quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A Fogueira - Parte VI

 A Fogueira - '06'

Levanta-se o Cabeludo percebendo que o Híbrido se aproxima e ao sentir sua alma, se alivia. Com um gesto todos ficam quietos e se levanta a Onça Negra, amiga de Olhos de Céu. Olhando cega na mesma direção colocando todos em alerta. O medo se espalha, a energia na cena fica negativa, o Híbrido se aproxima em passos contínuos, todos tomados pela adrenalina, ele se senta ao lado de Olhos de Céu que o recebe com um sorriso..

A Onça Negra meio ciumenta, chega resmungando, mas vai acalmando-se, pois tem o sexto sentido percebe que não há perigo. Os corações se acalmam, acabam o agito. O espiritualizado da aldeia lhe oferece uma ceia, o Híbrido cansado, alimenta-se.
Ao amanhecer sobe na Figueira no centro da aldeia e faz sua morada, com galhos e folhas de coqueiro..  Cedinho aquele 'fervo' da brincadeira da Onça negra, num pega e não pega com o Hibrido que tinha reconhecido as penas na cabeça dos Índios e se acalma, pois era filho de um que tinha sido achado bebezinho de uma tribo ao extremo Norte do mundo novo de onde tinha vindo..

Com o passar do tempo, todos da Tribo abismado com o Híbrido e a Encantadora tentando lhe ensinar a falar, pois ele aprendia rápido, só olhando aprendeu a fazer fogo e com o Cacique aprendeu a usar o arco. Era  habilidoso nas árvores, aprendeu muito com a tribo. Havia regras, respeito e uma linha evolutiva onde tudo tinha o tempo certo para o amadurecimento..

A Fogueira era um lugar abençoado pela qual o Híbrido tinha carinho, depois do dia em que o fogo dominou, nunca mais a chama se apagou e em sua volta as histórias do Cabeludo e o Mensageiro, às refeições, grandes decisões da tribo se tomaria. O gostoso era o dia do cachimbo tinha uma dancinha que até chover fazia!! Um momento de pura magia..

Desde sua chegada, o Híbrido prestava atenção na fala de uma forma curiosa e a Encantadora lhe ensinando a falar, esperto, fiel a Olhos de Céu a protegia sem cortar sua liberdade. Ele e a Onça Negra não a deixava longe, muita luz ela tinha e pra ela e a Onça Negra suas primeiras palavras dizia era o segredo que eles tinham..

A noite todos na beira da Fogueira, um silencio, diz o Híbrido, que essa noite ele diria sobre a Mãe Natureza e sobre o que via dizendo, que a árvore é o ser mais generoso, pois dela tudo se tira: a sombra, o fruto a madeira pra fogueira, até o ar que se respira e que o passarinho faz seu ninho, todo arrumadinho, conquista seu amor pra vida e é leal, alimenta sua amada dias seguidos enquanto ela choca seus filhos e depois de nascidos de igual pra igual alimentam e dão um caminho ao seus filhos levando a fidelidade até o fim de seus dias..

Já no momento triste de ser diferente, estar só no mundo, uma lágrima no canto do olho e ele diz que por mais triste que pareça, ele é feliz por ter a vida, por ser livre e ter amigos que não o deixa se sentir sozinho. Leais que te percebem sem sequer dizer uma palavra, no jeito ou na olhada e agora chegava a vez de falar do Cacique e começaria ali mais uma  história e essa é a do dia em que ele salvou os seus e o Mensageiro dos Homens da Caveira de tantas contadas a beira da Fogueira....

-Por Rodrigo 'cC'-
03/08/17