quarta-feira, 4 de março de 2020

Conto: O Filho do Silva - Parte 09

Parte 09 - (Continuação)
-Por Rodrigo 'cC"-

Acalmo a mãe do Mané dizendo: - Vou ouvir as duas partes e serei justo, pois se ele estuprou, terá que pagar, a senhora tem filha e é mulher sabe o que estuprador merece.
Assim fiz, chamei a guria "nóia" de crack que havia aparecido a pouco na vila e vivia enfiada na mata a se vender a troco de dez, quinze reais, para usar crack. coloquei os dois frente a frente e pergunto primeiro a ela: - Me conta o que aconteceu.
Ela diz: - Fui estuprada. O Mané me chamou para fuma um crack, fomos e lá ele colocou a arma em minha cabeça e me obrigou a fazer sexo com ele.
Eu olhei em seus olhos e o Mané diz: - Não fiz nada! Quer matar, pode matar. Tu me conhece bem.
Então dou uma geral na Guria e encontro mil reais e vinte gramas de pedra.
Olho para a Argentina qual ficou sem ação e já se tocando, veio com a arma para o lado do Mané querendo matá-lo e antes dele se defender entrei na frente e ela parou. O Mané entendeu, pegou a pistola nas minhas costas e no momento em que a Argentina se distraiu apontando a arma em minha cabeça, ao olha em meus olhos e dizer: - Acabou "Piá do Silva" a vila é minha! Agora morre! Tu e seu aliado Mané.
Então ouço os disparos,  o Mané a mata sem dó e atira na cabeça da Guria "nóia" que tinha feito a arapuca para ele. Eu sabia que ele jamais a estupraria, pois gostava de meninos desde sempre, mas se mantinha um comportamento mais resguardado exigido pelos resquícios de preconceito anos noventa, pós ditadura.
A mãe do Mané não sabia se batia nele ou abraçava, toda confusa, dona de casa. Em meio aquela loucura sentamos no chão do porão da casa velha onde se sentenciava ou não um honrado ou possível vacilão o Mané me diz: - Mano Silva, para sempre "tamo junto" nos livramos da traição. - Precisa decidir, tu fica nessa de negar que está no crime mesmo que não tenha matado, mesmo sem colocar a mão na droga, você esta de uma forma envolvido. - Eu vou cantar uma música mano Silva
Musica: De Herói a Bandido - Voz Sem Medo
Eu ali escutando o  Mané a mãe dele em choque, os corpos no chão sobre mim, uma pressão, pois quem de fato sou? Estou correndo risco fingindo que não, mas sim estou totalmente envolvido faço caridade com dinheiro do trafico, preciso parar de mentir para mim mesmo.
Enquanto a irmã do Mané espalha a notícia: - O "Pia do Silva" salvou meu irmão!!! -Era uma armadilha para matar os dois e tomar a vila!!
Nisso chega o som da sirene da viatura, logo tem várias viaturas na vila ninguém sabe, ninguém viu. O IML leva os corpos, policiamento reforçado naquela noite.
Ao amanhecer chega a Paraguaia acelerando forte com seu Scort XR3, o ronco dava para ouvi de longe e eu já entendi que ela estava revoltada. Assim que ela chegou na casa dela onde eu morava antes mesmo de sentir vontade de me esganar, sentiu vontade de me abraçar dando graças de eu estar bem. Mandou chamar o Mané, ligou para o Pai dela que mandou nós três subir para o Paraguai.
Seguimos ao aeroporto Afonso Pena com destino a Foz do Iguaçu.
 Chegando lá fomos na casa de trocas e pegamos a mesma D20 Bonanza que jà estava consertada a qual eu havia batido na perseguição onde levei meu primeiro tiro. Sem soltar uma palavra a Paraguaia de olhos em fogo com semblante de quem queria me esfolar vivo, dá umas olhadas no retrovisor. O Mané assustado, ela entra em uma estrada de chão liga o rádio e começa tocar essa musica...
Musica: If Looks Could Kill - Heart looks
