quarta-feira, 4 de março de 2020

Conto: O Filho do Silva - Parte 07

Parte 07 - (Continuação)
-Por Rodrigo 'cC"-

Saio vou em direção ao Fliperama, tiro o Opala diplomata para fora, aperto o play no toca fitas e entra essa musica...
Música:Eu Me Amo - ultraje a Rigor
Começo a organizar toda a bagunça que já tinha mais de mês, após minha festa. Durante a limpeza chega na porta a amiga da Gaúcha, pergunto a ela da Gaúcha e a amiga responde: - Deixa ela em paz tu não é para ela, tu é pobre, ela de berço. Tu nada tem a somar com ela, ninguém vive de amor, acorda, se coloca em seu lugar, nem amigos nem família quer tu perto siga seu caminho, pise nos espinhos de ser quem é. Dá uma risada e sai.
Entro em desespero, sinto nojo de mim mesmo: --- Imagina!!! A Gaúcha tem vergonha de mim!! Vou deixar ela em paz e nunca mais vou chegar perto, a não ser que precise que eu a defenda dessa vida cruel.
Nesse instante chega a Paraguaia, pega a mangueira, vou esfregando o chão.
Ela me pergunta: - O que vai fazer?
Respondo: - No momento minha vontade é morrer.
Ela silencia-se, sinto sua preocupação no ar, mas também sei que me conhece e me respeita com seu silencio.
Minha Mãe pede para me chamar em uma conversa. Eu vou e ela pede que eu apenas escute e diz: - Filho, o amor próprio deve vir antes  de amar alguém, é o que realmente pode lhe fortalecer, você deve ser forte ao enfrentar a escolha e o sofrer. -O tempo vai passar e de novo você terá vontade de viver, se torturar será o que te fará de fato morrer. - Cada dia é um dia, uma nova chance e a página devemos escrever, pois cada dia tem a nos ensinar, dar e tirar e a vida não vai parar e se você não se amar, a vida passará num desperdício meu filho.
No fundo ninguém de fato sabia como eu me sentia, o que na minha mente passava. Resolvi o silencio, parei de dizer de mim, fugi com meus pensamentos e comigo mesmo, guardei meus segredos, de fato ninguém esta nem aí com o que me feriu por dentro.

Começo a tocar o Fliperama como fazia quando eu estava revoltado que eu pegava a enxada e saia carpindo no tráfico. Entrou uma Argentina mandada pelo pai da Paraguaia guria do diabo, com ela não havia perdão, era vacilo na atitude e corpo no chão. Não nos dávamos bem, ela me diminuía  por negar o poder e ter um bom coração, o Patrão no presídio do Áhu, meu lado da vila do mesmo jeito, continuo o trabalho social com o dinheiro do tráfico, mas isso me incomodava pensava um jeito de mudar isso e parar, pensar sempre uma boa musica qual me acompanha os dias, as noites a vida.
Liguei o rádio no Fliperama e ouço essa musica...
Musica:Blue Mondey - New Order blue mondey)
Começo a dançar entre a espumas, apenas de bermuda, sem camiseta vejo no sobrado novo da rua a vizinha nova a me olhar. Desceu a sacada do sobrado, pelo muro veio em minha direção e disse assim: - Me ensina a dançar?
Respondo: Ensino sim!  Ali mesmo começamos.
A Japa nova vizinha se empolga, me ajuda na limpeza, os olhos da Paraguaia em brasa, sou livre e não a o que faça.
O dia passa, tudo em ordem, chamo a Japa para dar um rolê. Vou na tia dos doces, na tia dos salgados, na distribuidora e deixo tudo encaminhado para reabrir o Fliperama.
Chego em casa e percebo que a Japa era tudo que precisava, uma garota qual começaria uma relação do zero, sem se importar com quem é o "Filho do Silva."

