terça-feira, 3 de março de 2020

Conto: O Filho do Silva - Parte 13

Desenho realista bebê | Desenhos realistas, Desenhos, Realista

Parte 13 - (Continuação) 
-Por Rodrigo 'cC"-

Chegando ao quarto me deparo com o Pai da Paraguaia que me abraça e ali sem entender nada pergunto: - O que acontece?
Ele diz: - Calma!
Eu sinto a presença da Índia, meu coração acelera. O médico se aproxima e diz: - Venha  conversar comigo.
 Eu já vou questionando da Índia. O Pai da Paraguaia abre a porta do quarto e eu sinto uma energia boa e gigante antes mesmo de entrar. E ao entrar me deparo com um bebezinho na incubadora. O sorriso toma conta do meu rosto e o bebezinho assim que sente minha presença reage. Então entendo que não era um sonho que eu tive e sim uma despedida. Olho para o médico e digo: - Já entendi tudo, meu amor morreu no parto e esse é o pequeno Raoni.  
O médico diz: É sim, a Índia disse mesmo que tu virias, segundos antes de morrer e que o nome do piá seria Raoni.  Muito me assusta saber que tu não sabias e sonhou com ela e Raoni. - Ela já estava morta quando tirei seu filho e cuide, pois é de sorte e o que mostra isso é ele estar vivo. Precisa ficar um tempo aqui no Paraguai, Raoni precisa de tempo na neonatal.
Diz o Pai da Paraguaia: - Vamos descansar. Você não pode ficar aqui dentro da neonatal, então vamos até uma cobertura que tenho aqui perto.
Chegamos à garagem do prédio e o Pai da Paraguaia diz: - Tem um carro debaixo daquela capa cinza e a chave esta lá em cima no prédio, pode usá-lo.
Subimos para a cobertura e de lá avisto cassinos e o Pai da Paraguaia diz: - Toma um banho, depois vamos ao cassino distrair e conversar, eu sei que  você está sem chão. - Vamos! -Arrume-se.
No banho lágrimas de tristeza de perder um amor e a alegria de ganhar outro. Uma mistura louca de sentimentos, mas me visto e pego a chave com o símbolo de um puma. Ao descer me deparo com um Puma GTB S1 debaixo da capa cinza. Entro ligo e vem a musica do motor seis cilindros em suave embaralho da marcha lenta ligo o rádio e toca esse som...
Musica: 18 And Life - Skid Row
Seguindo a Ford Bronco do Pai da Paraguaia, vamos primeiro a um Cassino isolado, onde havia briga de cães e de galos, o Pai da Paraguaia me apresentava como Ohaló e todos me saudavam. O Pai da Paraguaia me pergunta se já assisti uma briga de galo e digo que sim que onde moro tem galista. Sentamos para assistir a rinha, o Pai da Paraguaia ia apostar no galo de um amigo já com seis rinhas, da linhagem Alicate vindo do Brasil, contra um galo da Bolívia chamado Asa Dura, da linhagem Pena Curta. O Pai da Paraguaia ia apostar dez mil dólares, eu pergunto: - Mas tu entendes de rinha de galo?
Ele diz: - Vivo apostando aqui e ganho dele mil dólares pra apostar, deixei a rinha começar e assim que o galo da linhagem Alicate começou a levar espora e aguentando firme, morre, mas não corre. Eu apostei nele, pois percebi que o risco era grande, mas acreditei que na hora que batesse iria matar e o Pai da Paraguaia já havia jogado contra o galo de seu amigo como quase todos, pois era o favorito, nove rinhas, mas foi como percebi, o galo Alicate esperou o galo Pena Curta bater e ficar auto confiante e assim foi... Numa saída de nuca  do galo Pena Curta o galo Alicate matou e feliz da vida cantou,  pois essa é sua natureza, não luta porque o humano quer, pois a criação o fez assim, corajoso que luta pela sua vida desde pinto pequeno até ao galo formado que desafia o outro para vencer, passar seu gene, viver entre as galinhas e ter seu sucesso na vida. 
Eu havia pegado dez por um, apostei mil dólares e ganhei dez mil dólares e me veio minha amada na lembrança, lagrimas foram mais forte que Eu.
Saímos da rinha, voltamos à cobertura, fumei um enrolado olhando Assunção capital do Paraguai momento só. A única coisa que me restava ao em vez de lamentar a partida da Índia o amor da minha vida e agarrar a choradeira depressiva. Fui em direção das boas lembranças e lembrei-me do nosso primeiro encontro, de como a vida é louca e por muitas não se faz entender. Fui ao toca disco e dou de cara com um disco da Perla com a primeira música sendo a mesma que cantei para ela no momento em que nos sentimos nos conhecemos sem poder se entender nada das palavras, pois ela falava Guarani e eu Português. Liguei o toca discos escuto a musica..
Musica: Índia - Perla
É como se aquela primeira musica falasse comigo, entrei no silêncio, veio em mim à imagem da Índia no pensamento sorrindo pra mim. Logo entrei naquele sonho onde minha amada me disse do anjo Raoni que trouxemos ao chão. Peguei o telefone, liguei para a Paraguaia e perguntei o que a tribo fará com o corpo dela, e a Paraguaia disse que a colocariam num jarro e perguntei se eu poderia ir vê-la. Ela disse que não, mas que o Cacique queria falar comigo em sete dias, após o ciclo das noites sem luar.
A noite passa que nem vejo, amanhece vou ver o Raoni pela Janela da Neonatal e hoje quem aparece por lá é a mãe da Paraguaia qual mal falava comigo durante esses anos. Achegou-se e me deu um abraço, me pediu para acompanha-la num café na lanchonete do hospital. Pedi meu Nescau e ela um café e me diz: - Tu tens uma vida nas mãos, abandona as aventuras da vida, dê muito contato físico desde o inicio, converse, brinque, criança precisa muito de atenção.
Eu digo: - É Verdade precisa mesmo, tenho uma amiga a Japa e a irmã dela que tem síndrome de down e ao conviver com elas eu percebi a importância da atenção e grudei mais em minha irmã vendo as duas se comportando.
A mãe da Paraguaia diz: - Quando for conversar com o Cacique irei com você, eu falo Guarani, nasci naquela Aldeia, então Piá do Silva apenas se coloca numa situação de paz e certeza não deixe que os índios sintam em tu maldade ou algo assim que não vão lhe confiar o Raoni. – Eu sei que tu és o Pai, mas passe a eles essa sua energia boa e não essa energia que ganha todos a sua volta, me entendeu né?  
Eu respondo que sim a agradeço e vamos ver o pequeno Raoini a mãe da Paraguaia me conta de quando foi mãe de como fugiu da tribo e como foi casar com o filho de uma família que há dezenas de anos tiveram escravos nas fazendas de plantações de Cannabis . Disse-me  que sua Tribo a odiou, depois de seu marido viver essa historia de Amor e ir contra seu pai e casar com uma Índia e ver sua Índia ser aceita na sua Família de brancos milionários norte Americanos que se Julgam superiores e lá servem o anticristo. Agora te ver negar todo o poder que o anticristo tem a oferecer e não querer casar com minha filha milionária, pedir para que pare o tráfico na sua vila, mesmo podendo pedir poder e tudo que quiser. Meu marido libertou todos os escravos que ainda restava e os convidou a ficar para receber salário.: - Então Piá do Silva tu fizeste o que sempre senti vontade de conseguir fazer e te agradeço do fundo do coração. -As minhas razões para mesmo sendo Índia e sendo dona indiretamente das terras onde se tem escravos Guaranis nas plantações de Cannabis, foi o Amor. Sempre acreditei que um dia iria conseguir que meu marido os libertassem e quero que saiba que já passou bem perto para meu marido te matar, sabes que já deu trabalho, prejuízos e que minha filha matou por você, mas acredito cegamente que meu marido se não queria ter um filho como você, pelo menos queria ser um pouco igual a você, pois essa proteção e preocupação não tem nem com a nossa filha e isso surgiu quando você não quis minha filha. Não por não gostar dela e sim por gostar respeitou a verdade de seus sentimentos.
Então dei um sorriso de feliz e disse: - Eu gosto do seu marido, da sua filha e hoje aprendi a gostar da senhora, a conhecendo de história de vida. Fico feliz em sem querer acabar com os escravos, pois a Índia eu conquistei a liberdade até quis comprá-la, mas seu marido a libertou nessa verdade de meus sentimentos que o encantou e na viajem até a tribo que ela engravidou. Agora esta ai, depois de meses o pequeno Raoni a minha amada no fim da vida com Tupã.
Diz a mãe da Paraguaia: - Vamos almoçar?
Eu digo: - Vamos à cobertura estou lá.
Ela de imediato liga para o marido e filha. Entramos na Puma GTB S1 e a mãe da Paraguaia diz: - Esse carro compramos em Curitiba, nunca nem minha filha dirigiu e meu marido umas três vezes e eu só havia andado apenas na viajem de Curitiba a Assunção.

