O tempo não para, pelo contrário, ele corre ininterruptamente e se você não acompanhá-lo, perderá a batalha. É preciso fibra, determinação, constância e entender que TUDO tem o tempo certo para acontecer.
O amor quando verdadeiro
cria raízes profundas,
nos faz vivos,
nos torna dependentes.
Uma dependência boa
onde um torce pela felicidade do outro,
se preocupa com seu bem estar,
e compartilha momentos
alegres e tristes.
É difícil descrever o amor,
mais difícil ainda explicar
como ele nasce dentro de nós.
Mas quando a gente sente!
A gente sabe,
A gente entende!!
-Samantha Bennett-
(23/04/2020)
Musica/Letra/Tradução: I Want To Know What Love Is - -Foreigner
(Animação do final) Longing for Love - by Sadhguru
Por amor a você minha Eterna, faço o impossível possível.
Nunca acreditei em amor em palavras ditas que nada mais é que um alento aos fracos. Sempre confiei em amor atitude, virtude dos fortes. Quando você chegou, senti o poder do amor me curando. Hoje eu vivo o amor, minha alma está iluminada pelo amor. Mesmo distante não me sinto só. O amor me faz acreditar no invisível, dando-me uma força infinita.
Nada destrói um Amor de Almas que é eterno. O Amor é Deus dentro de nós. Aprendi com a passagem de Cristo que nada é mais forte que o sacrifício por Amor.
Amo e nunca vou negar esse Amor, por pior que possa ser a tortura, a dor e nem mesmo diante a morte. Por muitas a morte é um livramento, pois pior que estar vivo sendo coagido a tantos sofrimentos é acreditar que o Amor não é a maior força no mundo e se render a uma vida sem sentido.
O Amor é para os Raros!!
Eterna, eu te Sinto de longe!! Te escuto no silêncio!!
Te cuido em meus Sonhos!! Te Amo em atitudes!!
Te dou minha vida, Eterna, orgulhoso por isso!!
És eterna e sempre uma nova chance a Criação nos dará!!
Por Rodrigo cC
21/03/2020
Musica/Letra/Tradução:The Dark Night Of The Soul - Loreena McKennitt
Ciente de nossa história e evolução, do bem e do mal, do escuro e do claro, do presente e do passado, da fé Hebreia, da sabedoria Babilônica, de ajudar e atrapalhar, pois somos o único animal que precisa temer e se isolar do Covid 19 para não morrer ou trazer a morte aos nossos..
Entendi no aviso do Criador que somos todos iguais, independente de onde moramos ou nossa classe social que se a Mãe Natureza quiser ela mata todos e que humanos são poderosos para salvar e matar..
Estou vivendo de corpo presente um momento delicado à nossa existência, mais que por humanos solidários está mais leve esse sobreviver. É possível acreditar em nós.Vamos proteger nossos anciãos, pois onde está a maior fé e sabedoria viva hoje, distrair nossas crianças com a imaginação, como se estivesse no Mundo Encantado de Bobby, respeitar o isolamento preciso.
Um Humano vai encontrar a cura e teremos a chance de tornar a terra um lugar bom de se viver em harmonia com todas as formas de vidas. Afinal está claro que estamos todos conectados e que é verdade aquele, "um por todos e todos por um"!! Não temos como não ir com vontade por um mundo melhor.. Deus é Pai, a Mãe é Natureza e nós os humanos para defender nossa existência !!!
(Por Rodrigo 'cC')
Musica/Letra/Tradução:Simon & Garfunkel - The Sound Of Silence (O Som do Silêncio)
Ao plantamos a semente do amor no coração de alguém, logo vão despontando seus brotos. A alma e o coração agradecem, encantam e a cada dia vai crescendo e um certo dia em êxtase floresce, o jardim enfeita em forma de poema que atraí até abelhinha risonha em busca do mais puro mel.
Mesmo nos dias quando tudo escurece, vem tempestades violentas, a linda flor permanece lá, firme, forte sem esquecer que para cada tempestade e noites escuras solitária, existe o sol que está pronto para brilhar e trazer a luz necessária, ele não falha nunca, mesmo em dias de imensas nuvens escuras, lá está ele por detrás delas brilhando.
Na vida também muitas vezes o coração fica pesado, a noite parece interminável, os olhos inundados de lágrimas não permite enxergar e nem irradiar luz !! Dando impressão que irá sucumbir em meio a tantos problemas, tantas maldades, tanta dor e falta de amor.
Nesses momentos precisamos lembrar daquela sementinha que em nós foi plantada que enfrentou todas as fases desde as mais sombrias, até alcançar a luz, para então florescer e linda encantar e atrair aquela abelhinha que nunca a machucará, pois sem cobrar nada lhe fornece o mais doce mel.
Por isso precisamos ser firmes na fé, não desistir, encarar as obstáculos e procurar a luz que temos dentro de nós. Cessar as lamúrias e acreditar que tudo vai ficar bem, pois sem luta não se ganha a guerra e nem é digno do mel. Mesmo que muitas vezes antes de ganhar teremos que perder.
- Samantha Bennett -
Musica/Letra/Tradução: You’re Gonna Be Ok - Brian and Jenn Johnson 10/03/2020
Uma lua gigante, brilhante
Surge em minha janela
igual uma pintura em tela
Enorme, imponente, tão bela.
De repente...
nuvens negras se reúnem,
anunciando uma tempestade furiosa
obscurecendo essa luz gloriosa,
escondendo a luz da verdade
de quem ama seu resplendor,
que aprecia seu brilho, seu fervor.
Onde estás lua?
Que os oceanos
lamentam sua ausência,
o brilho de sua beleza
derramando como uma bênção
sobre as ondas com tanta singeleza,
deixando impaciente o coração.
Sete dias antes do
assassinato de meu pai, ele havia pegado sua maior obra. Ele estava construindo
o supermercado da vila, ganhando um bom dinheiro. Eu de kichute que era só
alegria, uniforme novo. Ele comprou uma geladeira que não tínhamos, a casa era
humilde, mas não faltava alegria e música. Meu pai tinha um toca fitas, ele
gravava suas músicas do rádio -- play, rec, solta o pause e era um sorriso de
rosto inteiro.Minha mãe no fogão
cantando junto ao rádio essa musica.
Musica: Think about the way - Ice Mc
O cheiro do sagrado alimento, minha pequena arteira irmã que
adorava dançar os passinhos lado a lado, no pai, na mãe.
Naquela semana eu saia da escola e ia direto à obra com o
meu pai, ele nunca havia trabalhado perto de casa e ir ao trabalho dele era um
sonho, pois eu ficava só a imaginar, quando nas conversas a mesa ele falava de
seu dia pra mãe e a mãe contava o dela e eu e minha irmã fazíamos o mesmo.
Eu me sentia protegido perto do pai e sempre após o jantar
brincava, assistia o jornal qual era o momento onde o pai não falava nada e nem
gostava que falasse, depois vinha a novela, ai quem não queria que falasse era
a mãe.