No outro dia, um sábado minha mãe sem diárias a fazer, minha irmã de folga da escola, fomos ao meu terreno na vila, mudas de pêssego, amora, goiaba, uvaia, laranja, mimosa, jabuticaba e uma araucária. Brincamos de imaginar como a casa seria.

Me apaixonei na hora pela mana da Japa qual tinha síndrome de down. A Japa me explicou o quanto sua Mana é sensível e que seu cuidado precisa muito da energia do amor que a Mana da atenção aos verdadeiros com ela e ao perceber isso tomou postura de mãe de sua Mana. Me abaixei com minha irmã e a Mana e plantamos a araucária,  enquanto as meninas brincavam, eu carpia e minha mãe juntava  e a Japa a dar atenção às meninas, a bagunça no monte de areia como se aquele morrinho de areia fosse o mundo todo a ser descoberto em aventuras, faz de conta e em risos de alegria vamos para casa almoçar.
A Paraguaia de ciúmes ao rosto e de coração bom se envolveu com a minha irmã e a Mana a tomar banho de mangueira. Me envolvo a fazer o almoço, arroz, bacon, milho, ovo cozido, palmito e queijo por cima e uns minutos de forno, almoçamos. Percebo o valor do amor da Japa e paciência ao dar comida a Mana. Terminamos de almoçar e já fui lavar as louças. As meninas assistindo" Alf o Eteimoso," a Japa e as mulheres na rede, largadas na varanda, toca essa musica...
Amantes e Amigos - João mineiro e Marciano)
A Paraguaia se levanta revoltada pega sua Mercedes Bens e diz: -Estou indo para casa!
Se aproxima de minha mãe e diz: - Fica em minha casa o tempo que quiser, logo volto estou com saudade do colo da mãe e ciúmes do seu filho e está doendo. - Quero sair daqui!
Abre o portão, me chama, me entrega as duas pistolas e diz: - Se cuida, logo estou de volta e fica de olho nessa Argentina.
Eu respondo: - Não sou do tráfico.
Ela diz: - Tem certeza? De onde vem o dinheiro para sua caridade?
Eu me calo. Volto para dentro de casa esmurrar o travesseiro e assim cada vez mais entendo que o amor próprio é o que mais devemos ter na vida, que é bom e equilibra, que por mais que alguém me ame e não me aceita como sou ou como faço as coisas, que depender de alguém é ter algo a ser jogado na cara  no primeiro momento que a pessoa se desagrada.
Chega minha irmã no quarto, deita no chão sobre seu companheiro cobertor, olho e penso o cobertor abençoado que protege e fica calado. Minha irmã diz: Tenho lição, preciso de sua ajuda.
Assim vamos pintar uma borboleta e ela indecisa com a cor, pois gosta de todas, eu me vejo sendo obrigado a crescer rápido. Os piás de minha idade solta pipa, joga bola, corre pela rua...
Volto a atenção a minha irmã e com muita calma a ensino a pintar sem borrar sua borboleta de todas as cores da caixa doze cores da Faber Castell. Terminamos a lição, fomos para frente da televisão assistir o Mundo Encantado de Boby. Ali caímos no sono abraçados.
Acordei e fui para a cozinha, abri a geladeira peguei o leite para o quick de minha irmã e vejo a nossa foto dormindo que a mãe tirou na polaroide da Paraguaia que deve estar rasgando em alta velocidade a BR277.

Por sua vez a Paraguaia em sua  Mercedes Bens ao limite, lágrimas nos olhos, sem entender o porque amar alguém que nem a enxerga como sua, nem o bem que eu faço a ele, que me sacrifico, até matei para que sua alma continuasse doce e limpa... Toca essa Musica
Musica:Words Don't Come Easy -  F.R. David
Seu coração acalma as lágrimas que não se cansam de escorrer pelo seu amor, tira o pé do acelerador e ao chegar em casa corre para os braços de sua mãe e ali se abriga  e de sua mãe escuta: - Filha se ame mais que tudo, pois as vezes o que desejamos não é para ser e temos que entender e aceitar. Quando de fato amamos se for para fazer mal deixe que vá, pois se amar vai querer ele feliz.
A filha diz: - Mas quem vai proteger ele? Você sabe que se deixá-lo solto a vontade no mundo ele vai se perder e com sua inocência é capaz de morrer. - Vou proteger meu amor, nem que custe minha vida!

