domingo, 28 de maio de 2023

Ro & Sa- Por Rodrigo cC-

 Muda de Paineira Rosa!!


Nunca foi sobre o que o mundo fez por Ro&Sa,
 e sim sobre o que Ro&Sa fizeram pelo mundo!!
Por Rodrigo cC

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Transformaçoes - SamBennett


"Borboletas e flores
Uma necessita da outra
Lindas e multicolores,
Uma renasce de um casulo obscuro.
A outra da semente debaixo do solo escuro.
Ambas sofrem horrores."
-SamBennett-

Gift 'cC' 07/10/2016

quinta-feira, 25 de maio de 2023

Jerônimo - (Conto Rodrigo 'cC')


Jerônimo
(Por Rodrigo ‘cC)
Paraná
- Oi, tudo bem Piá? -Gostou mais de qual desses? - Eu gosto da tartaruga que leva a vida com calma sem pressa de chegar ao fim. - Já foi ver a onça?
- Espere ai, vou falar pra mãe que vamos ver a onça.
- Calma espere!! -Sua mãe não pode me ver.
E vem o: - “MAS” por quê?
- É que só algumas crianças que me veem. Já vi me chamarem de amigo imaginário e até gostei, mas sou Genôrimo.
Diz o Curioso:- É Jerônimo.
E recebe um: - Foi o que disse. - Genôrimo.
E de volta vem o: - Então tá.
Jerônimo conta que gostou de brincar no Parque Alvorada e conviver com os animais aqui no Passeio Público levou sóis e luas assim.
- E ninguém lhe vê?  
Diz o Curioso e recebe de resposta do imaginário Jerônimo:
- Só algumas crianças que tem essa chance de olhar entre o tempo e o espaço.
O Curioso diz: Mas como vamos ver a tal onça se não posso falar com estranho?
Responde o Jerônimo: -É, sou bem estranho mesmo, mas faz assim. -Pega sua mãe pela mão e me segue.
Assim faz o Curioso que no caminho vai quieto e o Jerônimo tagarelando:
- Gosta de gatos? Pois agora verá o maior de sua vida. -Na floresta anda livre, é a poderosa mais temida, sendo a mais habilidosa, lutadora de toda a mata atlântica, mas aqui - Tadinha está agoniada, feita pelo homem na jaula uma fraca, sofrida esperando os dias ao fim da vida.
O Curioso diz: Mas todos esses animais existem na natureza?
Jerônimo diz: - Sim! Em algum lugar nesse mundão, obra da criação.
A mãe do Curioso distraída como se tivesse algo lhe afligindo, se distrai e anda muitos passos atrás. Os dois em caminhada pelo Passeio Público, o Curioso abismado com o tamanho das Carpas alaranjadas em meio a outras gigantes.  
O Jerônimo fala ao Curioso: - Pegue os frutos do jerivá, jogue na água e se encante com o tamanho da quantidade.
Assim o Curioso faz, pois já havia percebido no primeiro contato no parquinho onde só ele movia a areia para o castelo, enquanto "Jerônimo" no seu faz de conta me ajudava em nosso castelo imaginário. Sim é hilário, mas ele não me espanta e sim sua sabedoria a um Curioso encantar.
A conversa anda e de repente o Curioso vê o pouso das aves brancas e Jerônimo diz:
- Essa é a cegonha, diz à lenda que elas trazem os bebês a Curitiba.
 Abismado o curioso vê uma porta e vai em sua direção, ao entrar vê uma sucuri gigante, aranhas variadas, entre outras cobras, mas um barulho lhe chama atenção, é o chocalho de uma cascavel onde leva a mão no vidro e ouve de Jerônimo:
 -Se fosse na natureza você estava pego, estava morto! - Tá maluco Piá? -Não se Iluda com o que te atrai na vida, o que cobiça os olhos e ouvidos vem do perigo, atente-se com isso. - Vai viver uma única vez nessa pele, de valor a vida lhe dada, ande com todos, mas ande só, não conte de sua vida, não deixe que lhe julguem pela sua própria boca, isso é um perigo!
Curioso, nervoso retruca: - Nunca nem minha mãe falou assim comigo!
Fecha a cara, mas vê que se não fosse o vidro a vida podia ter se ido ao encanto da cobra pelo barulho no ouvido. 
Já lá fora Curioso encanta-se com as araras de todas as cores, papagaios contando de algo que lhes foi dito quando nas mãos do homem, presos sozinhos àquilo, ver os dias perdidos. No gigante viveiro, primavera, canto de todas as cores sabiás pretas, correntinhas brancas, laranjeiras, coleirinhas, pintassilgo, o nervoso canário terra ,o bem te vi, o sanhaço, o saíra, o beija-flor, o joão-de-barro, sangue de boi, curió, tiziu, entre outros tantos. 
Uma moça sentada no banco lendo, seus olhos em lágrimas a história estar comovente, a outra num pra cá e pra lá os cabelos ao vento esperando algo..

Num outro momento, no pedalinho quanta alegria era, Curioso que só ria e com toda força pedalava, aquele primeiro contanto com a maravilhosa sensação do pedalo. Seu passeio perto da margem do lago, muitos micos em atrapalhadas de um-pega-num- pega, as cegonhas alçando voos com seus gritos e já imaginava se seria um piá ou uma guria a nova criança que a Curitiba chegaria.
 Já fora do Pedalinho que havia levado o Curioso a um mundo encantado, olha para outra direção e vê a roda gigante. É o Parque Alvorada o lugar mais legal que eu iria em minha vida, um ônibus gigante vermelho envidraçado cortava a cena entre a sombra das árvores, o barulho do recreio no Colégio Tiradentes.
O dia passa... Na Praça dos Gigantes pelados em pedra entalhada, meu olhar sentido leste, Inácio Lustosa lá no fim o sol se ia, olho à minha direita, cabeludos, rock and roll, Let's dance. O gigantesco Shopping Mueller.
Minha mãe pergunta: - Shopping ou parque?
Na mesma hora a puxo em direção ao parque.

Um dia de alegria, muita mesmo, um dia daqueles em que se esquece do mundo. No giro da roda gigante Curioso perguntou:
-E essa sua roupa, calça bege, camisa de saco e sandália de couro, marcas nas costas?
 Jerônimo diz: - Vim de outro tempo.
Curioso pergunta: - O que lhe aconteceu?
Jerônimo diz: Morri no tronco para que castigassem meu Pai, mas esquece disso, hoje é um dia único de alegria.
O Curioso entendeu na alma o que disse Jerônimo de que essa Curitiba primitiva não existe mais e no carrinho bate-bate quanta risada do Curioso qual batia mais que andava. No terror do trem fantasma, mas que nada! -Sou Imaginário alma boa, não atormentada. E o riso frouxo a noite toda. Agora a lua cheia iluminava a cena da despedida e o agradecimento do Curioso que há um dia havia enterrado seu pai e hoje apenas deu o dia de paz a sua mãe reagindo alegremente, acalmando seu coração com a melhor reação, após o pior dia como um sinal de paz a vida que seguiria.

Hoje aqui sentado no Passeio Público, trinta anos depois de não ver mais o "Genôrimo", me lembro desse dia entre tantos outros que me livrou da maldade, sei que cresci e já não consigo te deixar entrar no meu imaginar, mas sinto que aqui está e sua mensagem a mim guardada; de ser grato por não ser pior, por acordar e ir dormir..
Musica: Valeu Amigo - Mcs Pikeno e Menor