Na obra queria ver o
pai trabalhar, ele estava fazendo a fundação e me ensinou esquadro, tudo sobre
a mistura da massa, tudo que ele fazia falava: - Ó Filho, é assim! Eu ali
comendo marmita, tudo muito legal. Eu sentava num tijolo, o pai trabalhando, eu
fazendo a lição da escola, pois meu pai nessa semana contou que onde ele morava
quando criança, nem escola havia. Com dez anos estava na colheita de algodão e
teve uma chance de vir a capital na casa de um primo e já arrumou emprego de
servente de pedreiro com seu primo. Então um somou com o outro compartilhando
as contas e assim deu para ficar na capital. No primeiro baile, se apaixonou
pela musica e pela minha mãe, os olhos dele brilhavam.
Eu estudava e prestava atenção na professora, pois meu pai e
mãe não sabiam me ajudar nas lições de casa.Eu não podia perder uma palavra sequer e se tinha alguma dúvida, pedia
ajuda para professora.
Certo dia eu me senti mal, mas eu não sabia que meus pais eram
analfabetos, então pedi ajuda na lição ao meu pai e pela primeira vez vi uma
lágrima nos olhos dele, aí quis estudar mais e mais, pois um dia eu vou ensinar
para ele.
Naquela semana em especial não tinha o silêncio do jornal do
pai, nem da novela da mãe, pois estava meu pai e os amigos da dança ensaiando.
Iria ter um concurso de passinhos e toca essa música e alegria naqueles
sorrisos. Uns cantavam junto ao toca fitas.
Musica: Rap do Solitário - Mc Marcinho
Uma das Moças perguntou para minha mãe se ela não tinha
ciúmes. Minha mãe respondeu: - Não. Eu tenho é Amor e onde tem Amor não tem
dor, não tem traição.
Meu pai do grupo era o único casado, o resto era largado no
mundo, mas entre o pai e a mãe não tinha desperdício de vida, eles namoravam e
brincavam, aceitavam a vida como ela é. Eu nunca vi meu pai erguer a voz ou a
mãe. Nunca vi eles brigarem e sim entrar no quarto e conversar e quando um
estava errado nem teimava. Eles nos ensinaram a aceitar o erro, pois quem não
admite o erro discute ele e discussão é feio, deixa nervoso à toa, se machuca.
O Pai disse que tem que respeitar a mulher que ama e se fazer respeitar, mas
não com agressão, mas na moral construída, não nas palavras, mas na atitude,
pois a atitude tem que correr lado a lado com a palavra, senão sou mentira. Meu
Pai disse que quem mente brilha por pouco tempo e quem é verdade fica intacto
ao longo do tempo.
Minha mãe era diarista, quase tudo que tínhamos em casa era
doação e éramos gratos de bom coração. A Mãe dizia que a gratidão do obrigado
sincero não há o que pague e era só acordar cedinho, entrar no quarto da mãe e
ela estar agradecendo e pedindo proteção ao dia que vem vindo ao minuto depois.
Ela toda palhaça na mesa com seu café e cigarro acelerando
eu e minha irmã pra ir pra aula. No rádio essa musica
Musica: Purple Rain - Prince
Meu Pai sai do banho vem e toma minha mãe em seus braços a
beija, solta um bom dia Amor trás ela grudada a seu peito, deita a cabeça em
seu ombro e juntos em silencio de olhos fechados se deliciam a música e ao amor.
Meu Pai gosta de silêncio no jornal a mãe na novela, mas eu gostava do silêncio
para ver minha família enquanto o pai e a mãe dançavam. Minha irmã dançando com
o urso de pelúcia dela, eu deliciando meu café, pois hoje tinha leite, ficava
mergulhando o pão no copo e comendo lentamente, preguiçoso, muito cedo.
Meu pai na alegria, hoje seria o dia do concurso de passinho.
Na volta da aula passei na obra meu pai bem maluco
assentando tijolos, dançando e cantando. Parou pra almoçar e surpresa!! Eu nunca
tinha comido X salada, meu Deus !! Que delícia!! Nem imaginava que era tão bom,
só imaginava “-- Um dia vou ter dinheiro e comer --“ Foi muita alegria.
Na conversa de hoje o pai me explicava o valor do trabalho,
a importância de ser um Homem correto, colher bons frutos, ser respeitado como
uma pessoa de bem e foi dito e por mim gravado, pois nem mamadeira da minha
irmã eu deixava meus pais fazer, nem arrumar cama nem lavar o meu copo e prato.
Eu amo e quero ver bem, então os poupo de qualquer incomodo, nunca quero ver
meu pai e minha mãe tristes comigo e assim cuido da minha Irmã para que nada a
aconteça, pra não preocupar o pai e a mãe.
No meio da tarde fomos para casa hoje era um dia encantado,
minha menor nota no semestre foi oitenta e cinco, ia ter churrasco caipira de
groselha e menta. Eles iam dar uma
ensaiada, pois era véspera do concurso do baile e toca a musica que vão dançar.
Musica: The Silence - Enjoy
Vi claramente quatro pessoas felizes lado a lado no passo,
na sincronia, naquela pequena cozinha. Na porta o cachorro esperando o osso
entre as pernas dos passos ensaiados, pequenas meninas passando com as bonecas
nas mãos e na mão do piazinho um caminhão que ao som da sua voz fazia o ronco
do motor, uma carteira de cigarros e um isqueiro de carga, pois seu caminhão
era tombeira .
Em minha casa eu nunca tinha visto tanta fartura, meu pai em
brilho de alegria toda hora namorando minha mãe com os olhos, risadas ecoavam e
de fundo a música. Eu nunca havia dormido tão tarde, nem eu e minha irmã
faltado a aula, nem meu pai e minha mãe ao serviço.
Acordamos os quatro largados na cama, uma preguiça, mas
levantamos, nos ajudamos, arrumamos a bagunça, colocamos nossa melhor roupa e
fomos pra cidade e pra minha surpresa meu pai havia visto o brilho nos meus
olhos ao ver uma bicicleta passar. Ele me presenteou com uma Caloi Cross e
minha irmã com uma Ceci. Fomos num restaurante almoçar e na mesa meu pai dizia
que nossa vida iria mudar, pois havia pegado outra grande obra e que iria
seguir esse caminho do bem que juntos construíram, onde não existe traição e ninguém
subtrai e sim compartilha a vida, as dificuldades e alegrias.
Ele então deu um dinheiro pra mãe fazer o que quisesse. Saímos
dali os quatro de mãos dadas, fomos ao fliperama o Atari já era incrível, mas
ali era o paraíso. A mãe e a mana saíram fazer compras.
A tarde fizemos outro lanche, mas dessa vez eu já conhecia o
gosto do X salada e agora vou experimenta outro X. O X bacon, tem tantos X que
vai demorar um pouco, mas que vou experimentar todos!! Eu vou!!
Voltamos para casa. Que delícia andar de ônibus. Na hora que
chegar à vila vou puxar a cordinha para o ônibus parar, vai ser muito legal!!!
Assim fiz.