Eu na vila em uma relação amiga com a Japa parceira para tudo nesses últimos dias. Ela teve a ideia de colocar um karaokê na Fliperama e assim fiz. Na sexta-feira seria a inauguração.
Ao chegar a Japa na hora de inaugurar me disse: - Nunca ame ninguém mais que a si mesmo, pois esse alguém pode tirar você de si e colocar alguém ai dentro que tu nunca reconhecerá.
Peguei o microfone e cantei a primeira música
Musica: Every Rose Has it's Thorn- Poison
Todos se encantam com a dança da Japa que havia aprendido comigo. Terminada a música nos tocamos nos olhos, embalamos no vinho delicioso da Colônia de nossa cidade, a festa numa paz só,  já amanhecendo todos vão embora.
Fui acender um "enrolado" no quarto dos fundos do Fliperama, sentei no sofá, a Japa tomou o "enrolado"de minha mão e disse: - Vou cuidar de você. Chega de fazer bobagens.
Dou a ela um sorriso, vamos para o colchão no chão, deitamos ficamos rindo caímos no sono sem intenção de se tocar.
Na madrugada esfria os corpos quentes se tocam, um abraço...
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👉(continua na parte 08)
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Conto: O Filho do Silva - Parte 08

Parte 08 - (Continuação)
-Por Rodrigo 'cC"-

Acordamos preguiçosos e colados, mas não houve sexo, nossa sintonia era amiga. Passamos na panificadora e depois fomos até minha casa tomar o café. Ao entrar no quintal me deparei com os primeiros acordes  da musica que meu pai e mãe cantavam juntos. Entrei cantando e fazendo a parte do pai, minha mãe me olhava em lágrimas cantando junto a mim..
Música: Sem Limites Pra Sonhar - Fábio Jr e_Bonnie Tyler
e o rádio ela  fazia sua parte. Minha irmã grudada em minha perna com o cobertor companheiro e o urso de pelúcia, me ajuda a cantar a música. A "Japa" com uma lágrima a marcar o rosto diz: -Em minha casa ninguém conversa e senta a mesa.
Todos a acompanha, momento família, uma boa energia, cheiro gostoso de café no ar, um pão com margarina, o som da voz doce de minha irmã a ensina modos à mesa ao seu urso. Minha Mãe brigando com meu sujar a toalha da mesa ao molhar o pão no café com leite, a Japa a olhar. Minha irmã pede para que busque a Mana.
Penso no almoço e me vem uma lasanha de costela de boi na mente. Vou comprar os ingredientes, quando vou saindo a rua já me para no portão de sua casa o seu Gaiola, dona Dita grita: - Entre "Piá do Silva" que é tempo de amora e estou fazendo um doce e vou levar para sua Mãe.
A Japa curiosa nunca tinha visto tantas gaiolas, a Mana a olhar e sorrir.
A Japa pergunta ao seu Gaiola:-  Se você gosta de passarinho porque não solta tudo?
Seu Gaiola diz: - Fia, eu gosto do canto. Vem de uma cultura antiga não faço por mal, apenas não sei viver sem os cantos dos passarinhos.
Ela olha, manda um entendi a  Dita.
Eu  já me envolvo, ajudo dona Dita a colocar os doces nos vidros e para minha surpresa, D. Dita conta que meu pai por muitas passou ali conversar fazendo a mesma coisa, ajudando com os doces. Eu encantado, retribuo com o mais belo sorriso, pego um pão caseiro passo o doce e dou para a Japa que estava ali, quieta olhando o mundo novo, o jeito do povo da periferia. O seu Gaiola já com a Mana diz: - Dita, põe água ferver e serve uma erva mate pras visitas e ela diz: - Está atrasado meu véio, já esta na roda a cuia.
O seu Gaiola diz: - Por isso que te amo minha véia, sempre esperta!!
E segue dizendo: - Cuida de Mim o dia todo.
Diz Japa: - Vem aqui que vou te mostrar os passarinho nas gaiolas. A Japa pega Mana no colo o seu Gaiola diz:- Ó esse, é o Coleirinha. - Sabe Japa, passo meus dias aqui entre essas gaiolas a ouvir os cantos, tratar, cuidar de cada passarinho, esquecendo minhas dores, distraindo meus dias, nem é por maldade, aprendi quando muito pequeno. - Gostava de caçar, conhecer e ter novos cantos, foi uma paixão qual me pegou. que nem vi. Veja essa! É a sabia branca, perceba como ela me responde, me sente, quer ver?
