terça-feira, 3 de março de 2020

Conto: O Filho do Silva - Parte 12


 Parte 12 - (Continuação)
-Por Rodrigo 'cC"- 
De volta à vila vou atrás de comprar dois terrenos. O pai da Paraguaia paga. Eu chamo a vizinhança na ideia de fazer um bingo mensal para arrecadar a grana para construção da associação da vila. O povo mais  chegado num “fervo” toparam na hora.
O primeiro de cada família a participar levou uma prenda boa. As tias da vila levaram de doação: bolos, salgados, fim de outono pinhão catado na mata da vila, milho verde que o seu Maneco doou da sua plantação, cerveja de garrafa refrigerante vendido de copo doação do mercado e o material de construção doou uma generosa prenda e assim foi aquela energia da vila unida. Agora a vila sem trafico, mas morada de malandro de respeito tem uns par de forte “rolê” louco. Meu amigo Mané só vende no peso, o Patrão da vila vai para o Paraguai quando terminar de puxar sua cadeia.
A Vila na paz o Tio do escolar surpreendeu a vila ao chegar ao bingo vestido de Palhaço e atrai todas as crianças pra rua. O primeiro bingo foi feito no bar do Pé Vermelho, brincadeiras de elástico, amarelinha para as gurias, dois golzinhos e pipas para os piás, tudo era vendido a um real.
A noite chegou, o bingo silenciou um espalhado de sorrisos no rosto da galera da vila, crianças cansadas de tanto brincar de tudo ao mesmo tempo, olho para Japa, para Mané: - Vamos dar um “rolê”?

A Japa diz:- Vamos buscar minha prima que chegou do Japão?
Então vou até minha casa no pico da vila, pego o Opala Diplomata e desço. Dou ideia as piazadas para recolher todo o lixo e dou vinte reais para cada e elas vão faceiros recolher. -- Vai virar em pipa a grana – Bom assim.
Seguimos para o centro de Curitiba, ligo o CD, coloco esse som...
Musica: Get Crazy -  Sparks
Avenida Abel Scuissiato, saída da vila quinhentos metros de reta encho o motor em uma brusca acelerada, o Opala seis canecos responde, solto a embreagem e dos pneus traseiros levanta a fumaça, estico a primeira marcha, segunda, seguro o Opala, passo a lombada, levanto o giro, primeira... segunda ... Mercado na esquina, passo de boa, duzentos metros curva forte a direita, BR116 estico as marchas do Opala, ronco louco, entro na Br116 de lado, vou para a pista da esquerda, dou final no motor do Opala, paro no sinaleiro e ao lado para  duas garotas em uma Kadett conversível e pergunta: - Onde vai Apressado?
E Eu respondo: - A procura de uma noite única.
 Diz uma delas: - Vamos a minha festa então?  E passa um bilhete com o endereço.
Sigo a buscar a prima da Japa no Ecoville e vamos à festa. A prima da Japa linda que só. Vamos a festa pego a BR 376, pé no assoalho, escape do Opala a fazer musica alta, acendo um “enrolado,” desacelero, paz na mente, chego na festa em  um sitio, todos a me olhar, descemos, um salão grande, luzes e essa musica começa a tocar...
Musica: Boys - Sabrina Salerno
Já no corredor em direção ao salão me vem meu Pai na memória e entro dançando como se estivesse sozinho. Entrei no meu mais íntimo da mais gostosa viajem e todos me olhavam. Uma ruiva vem a me acompanhar, ela conhecia os passos e ali em sorrisos conversamos,  vou ao bar pego uma lata de Coca-Cola, vou a beira do Lago com a Japa, sua Prima e o Mané, fumamos outro “enrolado” e desenrolamos e fomos ao salão tirar uma viagem com as luzes piscando as pessoas dançando. Quando chega uma guria morena e me pergunta se eu tenho um enrolado para apresentar, vamos à beira do lago, ela me beija, me tenta, mas me vem a Índia na mente e dou aquela broxada, corto a morena que sem entender me respeita e me afasto. Ela diz: - O que foi?
Eu digo: - Eu Amo alguém, não consigo transar com mais ninguém.
Ela então responde: - Vá atrás dela. - Ela é de sorte, mas volte aqui vamos levar ideia de boa, prometo não te provocar.
Nisso chega uma loira e diz: - Amor o que faz ai?
E a Morena diz: - Vim só fumar um enrolado.
A Loira diz: - Acabou?
Então eu enrolo outro e fumamos a morena vira pra Loira e diz: - Acredita que ele não transou comigo por amar outra?
E a Loira ri e tira a roupa e a Morena faz o mesmo e ali as duas começa e se beijar por inteiras e eu ali de boa como se nada tivesse acontecendo.
Não sinto vontade de me envolver fico admirado comigo, pois amo e esse amor é poderoso, volto para festa e deixo as duas ali. Avisto a Japa e o Mané, conto a historia, eles dão risada.