Chegando à vila a noite, todo mundo cumprimenta o pai, brinca
com ele desde o padre ao bandido. Ao entrar em casa minha irmã diz: - Que calor!!
Meu pai abre a geladeira nova e diz: Então se refresca, dois pote um pra cada.
Não precisávamos mais de bombril na ponta da antena da
televisão, tínhamos antena externa. Meu pai foi tomar banho, a mãe tirou da
sacola uma roupa a cara do Pai. Eu perguntei: - Mãe a senhora está ganhando
mais? Ela disse: - Não. Esse foi o dinheiro que seu pai me deu pra comprar meu
presente. Então comprei para ele, mas não conta nada.
Eu corro abraço ela e ela diz: - Amo seu pai, não sei viver
um dia sem o ele.
Quando ele sai do
banho vê a roupa, abre o sorriso, chega em minha mãe lhe dá um beijo e agradece.
Se veste fica lindão para ir ao concurso de passinho, nos beija a testa, beija
a mãe, se despede com o sorriso mais lindo que ele já deu e o eu te amo mais
tocante e sai olhando para sua família feliz.
Música: Era só mais um Silva - Mc Marcinho
- Mãe, mãeeeeee, mãeeeeeeeeee!!!
- Fala, fala o que aconteceu por favor que cara é essa? -Não me assusta meu filho.
- Mataram o pai mãe!!.
...
Minha mãe ajoelhada, sem reação, senão olhos parados e
verter a triste água.
Sigo em direção a minha Irmã, a seguro no colo, pois chora
triste com a mãe sem nem saber ainda o porquê. Vou me roubar o direito a lágrima e de minha Irmã e mãe vou cuidar, vou em direção á mãe e sinto seu
desespero, antes mesmo do abraço minha mãe pega minha irmã no abraço qual me
junto e são três corações partidos. Enxugo as lágrimas que escorrem ao rosto da
mãe e digo que se acalme, pois estou aqui e as protegerei. Ela de sorriso no
rosto solta um som de afago que dizia: -- Te Amo-- contenho a lágrima e o nó na
garganta.
Chegam os amigos do meu pai, minha mãe de olhar perdido, nem
querendo saber o que aconteceu, pois não queria aceitar, mas seu amor foi vítima
da maldade solta, de nome preconceito que nas mãos carregam armas e no coração
o ódio de que o mundo não é de seu jeito sem um espelho pra olhar a si mesmo,
olha, julga e condena os outros.
Mesmo em lágrimas a mãe diz: - Meu amor morreu por ser ele
mesmo.
Eu sem entender o preconceito não fui longe à verdade, pois
o imaginei um monstro, uma obra do diabo no chão. De repente um bom coração
entra em nosso lar. Era o patrão da vila tirando o desespero do coração da mãe
que não sabia onde e como enterraria o pai.
Já no final da tarde adentra nossa casa pela última vez, meu
pai em um caixão. Amigos familiares solidários, de poucas palavras, noite de
muitos abraços e minha mãe em uma cadeira, de olhar sem vida a seu amor já sem
vida. Minha irmã pequena coloca suas mãos a beira do caixão e tenta se erguer
pra olhar, eu a tomo em meu colo, ela toca o rosto do pai e diz: - Ele está
dormindo, temos que levar ele para cama. Eu digo: - Não, minha irmã esse sono do pai é
para sempre. Ela me olha e sorri e diz: - Ê pai dorminhoco. Pediu-me para dar o
mamá e levá-la pra cama e assim faço. Já deitada me pede seu urso de pelúcia e
fala:- Canta uma música para eu dormir? Então eu canto sua musica preferida.
Musica: Ursinho Pimpão (A turma do Balão Mágico)
De olhos quase fechando, o sono dominando minha irmã, de sua boca sai um “eu te amo,” seguido de um
sorriso de olhos fechados e de rosto inteiro. Ali não me contenho e solto a lágrima presa, fico a fazer carinho nos cachos de anjinho dela que
dorme sem nem perceber o que seria aquele sono profundo do pai.
Volto para sala da casa, seguro a mão de minha mãe largada na
cadeira com sua outra mão a acariciar o rosto do corpo morto de meu pai na
forma da despedida do tocar, mas na
lembrança de quem amamos, não morre e por ser amor nessa rica relação onde a
pobreza era só dinheiro, por muitas só arroz e feijão e quatro corações que
transbordavam emoções e agora na realidade, o enterro, um desespero, um corpo
se indo, sem saber o motivo, efeito do preconceito, mas no que eu mesmo me
pergunto: --- E agora? Como será meu mundo sem meu guia? Não! Não! Não!! Eu não
importa. Preciso cuidar da mãe e da irmã.
A noite vem o dia passa, a alegria não adentra mais a porta,
elogiando minha mãe e dizendo: -Humm... que cheirosa essa comida. Pegando-a num
gira baixo alto. Minha pequena irmã cantarolando algo, a pipa jogada em cima da
geladeira, a bola num canto. -- Quem vai brincar comigo? –Não, não, não, eu não
importa, preciso cuidar dos meus amores e assim faço.
Levanto-me brincando, vou ensinando minha irmã as cores em
desenhos de flores de todas as cores, enganando a tristeza com um pouco de
alegria.
Minha mãe no sofá, a casa uma bagunça. Eu faço a mamadeira
da minha irmã a coloco dormir e vou limpando a casa, eu preciso ajudar minha mãe
e assim faço.
Olho para ela olhando
o rádio toca fitas, num pensar liga, aperta o play e toca essa musica.
Musica: No dia em que eu saí de casa – (Zezé di Camargo e Luciano)
Eu sem saber o que fazer, apenas a me comover com a minha mãe
que me viu sendo forte, me abraçou e em silencio ficou. Eu sentia no peito e
ouvia o coração dela bater e o eco da alma que dizia: ---Fica com Deus amor, no
final do meu ciclo aqui no chão, vou a você. Nunca tive outro homem e nem terei,
pra ti no eterno vou permanecer---.
Os dias passam, vou entendendo o efeito do dinheiro e vejo
que minha mãe precisa de ajuda. Falta tudo dentro de casa, minha irmã precisa
do seu leite, andar bem vestida.
Sai em busca de trabalho, pois aprendeu com seu pai o valor
do trabalho, mas é apenas uma criança e não consegue nada mesmo que Implore e
assim faz. Implora a Deus e aos Homens trabalho e nada. Aprende sem seu pai o
que é o desespero, sente o medo, mas não do maconheiro ou o velho do Saco e sim
da fome, de não ter onde morar. Questiona o céu em gritos sem sair uma palavra
da boca. Injustiça! Injustiça! Injustiça!
Nada mais quero que ajudar minha mãe no maldito dinheiro preciso pra vida. Como
pode um mal tão grande estar na terra Deus? Ele tira a igualdade entre os homens,
promove guerra, morte, diferença, ganância. Nascemos de igual pra igual, mas se
temos ou não dinheiro, quem tem já esta longe da fome do sofrimento, da dor, mas
quem não tem, conhece a fome, o frio, a dor. Como vou fazer?Em desespero vai ao patrão da vila e diz que
quer entrar no tráfico, que precisa ajudar sua mãe que não quer a fome, o frio
e o medo. O patrão o olha, no Opala Diplomata toca essa musica.