Então começa a conversar com a sabiá branca, uma troca e a sabiá entre tantos, tão mansos como se aceitasse essa vida coagida, cantava na mão do seu Gaiola se alimentava. O pássaro preto a brigar com os gritos da Dita o Gaiola diz: Vai chamar sua mãe "Piá do Silva" para almoçar aqui. A "Japa" espantada com uma casa cercada de Gaiolas, uma maldade ao seu ver, mas com pessoas tão bondosas dentro. O Piá do Silva grita um Piá na Rua pra que vá avisar a mãe dele pra vir na casa do seu Gaiola. A Dita já grita na vizinha,  D Vitória. Seu Gaiola já chama o vizinho do outro lado, o Mecânico e ali nos juntamos, cortamos lenha no machado fazemos a fogueira envolta ao espeto com costela, vou no fogão a lenha fazer coração de boi, cebola, pimentão, tomate e um molho de alho para servir as porções. Naõ deixei nenhuma das mulheres ir para cozinha, todos na varanda da casa ao som dos passarinhos de tudo jeito e cores, mas não tem o que faça já chega o sanfoneiro e ja solta essa música:
Musica: Castelhana - Gaúcho da Fronteira
E no ato começa a dança, a cuia, a roda de boa prosa, crianças a brincar na rede, o cheiro da costela no ar Os mais chegados da vila trouxeram cada um algo a somar, a mesa farta com delicias, vinho do bom da Colônia de Colombo, a Japa de olho grande em meio a tanta alegria e igualdade entre o tratar de um para com o outro, não parava um segundo, ela muito sensível a maneira que cuidar da Mana que tinha síndrome de down, pois não a limitava, nem via a Mana com limites, mostrando gaiola por gaiola, dava a ela muita atenção, sentava no chão, brincavam na areia juntas, brincavam de boneca, ensinava palavras, cores, flores, frutos, animais e entendia sua Mana e sua vontades. Estavam conectadas por um sentimento nobre chamado amor.
Depois de tudo pronto, o almoço ao som dos pássaros em uma mesa improvisada de cavaletes e tábuas, eu fazendo a massa de panqueca para monta a lasanha de costela assada, com tomate cereja queijo colonial, palmito. Montei três lasanhas, um pouco de forno e com tudo pronto nos deliciamos de macarrão caseiro feito ali mesmo. Almoçamos cada um lavando seu prato e talher para respeitar a mulher da casa, a música começa e eu canto...
Música: Obras de Um Poeta - Chitãozinho e Xororó
...um protesto sem ser percebido para agrada minha amiga Japa qual nunca tinha visto tantas pessoas em uma só sintonia chamada alegria, coisa de vila, mas como a paz não dura muito tempo, vem um som de gritos, corro para rua ver o que era vejo a Argentina que cuida do tráfico com um amigo meu de infância, o Mané de joelhos com uma pistola na cabeça, uma Guria a dizer que ele tentou a violentar. A Argentina me diz: - Pois é "Pia do Silva" já que tu é voz ativa, de a ordem! -Vou matar o Mané.
Eu em susto, todos na rua a me olhar sem reação digo: - Leve ele e deixe-o cativo. Vamos conversar, depois vou ligar para Paraguaia.
Vou para o orelhão, ligo para Paraguaia que não se encontra em casa e seu pai joga em mim a responsabilidade da decisão e como se me sentisse, a Paraguaia pega sua moto 700 four, vem para vila. Liga seu walk man coloca o fone, o capacete, toca essa musica
Musica: Every Breath You Take - The Police
Eu a pensar sem parar em forma de tortura, pois o Mané foi meu melhor amigo na infância, brincamos de carrinho champ cross, estudamos o primário inteiro juntos, íamos e voltávamos da escola. De repente ouço a mãe dele a me gritar no portão, minha mãe me olha no olho, eu saio em direção ao portão...
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(👉 continua na parte 09)
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Conto: O Filho do Silva - Parte 09