Dirige loucamente, vai anoitecendo. Paramos em um hotel velho de madeira, precisávamos esperar amanhecer para continuar a viagem. Iríamos na plantação de maconha em uma fazenda no interior do Paraguai. No hotel a Paraguaia começou a beber cerveja junto ao Mané, eu fiquei no "enrolado" e havia percebido que a dona do hotel na hora que chegamos falou com o cachorro o qual naquele momento chegou com um tatu na boca e entregou a ela. Achei curioso e ao passar um tempo ela serviu o jantar e pensa!!!  Era o tatu com mandioca!!! Foi estranho, mas estava bom demais, um arroz carregado no alho. Jantamos e fomos deitar em uma pedra gigante. A Dona do hotel nos mostrou  o céu e  ficamos a ver as estrelas piscar, as constelações bem definidas, estrelas que pareciam andar no céu e do nada lanternas vem da direção do hotel. Eram três gurias, meio índias  de cabelos gigantes. Foi a primeira vez que me encantei por uma garota só de olhar: --- É muito gata essa índia!!  Como eu não falava Guarani, perguntei se tinha um violão e a Dona do hotel pediu para que o cachorro fosse pegar e para minha surpresa, aquele cachorro gigante foi buscar o violão e a entregou. Levantei fui buscá-lo, entreguei a Paraguaia que começou a tocar essa música...
Musica: Índia - Perla
Eu sei que a Paraguaia quando se deu conta queria dar com o violão na minha cabeça, mas percebi que a Índia entendeu meu desejo na música qual nem entendeu uma palavra, mas sorriu e ficou toda de rosto vermelho.
Amanheceu, saímos e a Índia que me conquistou sai ao meio da estrada. O sol nascendo na suas costas a caminhonete a levantar poeira. ---Que cena linda!!!
Seguimos em frente e chegamos na fazenda. Um paisagismo lindo como de costume nas propriedades do pai da Paraguaia. Entramos e o pai dela me olhou no fundo dos meus olhos, cumprimentou o Mané com um certo interesse. A conversa é reta, me olha e diz: - E aí qual  é? Vai assumir ou vai perder todo arrego do tráfico? - Tu é o mais respeitado da vila e já me deu prejuízos, roubou minha D20 Bonanza, bateu fugindo pro Brasil. -Já tive de mandar matar por você, já temos os nossos porquês não nos darmos tão bem assim, nossa relação está abalada. E antes que eu responda o Mané percebe a pressão e diz: - Agora somos sócios, eu resolvo na vila e ele cuida da "grana" qual o senhor sabe o que faz como ninguém, é respeitado, não deu cadeia a morte da Argentina entre outras por ele estar perto. - Na vila todos gostam do jeito que ele é, e tem mais! - Quando o Patrão sair do presídio ele voltará a assumir tudo. - Apenas ajudaremos o velho.
O pai olha para Paraguaia que acena que sim e o Pai dela chega bem perto de mim e diz: Até quando minha filha fará tudo por você? -E tu vai retribuir?
Eu permaneço quieto e assim que saímos de dentro da sede da fazenda peguei um cavalo e sai andar só, pensar um pouco, fumar um "enrolado" para relaxar a mente e em meio a plantação encontro a Índia e suas irmãs colhendo as flores da "Cannabis" e não tem jeito estou gamado na Índia, ela é linda demais! Mas como vou conversar se não falamos a mesma língua? Saio a cavalo em disparada e olho pra trás e lá esta Ela me olhando do meio da estrada na plantação. Me distraio, caio do cavalo, bato a cabeça e apago. Caio num sono profundo, vou no mundo dos sonhos, penso em um lugar e lá estou do nada caio numa caverna ouço uma voz que me oferece uma vida farta onde não terei mais medo onde pelo mal serei protegido, que nunca mais conhecerei a fome, nada me faltará é só desejar que ele realizará. Na cena seguinte ando num lugar lindo muita flora, fauna, ouço um som de mar e sigo nessa direção, chegando lá escuto uma música
Musica: Rastros na Areia - Duduca & Dalvan
A Índia acalma minha febre com um pano sobre a testa numa velha casa no meio do nada..
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👉(Continua na  parte 10)
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