Diz o Patrão: - Piá do Silva admiro sua atitude. Sacrificar a alma a
vida pela sua família, mas o que sua mãe vai achar?? O que seu pai
acharia??
Responde o Piá do Silva: - Antes me responde. O que é se prostituir?
Diz o patrão: - É vender o corpo por "grana" por algum motivo!!
Diz
o Piá do Silva: - É isso que vi sua irmã convidando minha mãe a fazer
para poder pagar as contas! - Eu quero evitar isso e com minha mãe deixa
que eu falo, pra debaixo da ponte minha irmã não vai e nem minha mãe se
prostituir..
Diz o patrão: - Então volta aqui com uma resposta que lhe darei a minha!!
Chega a mãe e entra na conversa, pois nada havia no armário,
na geladeira, nem grana para luz e água só a do aluguel. Minha mãe
disse: -Não!!
Eu respondi que iria do mesmo jeito e saio. Vou em
direção ao patrão e assim que viro a esquina vejo o Opala Diplomata
parado no fliperama, sigo em sua direção. Quando me aproximo chega uma
guria linda em seu Scort XR3 ouvindo essa musica..
Musica:Revolução Por Minuto - RPM
Então ela desce do carro falando enrolado e assim que me aproximei na educação em silêncio o patrão falou: - Piá do Silva
está com fome. Grita para a "tia" do fliperama: - Faz dois xsaladas e traga duas garrafas de Coca-Cola pro Piá.
E pergunta: - E dai Piá? O que sua mãe falou?
Eu digo: - Ela não quer, mas não tem jeito se alguém vai se sacrificar que seja eu.
Diz o patrão: Então vai trabalhar para o patrão da vila?
Eu respondo: - Vou.
Patrão
diz: - Se alimenta, leva o outro para sua irmã. Passa no material de
construção e diz que mandei pegar uma enxada, um rastelo e um carrinho
de mão e vem aqui.
Assim fiz, sem questionar nada.
Ao voltar
com tudo que foi pedido, o patão fala assim: -Então vai carpir a frente
desses lotes que lhe dou o dinheiro para sair desse sufoco.
E me olha dizendo: -Vai fazer ou não?
Na
hora fui. Aprendi a carpir com meu Pai no quintal e horta de casa. Ali
passei dez dias, limpei a frente de todas as casas da rua. Minha mãe
passava orgulhosa, minha irmã a brincar ao meu lado. Ali mesmo fazia
minha lição. Todos os dias chegava Coca-Cola e marmita.
Enquanto isso os piás da correria passava por mim, riam, mas o patrão me respeitando ao máximo.
A
guria linda do Scort XR3 presenteou a mim e minha irmã com
diversidades, toda vez que chegava do Paraguai os próprios vizinhos ao
ver minha atitude, me deram trabalho. Limpava quintais, caixa d'água,
fazia hortas, me virava, fui ficando conhecido como o Piá do Silva.
O
Patrão contou de meu pai várias coisas positivas. Dizia de seu talento
com passinhos, do amor pela minha mãe, que ele jogava um futebol arte e
várias pessoas me contavam algo. Meu pai era muito querido e em um
momento na conversa o patrão diz: - Piá do Silva tu quer cuidar do
Fliperama?- A "Tia" voltou para o norte. Rapidamente a guria linda já me
pegou pela mão e me levou para cozinha. Me ensinou a fazer todos os
X's, ligou o três em um e toca essa musica:
Musica: Ace Of Base -The Sign
Cheguei em casa faceiro, possuo conta em todos os comércios se eu
quiser é só pegar que o patrão paga. Vivo levando cesta básica e
remédios a quem precisa na vila, se alguém precisar de emprestar
dinheiro a algo de fato sério é comigo, o pagamento também é comigo tudo
no balcão do Fliperama. Tenho total confiança do patrão. Não me envolvo
na parte do tráfico, para isso tem o Polaco, um piá ruim que cresceu
comigo, mas hoje para mim é claro que não gosta nem um pouco de me ver
aqui com autoridade no Fliperama qual não passa mais nada do tráfico e
ele esta lá, isolado num canto da vila com sua correria.
O
Fliperama é o fervo na vila, sorvete, espetinho, cerveja, caldo de cana,
refrigerante, pebolim, sinuca e a Vila está se dividindo: um lado bom e
social cuidado por mim e um lado de poder, o do tráfico. Dois piás lado
a lado ao mesmo "Patrão" na mesma vila, de visões distintas. Um
corajoso, cruel, audacioso, o outro um bondoso.
O "Patrão" nascido
na vila qual o único crime era seu tráfico, pois ninguém roubava,
matava ou estuprava, corre o respeito modelado a anos noventa, pós
ditadura, um salto a liberdade e diversidade, primeiros passos pós, era
preconceito, um novo Brasil, um novo momento onde os gritos de
liberdade, o rock'n'roll era muito forte, a chegada da musica falada na
força do rap, as primeiras reboladas com as letras de entrelinhas do
axé, o real com poder de compra a diversidade vinda do Paraguai. Época
de festas nas casas, na vila muitos passinhos.
Um mil novecentos e
noventa e sete (1997) dia de meu aniversário. Festa no Fliperama, hoje
sem jogos, salão livre, strobo no teto, luzes coloridas e esse som
rolando
Musica: I Miss Her - Olodum
Festa bombando, galera dançando, até na rua as meninas lado a lado no
rebolado pós ditadura, festa onde a polícia passava e só olhava sem
guerra, sem nada. A vila controlada por um "Patrão" forte na ideia, eu
de corpo leve no embalo do som a lua gigante no céu, eu viajando na
minha brisa e olho a frente no mais belo movimento o corpo da mais bela,
a gaúcha prenda linda loira, em um vestido simples branco e eu todo
largado, de havaianas no pé, bermuda jeans rasgada, sem camiseta, cabelo
surfista. Nem tráfico tinha na vila nesse dia, nada estragaria essa
noite, mas o "Piá Ruim" chegou para pegar a prenda pelo braço, ela se
assustou, não quis ir. Eu "capotei" o sem noção, que já tinha mágoa, não
éramos amigos. Ali nasceu a guerra na vila, o "Piá Ruim" de rosto
sangrando, pois apanhou, mas deu as suas também, me machucou.
Levantou-se e saiu da festa o "Patrão" me olhou e disse: - Vamos atrás
para levar essa ideia, não quero maldade entre os dois.
Assim foi feito, mas nenhum ali de fato deu ouvido ao "Patrão" uma hora iria rolar e o Piá Ruim iria cobrar.
Chega
a guria linda em seu Scort XR3 e me leva dar uma volta e explica a
gravidade da briga, dizendo que posso morrer, que devo matar o Piá Ruim
que guerra é perigosa, que tenho uma irmã na vila, que da traição
ninguém se livra é preciso tomar cuidado. Fomos ao centro de
Curitiba, sentamos no Largo da Ordem em frente ao Relógio das Flores.