Parte 09 - (Continuação)
-Por Rodrigo 'cC"-

Acalmo a mãe do Mané dizendo: - Vou ouvir as duas partes e serei justo, pois se ele estuprou, terá que pagar, a senhora tem filha e é mulher sabe o que estuprador merece.
Assim fiz, chamei a guria "nóia" de crack que havia aparecido a pouco na vila e vivia enfiada na mata a se vender a troco de dez, quinze reais, para usar crack. coloquei os dois frente a frente e pergunto primeiro a ela: - Me conta o que aconteceu.
Ela diz: - Fui estuprada. O Mané me chamou para fuma um crack, fomos e lá ele colocou a arma em minha cabeça e me obrigou a fazer sexo com ele.
Eu olhei em seus olhos e o Mané diz: - Não fiz nada! Quer matar, pode matar. Tu me conhece bem.
Então dou uma geral na Guria e encontro mil reais e vinte gramas de pedra.
Olho para a Argentina qual ficou sem ação e já se tocando, veio com a arma para o lado do Mané querendo matá-lo e antes dele se defender entrei na frente e ela parou. O Mané entendeu, pegou a pistola nas minhas costas e no momento em que a Argentina se distraiu apontando a arma em minha cabeça, ao olha em meus olhos e dizer: - Acabou "Piá do Silva" a vila é minha! Agora morre! Tu e seu aliado Mané.
Então ouço os disparos,  o Mané a mata sem dó e atira na cabeça da Guria "nóia" que tinha feito a arapuca para ele. Eu sabia que ele jamais a estupraria, pois gostava de meninos desde sempre, mas se mantinha um comportamento mais resguardado exigido pelos resquícios de preconceito anos noventa, pós ditadura.
A mãe do Mané não sabia se batia nele ou abraçava, toda confusa, dona de casa. Em meio aquela loucura sentamos no chão do porão da casa velha onde se sentenciava ou não um honrado ou possível vacilão o Mané me diz: - Mano Silva, para sempre "tamo junto" nos livramos da traição. - Precisa decidir, tu fica nessa de negar que está no crime mesmo que não tenha matado, mesmo sem colocar a mão na droga, você esta de uma forma envolvido. - Eu vou cantar uma música mano Silva
Musica: De Herói a Bandido - Voz Sem Medo
Eu ali escutando o  Mané a mãe dele em choque, os corpos no chão sobre mim, uma pressão, pois quem de fato sou? Estou correndo risco fingindo que não, mas sim estou totalmente envolvido faço caridade com dinheiro do trafico, preciso parar de mentir para mim mesmo.
Enquanto a irmã do Mané espalha a notícia: - O "Pia do Silva" salvou meu irmão!!! -Era uma armadilha para matar os dois e tomar a vila!!
Nisso chega o som da sirene da viatura, logo tem várias viaturas na vila ninguém sabe, ninguém viu. O IML leva os corpos, policiamento reforçado naquela noite.
Ao amanhecer chega a Paraguaia acelerando forte com seu Scort XR3, o ronco dava para ouvi de longe e eu já entendi que ela estava revoltada. Assim que ela chegou na casa dela onde eu morava antes mesmo de sentir vontade de me esganar, sentiu vontade de me abraçar dando graças de eu estar bem. Mandou chamar o Mané, ligou para o Pai dela que mandou nós três subir para o Paraguai.
Seguimos ao aeroporto Afonso Pena com destino a Foz do Iguaçu.
 Chegando lá fomos na casa de trocas e pegamos a mesma D20 Bonanza que jà estava consertada a qual eu havia batido na perseguição onde levei meu primeiro tiro. Sem soltar uma palavra a Paraguaia de olhos em fogo com semblante de quem queria me esfolar vivo, dá umas olhadas no retrovisor. O Mané assustado, ela entra em uma estrada de chão liga o rádio e começa tocar essa musica...
Musica: If Looks Could Kill - Heart looks