Vem-me na ideia o almoço, penso numa polenta e ao passar em frente a feira já vejo frango caipira vivo. Comprei, matei, limpei.
A Paraguaia chega e vai me ajudando, a mãe dela namorando nosso comportamento, eu digo: - Faz assim Paraguaia esquente a água na panela, coloca uma colher de sal e uma de manteiga,  pega o fubá, mas não coloca na agua que empelota. -Faz assim: - pega uma colher de manteiga e meio copo de leite misture no fubá seco e acrescente colher por colher na agua fervendo assim não empelota ai tu mexe por quarenta minutos que vou conversando com sua mãe.
A mãe dela ri, pego a panela douro a cebola com uma colher pequena de açúcar jogo o frango já salgado, refogo sem parar de mexer, junto a cebola levemente caramelizada, coloco o alho,  continuo a refogar ,quando chegar em ponto de fritura coloco uma xícara de agua quente e deixo cozinhar. Corto cebolinha e salsinha e reservo. Corto dois dentes de alho coloco no frango quando baixar a xicara de agua coloco outras duas  e acrescento uma colher de colorau e quando estiver baixando coloco a salsinha e cebolinha.
Passaram quarenta minutos. Pronto o frango e a polenta salada de almeirão temperada com bacon e vinho seco. Almoçamos.

Na tribo assando pinhão em volta da fogueira, o Cacique com o pensamento firme de ficar com Raoni na Aldeia. O Pajé de acordo.
A semana vai passando. Os dias na Neonatal com Raoni, as noites na cobertura. Nada me acalma mais que um enrolado e de novo sonho com a Índia linda, gostosa, maravilhosa me levou passear no paraíso, pois acordei como se tivesse feito amor com ela a noite toda acordei amando ela mais ainda, mas cai na realidade.
Vou à geladeira não tinha doce, faço um café, como pão com margarina e açúcar, ligo o rádio  e toca... 
Musica:  Take On Me - A-ha
não me contenho, saio dançando de cueca como se estivesse só no mundo, quando me dou conta uma mulher me olha da outra cobertura e isso me deu uma sensação ruim. Saio, vou ao hospital ver meu pequeno Raoni . Volto à cobertura, pego uma caminhonete F1000 na garagem da cobertura e vou em direção à fazenda, pois é chegada a hora de ir a Aldeia falar com o Cacique e decidir a vida de Raoni ..

(👉Continua na  parte 14)
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