Fiquei
pensando:---Nunca entrei no crime, nunca matei ou roubei e agora estou
nessa guerra. --- Sei que o Piá Ruim não gosta de mim, humilhei ele que
se achava o terrorista da vila, mas que foi bom, foi calar a boca
daquele "loque" que me irritava ver ele diminuindo a piazada,
desrespeitando as meninas, mas agora já era ou mato ou morro.
Voltei
para a vila e dou de cara com a mãe no portão, entrei e conversei com
ela que se preocupa, eu sinto o medo dela que eu morra e isso me
pressiona mais a matar o Piá ruim.
Enquanto isso de sangue nos
olhos chorava em sua casa na vila de tanto ódio que sentiu, mas era
"cobra criada," sabia que tinha de ser na surdina para matar o Piá do
Silva e ao ligar o rádio em casa a pensar, olhando em minhas mãos, as
duas Pistola 380 dada pela guria linda a Paraguaia vem na mente a imagem
da gaúcha.... vem a musica
Musica:Tente Outra Vez - Raul Seixas
Saio de casa, minha mãe se assusta ao me ver com as pistolas. Vou até
a casa do Piá Ruim, chamo no portão, ele já vem de revolver mãos na cintura e de boa pergunto: - E aí qual vai rolar? -Paz ou guerra? -
Sabe que não nos gostamos, mas defendemos a mesma vila, cada um de um
jeito. -Não quero guerra, mas se for, que seja já.
O Piá Ruim saca o revolver, puxo as pistolas...
---
No mirar uma arma ao outro, olho por trás do ombro do polaco, o Piá
Ruim e vejo a guria linda, a qual saca a pistola e coloca na nuca do
"Piá Ruim". A guria me olha nos olhos e atira no Piá Ruim matando-o.
Rapidamente ela vem em minha direção e diz:- Tu não vai pro inferno se depender de mim.
E diz: - Vamos entre! Vamos sair daqui!
Entrei
no Scort XR3 e fomos para o Shopping Mueller. Marcamos de encontrar o
"Patrão" da vila para contar como morreu o "Piá Ruim". No tempo de
espera a Guria linda me diz o porque o matou, pois a ideia era proteger a
minha alma e que não desejava a tormenta dada em sono aos que aqui na
terra matam, que sou um Piá bom e que ela tem um apego especial por
mim.
No centro da praça de alimentação um rapaz de violão a mão toca essa musica:
Música: Sangue Latino - Ney Matogrosso
De olhos em lágrimas a linda Paraguaia me tocou o coração e minha
única reação foi entrar fundo nos olhos dela com os meus. Ali algo mudou
e o meu coração ela tocou. Levantei-me, andei em passos lentos até ao
músico e lhe dei cem reais por acalmar uma alma aflita que acabara de
matar por mim e sua música linda o quanto faz bem às vidas com suas
palavras e som que tão bem faz, tenho a certeza de que a vida na terra
sem ti não seria amena. Volto em passos lentos. A minha alma vejo em um
momento, penso em minha culpa pela morte do "Piá Ruim," mas me perco em
pensamento--- sou ou não o culpado? --- Tentei defender a Gaúcha doce
prenda que não faz mal ao mundo e sim o encanta.
Chega o "Patrão"
e a conversa se inicia: - Foi assim diz a paraguaia: - Eu matei o Piá
Ruim para salvar a alma do Piá do Silva, tu sabes tanto quanto eu que
também morre quem atira e o pesadelo nos vem em forma de tortura na
madrugada vez ou outra e nunca acaba.
O Patrão vira-se para mim e pergunta: - Tu iria matar mesmo?
Eu
digo: - O medo estava me movendo e por medo, acuado eu mataria.
No meu pensamento sobre minha alma ou ir ou não pro inferno era igual
toda onça na mata a lutar para defender sua vida, merece o inferno? -
Nosso julgador é o Deus único o Senhor dos Exércitos de Israel dono das
lições em vida, o único que sabe de fato o que sentimos por dentro e o
tamanho do desespero e medo que em meio a guerra nos guia.-- Dessa mesma
maneira, me sinto culpado, mesmo sabendo que não fiz mal ao "Piá Ruim" e
sim defendi a Gaúcha.
A Paraguaia me diz: - Vamos comigo pro Paraguai?
Eu digo sim e peço ao "Patrão" que avise minha mãe.
Saímos
andar no Shopping Mueller. Paramos na Mesbla, comprei roupas, fomos ao
subsolo brincar de autorama, pego um coelho em uma máquina e presenteio
a Paraguaia, percebo que ela esta mais calma. Então vamos ao Scort XR3,
saímos Rua Mateus Leme, viramos na Inácio Lustosa sentido a BR 277, ela
baixa a capota do Scort XR3 e o céu é nosso teto e vem a música:
Musica: Self Control - Laura Braningan
Chegando em Guarapuava
paramos em um sitio e ali é feita a troca, deixamos o Scort XR3 e
pegamos uma D20 Bonanza de placa Paraguaia e seguimos sentido ao
Paraguai.
No caminho vejo que se silencia a Guria Paraguaia,
lágrimas escorrem em seu rosto e eu em respeito mantenho-me em silêncio.
As lágrimas aumentam, sua voz soltava o som do choro. Peço que pare o
carro no acostamento e trocamos de lugar. Pego a direção da D20 Bonanza e
num trocar de marchas ao som do escape direto, a turbina a gritar nas
trocas de marchas em seu alivio, o rádio desligado, ela com sua mão
esquerda sobre a minha direita, descansando sobre o frigobar entre os
bancos. Olho no retrovisor vem uma F1000 a me emburrar e o racha começa.
Duas brutas camionetes cortando a BR277 entre curvas, decidas, retas,
subidas, um duelo parelho, onde um passava e era ultrapassado, o
velocímetro no limite, turbinas a gritar nas trocas repetidas, pneus no
limite quase a deslizar nas curvas. A Paraguaia se alegra, procura uma
fita cassete no porta luvas e encontra uma música e a põe a acelerar, a
adrenalina na pilotagem agressiva a musica:
Musica: Nowhere Fast - Fire Inc
Já chegando na cidade de Laranjeiras do Sul, paramos em frente a um
hotel e a F1000 parou também. Descemos e o Ruivo já adulto se espantou
de eu ser um piá de quinze anos. Desce ao seu lado da F1000 uma negra
feliz brincando com seu Ruivo: - Que isso!! Levando um coro de Piá?!
Rindo o ruivo responde: - Fazer o que!? Na risada todos..
O ruivo diz: - Então eu pago o jantar.
Assim
foi, o seguimos, chegamos a beira da represa de Salto Santiago, um
pasto com muito gado Nelore, uma casa na beira do alagado da represa.