Dirige loucamente, vai anoitecendo. Paramos em um hotel velho de madeira, precisávamos esperar amanhecer para continuar a viagem. Iríamos na plantação de maconha em uma fazenda no interior do Paraguai. No hotel a Paraguaia começou a beber cerveja junto ao Mané, eu fiquei no "enrolado" e havia percebido que a dona do hotel na hora que chegamos falou com o cachorro o qual naquele momento chegou com um tatu na boca e entregou a ela. Achei curioso e ao passar um tempo ela serviu o jantar e pensa!!!  Era o tatu com mandioca!!! Foi estranho, mas estava bom demais, um arroz carregado no alho. Jantamos e fomos deitar em uma pedra gigante. A Dona do hotel nos mostrou  o céu e  ficamos a ver as estrelas piscar, as constelações bem definidas, estrelas que pareciam andar no céu e do nada lanternas vem da direção do hotel. Eram três gurias, meio índias  de cabelos gigantes. Foi a primeira vez que me encantei por uma garota só de olhar: --- É muito gata essa índia!!  Como eu não falava Guarani, perguntei se tinha um violão e a Dona do hotel pediu para que o cachorro fosse pegar e para minha surpresa, aquele cachorro gigante foi buscar o violão e a entregou. Levantei fui buscá-lo, entreguei a Paraguaia que começou a tocar essa música...
Musica: Índia - Perla
Eu sei que a Paraguaia quando se deu conta queria dar com o violão na minha cabeça, mas percebi que a Índia entendeu meu desejo na música qual nem entendeu uma palavra, mas sorriu e ficou toda de rosto vermelho.
Amanheceu, saímos e a Índia que me conquistou sai ao meio da estrada. O sol nascendo na suas costas a caminhonete a levantar poeira. ---Que cena linda!!!
Seguimos em frente e chegamos na fazenda. Um paisagismo lindo como de costume nas propriedades do pai da Paraguaia. Entramos e o pai dela me olhou no fundo dos meus olhos, cumprimentou o Mané com um certo interesse. A conversa é reta, me olha e diz: - E aí qual  é? Vai assumir ou vai perder todo arrego do tráfico? - Tu é o mais respeitado da vila e já me deu prejuízos, roubou minha D20 Bonanza, bateu fugindo pro Brasil. -Já tive de mandar matar por você, já temos os nossos porquês não nos darmos tão bem assim, nossa relação está abalada. E antes que eu responda o Mané percebe a pressão e diz: - Agora somos sócios, eu resolvo na vila e ele cuida da "grana" qual o senhor sabe o que faz como ninguém, é respeitado, não deu cadeia a morte da Argentina entre outras por ele estar perto. - Na vila todos gostam do jeito que ele é, e tem mais! - Quando o Patrão sair do presídio ele voltará a assumir tudo. - Apenas ajudaremos o velho.
O pai olha para Paraguaia que acena que sim e o Pai dela chega bem perto de mim e diz: Até quando minha filha fará tudo por você? -E tu vai retribuir?
Eu permaneço quieto e assim que saímos de dentro da sede da fazenda peguei um cavalo e sai andar só, pensar um pouco, fumar um "enrolado" para relaxar a mente e em meio a plantação encontro a Índia e suas irmãs colhendo as flores da "Cannabis" e não tem jeito estou gamado na Índia, ela é linda demais! Mas como vou conversar se não falamos a mesma língua? Saio a cavalo em disparada e olho pra trás e lá esta Ela me olhando do meio da estrada na plantação. Me distraio, caio do cavalo, bato a cabeça e apago. Caio num sono profundo, vou no mundo dos sonhos, penso em um lugar e lá estou do nada caio numa caverna ouço uma voz que me oferece uma vida farta onde não terei mais medo onde pelo mal serei protegido, que nunca mais conhecerei a fome, nada me faltará é só desejar que ele realizará. Na cena seguinte ando num lugar lindo muita flora, fauna, ouço um som de mar e sigo nessa direção, chegando lá escuto uma música
Musica: Rastros na Areia - Duduca & Dalvan
A Índia acalma minha febre com um pano sobre a testa numa velha casa no meio do nada..
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👉(Continua na  parte 10)
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Conto: O Filho do Silva - Parte 10

