na rua já veio o medo, acabou. Ressaca, preguiça, viu o dia na janela veio o desespero, ela malandra fala para ele ir para casa antes de ele abrir a porta. Ela diz: - Eu confirmo que você pegou no sono e dormiu aqui. Fica de boa, sua mãe vai entender.  Ele já vendo ela com bom olhar em momentos e outros medos. Sai confuso, mas a violência sexual e tortura psicológica continuam, pois tem medo do maconheiro o qual da a grana para fazer agrados, dando vale transporte, pagando curso de datilografia, deu Caloi Cross, um Atari Bogo Ball, televisão , som três em um,  vídeo cassete,  walkmans, roupas do momento, idas ao Shopping, um skate... Tudo podia.

Passaram-se anos, ele ainda sem amar, sem tocar em outra garota, mas podia ir onde queria dava para dar perdido, mas ele tinha medo do lado malvado dela. Chegou um dia o Opala passa devagar olhando em seu olho. Lá está o Maconheiro, o mais temido, qual era de fato seu medo, pois se ele sabe que ele tem a mulher mais linda do Mundo, o mata e se ele falar a verdade ele é coagido, o mata do mesmo jeito. O Opala vira a esquina passa uns minutos começa uma briga, ele ouve os berros: - É mentira!! É mentira!!
Ali permanece em sua inocência. O maconheiro faz pressão para que entre no Opala, ele tremendo entra, da volta na quadra ao lado do terreno vazio. A mulher mais linda do mundo, pela musica do escape do Opala se liga, onde ele levou o Piá sem maldade e pegou seu trinta e oito, chegou devagar. Viu o maconheiro com seu trinta e oito na cabeça do Piá sem Maldade, mais tão culpado quanto vitima, fecha os olhos e a única coisa que imagina é a mulher mais linda do mundo, pois ali era o fim do seu mundo, quando ouviu um tiro, não sentiu dor, abriu os olhos. Ela havia matado o maconheiro e salvo minha vida qual eu estava perdendo por culpa dela ou minha sei lá.
Ela fugiu para outro estado tinha testemunhas, eu voltei a minha vida, voltei a olhar as meninas, a liberdade de minha vida, arrumei um emprego em um projeto para menores e trabalhava meio período, e no outro período estudava, era bem vestido, pois quem me vestia e perfumava era a mulher mais linda do mundo. Ela me deixou muito a frente dos piás e meninas da minha idade.

Passou o tempo um amigo disse que ela andava ligando e pedindo de mim, marcou horários, eu não atendia. Eu estava livre podia enfim viver, ser. Eu não imaginava que ao descer do ponto a noite após eu estar com a garota que eu sonhava em encontrar, ela estaria me esperando para contar que havia ha dias me seguido e trêmula, com a maldade nos olhos queria me obrigar a entrar no carro e ir embora com ela. Eu pela primeira vez disse não á violência sexual, a violência psicológica. No rádio do Santana toca a musica que falava com ele e com o que vivia antes do barulho do tiro, antes de eu não ter mais o que dizer, aos dezesseis anos acaba sua vida, um porta malas, uma família na tristeza pro resto de seus dias, qual a morte é a única que cura a dor de quem nunca mais vai ver ou ouvir a voz de seu filho desaparecido sem um porque, pra onde, pra sempre na memória a saudade, a boa lembrança do filho levada ao infinito, a esperança do reencontro mesmo que depois de mortos em espíritos em um lugar chamado paraíso..
No medo não contou a sua mãe que sem perceber perdeu seu filho!! ..


07/03/2019

terça-feira, 5 de março de 2019

Muito Antes - SamBennett (Com Video)

 

Meu maior sonho
era ter conhecido você muuuito antes,
mas como não conseguimos esse feito,
mesmo assim hoje me sinto feliz
por ter te encontrado
e poder viver momentos
tão incríveis e inesquecíveis.
Te amo!
~Samantha Bennett~
05/03/2019

Texto: Muito Antes - por Samantha Bennett


domingo, 3 de março de 2019

Mudanças - SamBennett


A vida é uma série de mudanças 
naturais, espontâneas e forçadas,
mas nenhuma delas é tão dolorosa
e angustiante quanto ficar preso
a um lugar ao qual não pertencemos.

~Samantha Bennett~
04/02/2019

Musica/Letra/Tradução: The Logical Song - Supertramp

'The Logical Song' é um apelo emocional para a autenticidade e uma crítica à padronização do pensamento, ressoando com aqueles que se sentem deslocados em um mundo que muitas vezes valoriza a conformidade acima da individualidade.
A frase final da letra - “Quem eu sou?” - deixa uma pergunta que está presente em todos nós. Quem nos tornamos? O que poderíamos ter sido? Quais caminhos escolhemos?. 
Essas dúvidas nós mesmos que devemos responder. Qualquer “homem simples” deve se questionar e encontrar a sua própria lógica, fora da imposição que lhe foi determinada pelo mundo. 

Como o filósofo Sartre diz: 
"O importante não é o que fazemos de nós, mas o que nós fazemos daquilo que fazem de nós." 

Alegria Viva - Rodrigo 'cC' (Video)


Vejo-me assim:
A música nasceu em mim no balanço do ventre de mãe. Eu me embalava no toque sutil da música anos oitenta e essa sensação única me aguardava lá fora e assim tocou minha alma..
Já nascida em choro, era o balançar e o girar pra cá e pra lá que me acalmava. 
 
Já me segurando na pequena poltrona, lá estava eu me movimentando e minha alma retribuindo.
Fui crescendo, ... Me vi no espelho que dizia de quão poderosa é a dança que retrata a outra parte da arte da música e que quem toca também sente a alma, e nessa magia que me alucina, me acompanha agora menina com a sensibilidade mais precisa, o leve tocar do sorriso de princesa que encanta e faz parte da arte, toca o infinito assim como a dança que encanta os olhos de quem vê e aprecia a energia vinda da mais íntima forma divina expressada nos movimentos que enche de prazer a mente de quem as cria e que vem do início de tudo, a primeira expressão antes da própria palavra dita é o que os anjos faziam de tanta alegria e pureza que ficou lá atrás na criação da natureza, mas que até hoje em meio a tanto caos, a dança é energia pura, alegria viva. É voar sem sair do chão, orgasmo mental que nasce lá no coração..

Por Rodrigo 'cC' 
 02/02/2019
Musica/Letra/Tradução: What a feeling - Irene Cara

sábado, 2 de março de 2019

Completos- SamBennett



Foi quando conheci você
que me conheci de verdade
e foi nossas diferenças
que nos completaram

Samantha Bennett