Que cena!! A lua sorrindo no céu e no reflexo da água, nenhuma nuvem,
estrela bem visível, até estrela cadente rolou. O Ruivo tirou da
carroceria da F1000 uma churrasqueira, um isopor recheado de garrafas de
vinho no gelo. A Negra feliz, fez uma caipira, era umas sete da noite,
horário de verão. Eu e o Ruivo fomos pescar pegamos cinco tilápias pra
mais de quilo na ceva do Ruivo que sempre vinha de Carambeí só para se
deliciar da cena com sua Negra feliz. Me apaixonei... Com ela era só
risada. O Ruivo sofria com suas tiradas, mas ria junto, pois quem não ri
de si é chato.
Fogueira duas belas camionetes, faróis ligados, a
barraca do casal na carroceria da F1000, a tilápia aberta sobre a
grelha, por cima queijo coloniais, tomate, salsinha e cebolinha, um
toque de sal grosso, um banho de limão e brasa, me senti como se
conhecesse o casal a vida toda, um momento de vida. Então a Negra muito
feliz fez uma proposta de cada um cantar uma música e pegou seu violão. O
Ruivo cantou..
Musica: Ruby Tuesday - Nazareth
A cena continua, tilápia assada, vinho, já no grau da mente momento
alegria, terminamos a refeição. A Paraguaia era a alegria em natureza levanta-se e fala para a
Negra cantar uma música, que feliz conhecia a letra pedida e começa a tocar e a Paraguaia a
cantar ...
Musica: Fernando - Perla
O Ruivo e a Negra me olham fico meio sem entender, ai matei um copo de vinho de Colono docinho, tomo coragem, mas
meio que sem respirar a Negra percebe e fala: - Minha vez!!! E começa a
cantar, hora voz de Fred Mercuri e outras de Montserrat Caballe, sobre o
teto da F1000 sem parar de olhar a lua e sem parar um segundo de
chorar, molhando seu violão
Musica: How Can I Go On - Freddie Mercury e Montserrat Caballé
Chegou minha vez, meu pai me veio na mente, uma música qual ele gostava
de cantar junto ao toca disco, no seu disco preferido, uma noite de
estrelas na beira da represa me vem forte a lembrança e canto livre,
leve..
Musica: S.O.S - Raul Seixas
A música e a noite me veio em conforto a até então o meu pior momento
na vida, o casal se recolheu na barraca da F1000, a Paraguaia entrou na
D20 Bonanza com uma garrafa de vinho. Entrei na camionete no banco do motorista, ela já havia aberto
a cama no banco detrás e começamos a conversar. Ela pulou no banco do
passageiro, me olhou no olho e foi sem nem ver, transamos a noite toda,
perdi a virgindade e a vergonha ali mesmo, fui que fui, dormimos de
sorriso, acordamos envergonhados, pegamos a estrada sem dizer uma
palavra.
Chegamos em Foz do Iguaçu e novamente trocamos
de carro e a Paraguaia assumiu a direção da Mercedes. Chegamos na aduana,
polícia parando, vi no rosto dela o medo...
---
Passamos a aduana, passou o medo da Paraguaia, vamos a uma mansão gigante, linda, cães Dobermans no quintal a andar do lado da Mercedes a me olhar nos olhos e de perto. Assim que a Paraguaia sai do carro, mando os Dobermans sentar e assim os quatro fazem.
Entramos na mansão com alegria e abraços é recebida era sua mãe e seu pai, eu os comprimento, ela me apresente dizendo toda a verdade de quem eu era, sobre o que tinha feito e o motivo. O pai da Paraguaia mandou que me levassem ao meu aposento e ao chegar fiquei encantado com o luxo, tudo era em pedra e madeira, muitas cores, cama gigantesca, a visão do alagado da Itaipu.
Comemos chipa e tomamos tereré. Saímos andar na floresta. Voltamos e sentamos em uma cachoeira linda, ouvimos essa música a meu pedido para lembrar do meu pai:
Musica: Naquela Mesa - Zelia Duncan
Ao som do violão e da voz da irmã da Paraguaia. Uma família que até a vovó é linda.
Saímos, fomos andar de jet ski, de lancha no alagado da Itaipu. A noite fomos ao cassino, encantei-me com a diversidade, a cultura, a língua nativa, as garotas.
Votando para mansão o pai dela liga para o "Patrão da Vila" e pergunta como estão as coisas e recebe a noticia que: ninguém viu e ninguém sabe. Que está tudo certo.
Eu converso com o "Patrão," peço que ele diga a minha mãe que estou bem, que logo estarei em casa, que não existe lugar mais seguro para mim que junto a Paraguaia, que mandarei noticias todos os dias.
Chegando na casa da Esposa do Silva o "Patrão" entra em conversa dizendo que:-Não se preocupe que nunca farei nada de errado para te machucar. A Paraguaia não salvou apenas a vida dele e sim a alma. Essa vida do crime trás adianto financeiro, mas um peso ao travesseiro e seu filho não nasceu para ser bandido. Fica tranquila, logo ele estará ai. Então chega a conversa o Patrão: - Já sou mulher, criada em vila. - Como vai ficar a Família do Piá Ruim? Eles não vão se vingar? - Como está isso? - E eu e minha filha? - Eu sei que o pai dele está no presídio do Ahú em Curitiba e não vai gostar nada disso.
O Patrão fala: - É não tem como não se preocupar, deixa que vou mandar a verdade sobre tudo e vamos ver o que vai acontecer. - Depois voltamos nos falar sobre. -Me diz uma coisa! Você acha melhor, eu sei que tu não tem grana, mas eu pago. Vá viajar e fica um mês fora até tudo se acalmar. Nem vou preocupar o "Piá do Silva," acredito que ele nem se ligou do tamanho da guerra que se enfiou.
O "Patrão" chama a advogada e diz a ela o que acontece. A Advogada faz o que ele pede, vai ao presídio, chama o "Sinistro,", vulgo do pai do "Piá Ruim" para conversar, qual está com sangue nos olhos pelo "Piá do Silva". Manda um recado ao Patrão dizendo que deixar morrer seu Filho foi traição e que está saindo para levar essa ideia reta.
O Pai da Paraguaia vendo a inocência do "Piá do Silva" qual há dias estava em sua casa grudado ao jardineiro, aprendendo sobre o que e como cultivar, sentindo a flora em suas mãos, entendendo a multiplicação da vida, o poder, obra divina, momento onde a semelhança e Deus ao espalhar a vida. Vem a Paraguaia cantando.
Musica: Terra - Caetano veloso
Fico a admirá-la, quanta beleza, pele dourada, cabelos a cintura, meio índia, seu sotaque enrolado, muito linda, mas mantinha minha postura. Nunca mais toquei no assunto de ter perdido minha virgindade com ela. Que noite alucinante por inteira. Essa vinda ao Paraguai foi... A viajem!!
Agora aqui nessa mansão linda e minha mãe em uma casa humilde. O pai da Paraguaia nos chama na conversa e diz "a real" que esta acontecendo, dizendo que a mãe do "Piá do Silva" esta em viajem que a guerra estourou e pressiona o "Piá do Silva": -Você entendeu que uma escolha muda tudo de um segundo para o outro? Que a partir dai a vida nunca mais será a mesma Piá. - Eu não posso ir contra ao seu "Patrão" e nem contra o "Sinistro," os dois tem a sua importância, um no sistema e outro na rua, mas minha filha foi quem matou, então vou decidir e se não conseguir apaziguar a guerra vou ter que eliminar o "Sinistro" - Preciso de minha filha em Curitiba, só não sei o porque ficar enfiada em Colombo.