Parte 10 - (Continuação)
-Por Rodrigo 'cC"-
[...] Toca musica...
Musica: Oreru Nhamandú Tupã - Memória Viva Guarani
Ouço essa música vagando entre o tempo e o espaço entre a morte e a vida, sinto apenas solavancos, a Índia foge comigo numa armada de pau e couro puxada pelo gigante cachorro, pois sabia que viriam atrás de mim e pensava ela na sua bondade que eu seria um escravo do tráfico assim como os seus vem sendo há gerações explorados, sem direito a vida livre dada pelo Criador.
Eu havia dado a coragem precisa para que a Índia lutasse por sua vida e pela minha, pois nunca ousou fugir mesmo contrariada, pois os seu antigos preferia a morte a serem escravos. A Índia sempre teve essa vontade de fugir e lhe faltava coragem.

A mãe do Piá do Silva preocupada com o sonho de sua irmã que dizia que Deus tinha falado com seu irmão que a fez ligar para a Paraguaia que relatou que ele havia desaparecido. A mãe em berros dizia: - Tu não disse que o protegeria? - Vocês mataram meu Filho?
A Paraguaia conta que ele saiu andar à cavalo e foi encontrado apenas o cavalo, que iria mandar um táxi pegá-la para traze-la até Foz do Iguaçu e quando chegasse iria buscá-la. Assim foi.
Chegando na fazenda a Paraguaia percebe que há dias não vê a Índia. Passa um dia, dois de procura e se irrita, ela acredita que o "Piá do Silva" fugiu com a Índia e para as buscas  e ordena a captura do Piá do Silva e a morte da Índia em silencio ao capanga da fazenda.
Eu preso entre o tempo e o espaço escuto esse som...
Musica: Gennady Tkachenko-Papizh
Um lugar com formas de vidas inteligentes, de energia agradável, um lugar como a terra, mas sem a interferência do humano. Muito lindo, de uma paz que chega a dar prazer.
Em meio a esse passeio encontro meu Pai e vou abraça-lo, mas Ele é alma, é intocável, pergunto a ele se estou morto e me vem o choro, antes mesmo da resposta, que não estou morto, apenas estou em estado de iluminação da alma, que está muito fraco meu corpo e estou em silencio para que a natureza tente regenerar o corpo para que não me falte o sopro da vida. Me admirado com as formas de vidas não terrenas quando elas passam ao meu lado ou sorriem, é um prazer que não consigo explicar. Olho longe, ao alto do monte uma Luz pura, linda saldada pelas outras formas de vida. Era Jesus Cristo a iluminar com seu sorriso. Eu sem conseguir parar de olhar, vejo Jesus a erguer do chão uma garota de cabelos longos chorando, surge um rapaz que parecia até estar vivo interceder por ela junto a Jesus e ao cair no chão de joelhos o casal cabeludos, erguem as mãos ao céu e uma luz vem e os dois desaparecem. Meu Pai diz: - Deus os permitiu voltar. - É meu filho o amor é poderoso, o amor é Deus.