Vou ao Opala encontro a dona da festa que já vem toda de graça, me leva a um lugar reservado, umas dez garotas, a aniversariante é virgem e querem que eu dance para elas e transe com a virgem. Eu sem graça e mandei a real!  Falei! Tenho namorada e não sei trair e foi mesma coisa que dizer: Venha! Choveu gurias de tudo jeito, quando me dei conta estava nu. A Japa me viu pela janela, a olhei com um olhar de socorro e assim foi... Ela entrou me chamando de vagabundo, gritando pra eu ir embora e virou um grileiro. A galera da festa me viu saindo de cueca, fui para o Opala e saímos rindo muito. A prima da Japa de cara fechada, manda a realidade para mim dizendo  que devo me cuidar muito que quem tem a energia que atrai, por muitas atrai o que não quer,e que o não querer quem te quer,gera energia ruim, pois a pessoa que te deseja e não tem coloca energia, muitas de um desejo bom, mas a maioria o desejo ruim e é no desejo que a maldade vem,na força, na energia gasta pra isso e a Japa a traduzir usou um tom de bronca em mim e entendi bem o recado da prima da Japa e acabei descobrindo que não era só com a Paraguaia que eu havia perdido  o interesse pelo sexo e gostado de fazer amor. Coloco uma musica para Relaxar...
 Música: Grobstadnacht - Dreizack
Pegamos a BR376 na direção errada vamos sentido litoral Sul do Paraná e norte de Santa Catarina quando começo a acelerar. A prima da Japa pede para eu a deixar dirigir. Parei o Opala e a deixei. Vou te contar!!! Essa prima da Japa ligou o modo aventura e pisou no Opala os pneus de trás sofreu fazendo fumaça ao patinar sem parar e foi “A adrenalina”. Fumamos outro enrolado  e chegamos em Guaratuba Paraná  quase amanhecendo, nos deliciamos com o nascer do sol no Morro do Cristo e  ali pergunto a Prima da Japa: - O que é a energia que você  dizia?
A Japa traduz e diz: - Da Alma, é ali que somos fracos e poderosos, onde guardamos o que nos tornamos, é onde mora a bondade e a maldade.
Assim, num resumir entendi bem. Eu não tirava a Índia do coração, do bom desejo, do pensamento e no mesmo momento à Índia que pensava nele, uma criança no útero gerava.

Passaram os dias...
Eu em casa na vila a pensar na Índia.
E lá no Paraguai sua barriga crescia.
Passados mais de meses a Índia procura a Paraguaia para pedir que me chame que ela precisa conversar comigo, assim a Paraguaia faz.
O Pai da Paraguaia ao perceber a gravidez da Índia a trás para casa e a leva fazer todos os exames. A Paraguaia me liga e pede que eu vá a fazenda o mais rápido possível.
Eu vou ao Opala, ele não liga, vou num amigo e pego sua Kadett Ipanema emprestado e parto para o Paraguai com uma quantia de dinheiro no bolso, nem habilitação tenho, mas na BR277 a fiscalização não é forte.
Chegando a Guarapuava cansado procuro um hotel, preciso dormir não aguento ficar acordado, paro janto na churrascaria, pergunto de um hotel vou até o hotel e já vou deitar. Um sono que me domina, durmo e começo a sonhar com a Índia, acordo durmo e o mesmo sonho me persegue, as horas passam a Índia a me chamar. Eu tento chegar nela e quando vou chegando é um sonho e acordo e isso me colocava em pânico.
Pego a Kadett Ipanema e saio bem louco na estrada, o sono me pega, bato o carro, tudo se apaga, um nada toma conta, tudo fica escuro e o meu pensamento vaga nesse escuro sem entender nada.
No Paraguai e Índia ao chegar para fazer os exames do nada passa mal e é internada num picar de olhos, enfraqueceu e foi ao coma induzido assim como eu me encontrava em um hospital em Cascavel Paraná.
De repente nesse escuro num nada escuto a voz da Índia, meu coração acelera os médicos a observar minhas reações, assim como os da Índia a observar a reação dela. E na beira de um lago encontro a voz que me chama e meu corpo reage e lá esta ela sentada, sento ao seu Lado e de longe vejo um menino correndo e ela diz: - Vai se chamar Raoni, é nosso filho, cuide dele e ofereça a ele o que há de melhor em você. E me abraça e some dizendo: - Te Amo.

Em Cascavel no hospital acordo no susto e no Hospital no Paraguai morre a Índia e nasce Raoni,  antes do tempo, mas o dinheiro do Pai da Paraguaia dá o que precisa para ele  ficar vivo.
A Paraguai já ciente do meu acidente me espera há dias sair da UTI e não me conta nada.
Eu já no quarto conto a Paraguaia do meu sonho e ela me olha assustada e eu pergunto: - O que foi ?
Ela responde: - Nada.
Estava claro que algo acontecia e as horas e dias passam. Saio da UTI, a Policia a me esperar querendo saber do carro, do acidente, do dono do carro, mas minha velha sorte trouxe policias corruptos e o dinheiro da Paraguaia os calou.
Mandei o que sobrou da Kadett Ipanema para o dono. Minha mãe no telefone aos gritos de alegria por eu estar bem e em outros momentos me dando bronca.
Seguimos ao Paraguai: - Pergunto: - O que vou fazer no Paraguai?
E ganho de resposta: - Calma, chegando lá tu vai entender.
Pego uma caixa de fósforo e começo a fazer musica e canto essa musica...
Musica: Is This Love-  Whitesnake
Ás lágrimas vem com força, não controlo meu coração que bate louco, uma sensação estranha, uma vontade de soltar um grito, jogar fora a energia presa.
Chego ao hospital no Paraguai, sinto uma energia gigante, poderosa e olho pra Paraguaia, pergunto o que aconteceu e ela me olha em lágrimas. Me assusto e saio do carro e a Paraguaia diz: - Vai ao quarto 201 e saio sem entender..
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👉(Continua na parte 13)  
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