Ela diz: - Pai, ali em Colombo a malandragem é mais reta e forte, me sinto protegida.
Saímos em direção a Argentina num lugar chamado La Barranca e no caminho paramos em um posto de gasolina abastecer a Porsche 911 conversível, compramos cerveja, fumamos um enrolado de maconha, meu pai sempre muito vivo dentro de mim toca essa musica:
Musica: U Can't Touch This - MC Hammer
Me jogo a dançar passos, quando me dou conta ao abrir os olhos estou dentro a uma roda, onde duas gatas me acompanhavam nos passos, estava longe da minha realidade que era de vileiro. Fomos ao La Barranca na Argentina, curti um pouco e do nada vi uma garota Argentina descendo a barranca do rio e lá fui interagir com a loira, qual engraçada pescando em um sábado ao lado da balada. Com certeza era a garota mais interessante que ali havia.
A Paraguaia a me observar do deck do La Barranca. Me envolvi na pescaria, a loira me emprestou o molinete e ali cada fisgada e peixe que perdia, era pura risada.
Num momento da madrugada paramos para fumar, ficamos muito perto, em uma noite alegre, olho no olho e beijo e sumimos na capoeira. Ao amanhecer voltei ao Porsche 911.
Bêbada e com cara de mal estava a Paraguaia que entrou no carro, bateu a porta e saiu dirigindo no modo aventura. Senti muito medo e antes de chegar ao portão da mansão parou a Porsche 911 e me perguntou o que eu estava fazendo e respondi: - Pesquei e depois rolou um clima vendo o sol nascer no horizonte sobre o rio. Eu perguntei: - E tu Paraguaia o que fez?
Ela em fúria respondeu: - Fiquei te esperando a noite toda e não tem que sair transando com garotas por ai como se fosse um aventureiro irresponsável.
Eu respondi: - Tu me ensinou e vi que é bom e agora quero experimentar várias.
Levei um soco no olho e entrei no carro. Entramos na mansão e o pai dela já deu risada e falou: - Arrumou outra confusão "Piá do Silva"?
Eu disse: - Apanhei de uma garota.
Ele rindo disse: - Por que?
Respondi: - Eu não quis ela.
Fui tomar banho e dormi o dia todo. Acordei e o pai da Paraguaia estava indo para o alagado da Itaipu, fui junto, pois nem estava a fim da ira da Paraguaia.
Chegando no Iate, na doce água de Itaipu onde a pescaria seria de pintado, mas ao entrar no Iate dou de cara com a loira da Argentina a qual já me cumprimentou de beijo no rosto e de nome. Um senhor Argentino de cara brava me olhou e indagou ao pai da Paraguaia, quem eu era, me perguntou de onde a conheci. Contei que havia conhecido na noite anterior e pescamos juntos.
Saímos para pescar, pegamos vários pintados era uma ceva antiga, os gigantes peixes andavam sempre ali. No outro dia haveria o jantar feito com a pesca na Argentina, também a beira do alagado da Itaipu e assim foi.
Mantive distância da loira Argentina como mantinha também da Paraguaia. Passou a noite e de novo dormi o dia todo. Acordei, coloquei minha sandália de couro, bermuda rasgada, camisa xadrez e entrei no Iate. Fomos pelo alagado a Argentina. Chegando lá um jardim do paraíso, um pomar lindo, lagos com carpas coloridas, um piano no jardim uma morena tocando. Sentei no gramado e me deliciei com a cena e com essa musica:
Musica - Stairway To Heaven - Led Zeppelin
A noite passa e eu ali na grama sentado, tudo vinha na mão, a Morena do Piano na certeza parecia uma sereia, pois já na madrugada, eu de cueca sentado em uma pedra, uns metros da margem do alagado, ela surge entrando na água e vindo em minha direção. Sentamos ali, conversamos horas sobre tudo sem se quer sair da amizade que ali nasceu. Ela estava fora de seu ambiente como eu, então foi fácil se aproximar.
Amanheceu todos da festa vendo o sol nascer, a musica de piano, uma alegria e paz contagiante.
Em Colombo Paraná Brasil a guerra estava pronta a explodir antes da data chegada da morte do "Sinistro" o pai do "Piá Ruim," ele ordenou um dos seus que estava de portaria a matar o" Patrão da vila" e acontece a troca de tiros em frente ao Fliperama. O Patrão esta hospitalizado e o soldado do "Sinistro" morto.
O pai da Paraguaia na hora nem nos disse, nos deixou dormir, acordar bem e se alimentar. Só aí disse o acontecido e mais, que haviam queimado a casa que eu morava. Na hora entrei em estado de ira o pai da Paraguaia antecipa a morte do "Sinistro" a Paraguaia chorando, pois é amiga do "Patrão" e eu a ele tenho gratidão.
Na madrugada, pirei e voltei para minha vila. Atravesso Foz do Iguaçu de moto táxi, vou a casa onde foi feita a troca da D20 Bonanza pelo Mercedes Bens a roubo e volto para a metropolitana da capital, mas no meio do caminho enquanto ouvia essa musica:
Música: I Wanna Rock - Twisted Sister
Olho no espelho, vejo uma Caravan da federal, tento fugir e começa a perseguição, eles me passam tentam me segurar, toco a caminhonete em cima, eles capotam e eu também. Saí da caminhonete, ando na beira da BR277 totalmente zonzo, escuto o tiro caio e escuto o cantar dos pneus, acordo estou dentro do carro com a Paraguaia que assim que sentiu minha falta entendeu o que eu havia feito e veio atrás e de novo salva minha vida.
Fomos para casa de um médico em Guarapuava qual tirou a bala e me curou em sua casa.
O pai da Paraguaia estava na fúria comigo, o "Patrão" estava entre a vida e a morte, iria pra cadeia, pois matou para se defender. A vila jogada, voltei pra Vila olhei para minha casa onde pagávamos aluguel, queimada.
Eu e a Paraguaia nos instalamos no pico da vila. Casa que já era dela, liguei pra minha Mãe e contei o que aconteceu e que ela voltasse pra casa, pois tudo mudou.
Vou andar na vila todos me cumprimentam sinto o carinho da vila fico pensando sobre tudo sobre que rumo vou tomar.
Volto para casa, a Paraguaia fazendo janta um cheiro bom de louro no feijão, ligo o rádio e toca essa musica:
Musica: Eu so quero é se feliz - Cidinho & Doca, DJ Marlboro
[...] Acordo preguiçoso ligo o rádio e toca essa musica...
Musica: The Lock - Roxette
Sigo em direção a garagem e olho para o portão, vem entrando a Paraguaia com uma moto 7 Galo de presente para mim andar na vila. Perguntei se podia fazer o que eu quiser com a moto e ela respondeu que sim. Silenciei-me, entrei fazer pão, receita da minha mãe que no outro dia chegaria com minha irmã.
Saio até o portão, chamo um piá na rua, peço emprestada a Caloi Cross dele e vou até a casa do pastor. Chegando lá, pedi desculpa por sua casa ser queimada por minha causa e perguntei se ele venderia o terreno com o que sobrou da casa. Ele aceita. então dei a moto 7 Galo nova para ele e no outro dia minha mãe chegou, fomos buscá-la na rodoviária.
Chegando lá minha irmã como uma flecha de amor corre e se joga no meu peito, sendo apertada pelo mais sincero abraço. Minha mãe de lágrimas nos olhos, um abraço de muita saudade, de proteção, de amor de ventre antes mesmo ao primeiro choro ou entender a proteção do colo, a bondade do seio que nos faz vivos.
Atravessamos a Presidente Affonso Camargo, entramos no mercado Municipal de Curitiba, fizemos a feira e fomos para a casa da Paraguaia no Pico da Vila. Minha mãe chateada, sem um teto para chamar de lar, passa o dia. A noite ela vai no culto e no final do culto o pastor conta que a Esposa do Silva filha de nossa vila ganhara de seu Filho o terreno que havia comprado para dar de presente a ela. Minha mãe sem entender, com um ar de preocupada: -Mas como assim comprou??
Então ela sai a minha procura, me encontra e sem ter um ar se quer de felicidade me pergunta: - Comprou como?
Eu respondo: - Mãe, vamos entrar, fiz a janta e depois de jantar sentaremos e conversaremos.
Após a janta minha irmã deitada no chão da sala a segurar um cobertor que ia onde ela ia, terminado de assistir no vídeo cassete o filme do E.T.
Minha casa movida a música aguardava o final do filme e assim que terminou minha irmã veio no meu colo e cantamos essa música...
Musica: E SE - Porquinho Astolfo (Cocoricó)
Brincamos de boneca e ela contava o que tinha visto na viajem a casa da avó, me entregou um escapulário mandado pela avó que é a mãe de do meu pai qual eu nem conhecia e assim que minha irmã dormiu, minha mãe veio me questionar de como comprei o terreno e eu digo que ganhei uma moto da Paraguaia. Minha mãe vira para a Paraguaia e diz: - Porque essa sua proteção com meu filho?
A Paraguaia responde: - Eu matei o "Piá Ruim" para que seu filho não fosse para o inferno em vida, eu já estou condenada e a moto foi um mimo. Eu gosto dele.
Minha mãe me pede licença, saio da casa vou para o portão.
Minha mãe pergunta a Paraguaia: - Mas gosta como?
A Paraguaia responde: - Gosto de coração ou melhor, não gosto não. Eu amo seu filho.
Minha mãe se espanta e diz: - Tu tem o dobro da idade dele, é rica, linda, todos a deseja.
A Paraguaia diz: - Como explicar o amor? - Não escolhemos quem amamos, apenas sentimos o amor.
A mãe diz: E ele, o que sente por você? Até onde sei ele tem sentimento pela Gaúcha prenda.
Diz a Paraguai: - É!! Essa é a pior parte, amar quem ama outra, mas não posso impedir o que sinto nem sei se terei o amor dele. A única coisa qual posso fazer é protegê-lo.
A Paraguaia na mudança de assunto diz: - Tu acha que ele vai querer entra no crime?
A mãe diz: - Estou preocupada. A vida está pressionando ele, mas desejo que não.
No portão, parado me vem subindo no Pico da vila a Gaúcha minha prenda, ao se aproximar, saio e vou em sua direção, nos cumprimentamos, eu de coração esperava ao menos uma palavra sobre tudo que aconteceu por eu proteger ela, mas que nada! Ela tinha um ego por ter dinheiro, ir onde quer, quando quer. Tem moto, carro e já tem casa. Eu olho bem para ela, sinto um ar de superioridade e isso me dói dentro do coração, tento me abrir, dizer de um amor verdadeiro, pois sei que tem sentimento por mim, mas sou pobre, não tenho nada e jamais ela desceria o nível parar comigo. Seu ego venceria fácil esse amor. Tentei convidar ela para sair, conversar, tomar um sorvete, levar ideia, mas ela nunca que queria ser vista ao meu lado, Me espantava com leves estocadas no coração, saí da conversa me sentindo um nada. Entrei em casa minha mãe e a Paraguaia vê em meu rosto a tristeza, em minha energia, o sofrimento por eu ser de uma condição social inferior a quem amo e isso se tornar vergonha para minha amada, mas não a o que faça, não escolhemos quem amamos, simplesmente amamos. Ligo o três em um, pego o disco do Nazareth e coloco essa Musica...
Música: Love Leads To Madness - Nazareth
Caio em lágrimas deitado no sofá, um grito dentro de mim:-"Pobreza maldita!! Só trás dor, não aguento mais, preciso mudar isso! Minha mente me torturava, meu coração sangrava, o ódio foi me dominando queria arrancar esse Love Leads To Madness. Amor que me machuca, me diminui, me mata aos poucos. Mas não consegui é mais forte que a razão, que eu.
A madrugada chega, minha mãe foi dormir e eu fui sentar no gramado olhar a lua. - Insônia maldita!! A Paraguaia senta-se no meu lado, acende um enrolado, fumo. Ela em respeito, em silêncio fica. Olho para ela que me beija e nos coloca embaixo do cobertor e fizemos sexo loucamente.
Vou pro meu quarto, minha mente piorou, pois eu tinha dado mais expectativas a Paraguaia e eu sabia do que ela sentia por mim. Fiquei em duvida se valia mais a pena lutar para fica com a Gaúcha que amo ou com quem me ama e faz de tudo para ficar comigo??
Amanheceu eu no pensamento. --- Será egoísmo querer ser feliz? --- Será que eu não importa? --- Apenas devo fazer alguém feliz? ---Será que para sempre serei infeliz ? --- Ou será que devo ficar só e pensar apenas em mim? --- Será minha sorte com as garotas a minha maldição?
O dia passa e a tortura em minha mente continua: - Quer saber!! Vou pro crime e enriqueço para que o amor me veja, deixo que quem me ama nos guie. Deixo que aconteça ou volto para mim mesmo, entre a caridade e boa fé que coloco na vila. --- Preciso ajudar em casa! Preciso do maldito dinheiro que move tudo, mesmo que vai me fazer valer. ---Eu não importa!! Minha alma não importa!! O que querem é meu status, meu dinheiro, nada rouba mais alegrias que coisas compradas. Para que serve o que tenho por dentro? --- Vida maldita!! Planeta maldito!! --- No que o humano te transformou?? onde esta o sacrifício pelo outro?? Onde anda o amor?? --- Esse lugar parece o inferno em louvor ao dinheiro e seus prazeres!! Um verdadeiro circo de horror. --- Eu não importa? Apenas o que tenho a oferecer?
Indeciso, coração e mente em conflito, nem o colo de minha mãe se faz abrigo. Passando na vida em perigo serei meu amigo ou meu inimigo!
Me deito no sofá de casa e escuto uma musica...