Quando viro-me para o lado, vejo Jesus Cristo que com um sorriso me alvejou, com a mesma luz do casal. Acordo com uma sensação boa, olhando para o céu me sentindo renovado, como se eu acabasse de nascer. Olho para o lado, a Índia assando uma lebre. Pergunto: -O que houve? Mas ela fala em guarani e eu português. Tento me levantar, ela oferece sua mão para me ajudar e ao tocá-la senti algo vibrar meu corpo, uma sensação gostosa.
Nos alimentamos, ficamos perto, sem dizer uma palavra e tive uma ideia, desenhei no chão uma casa, aponto com a mão e ela faz sinal com a cabeça que não. Desenho uma criança do lado de sua mãe segurando uma mão e eu de outra. Vejo a lágrima cair de seus olhos como se soubesse o risco que corria, segurei suas mãos e com os olhos em lágrimas a abracei, foi o abraço mais gostoso que já havia recebido e o mais grato por mim dado. Permanecemos em silencio a olhar para o céu, a lua chegando sorrindo
Musica: Ojos de Cielo - Mercedes Sosa
A noite cai como se a paz estivesse ali sentada com nós a volta da fogueira, de longe avistamos uma luz de carro, vamos em direção a luz, nos escondemos. A Caminhonete para, desce homens armados e vão em direção a fogueira, ouvem o latido do cachorro mais a frente, afastam-se da Caminhonete. Aproveitamos a chance e corremos em direção da caminhonete eu a roubo e voltamos para fazenda.
Minha mãe em desespero, pensando o pior, chega minha irmã e diz: - Calma Mãe o irmão está bem. - Ó sente, ele está vindo.
A mãe a abraça pensando --- Coitada, nem sabe o que diz.---  Melhor assim.
Olhei no retrovisor o cachorro vem correndo, parei a caminhonete e ele pula na carroceria. Os tiros repetidos não nos acerta. Enfim chegamos na fazenda, a Paraguaia correu em direção a caminhonete pensando ser os capangas da fazenda e se deparou comigo e com a Índia qual com seu ódio foi agredindo e indagando o que havia acontecido. Eu entrei na frente, minha mãe correu me abraçar e minha Irmã dizendo que ele estava bem, me sorriu e eu abracei com tanta vontade que não queria solta-la mais.
A Índia contou que eu havia caído do cavalo e pensou que eles iam me matar e que por isso eu estava sem direção correndo muito a cavalo e ela tentou me salvar.
Nesse momento eu não soltava a mão da Índia por nada e percebia o ódio na Paraguaia pela Índia e de seu pai por mim.
No outro dia cedo, comecei a ensinar a Índia um pouco da minha língua, o português, mostrando objetos, animais e dizendo os nomes.

Passaram os dias e eu ia ajudar a Índia na colheita da flor da Cannabis, quando vejo o pai da Paraguaia chegando a cavalo e me pergunta: - Por quê tu ajuda essa coisa aí, ao invés de dar atenção a minha filha que te ama e faz de tudo por você, além de ser milionária?
Eu respondo: - Tu quer um homem para sua filha que fique apenas por interesse e sem amor ou respeito algum por ela?
O Pai dela diz: - Não!
Eu digo a ele: - Sem amor, sua filha será apenas um objeto.
Ele me diz : - Pia do Silva, tu se interessa em ir para Florida USA, trabalhar com o anticristo?
Eu respondo: Não! Não quero.
O pai dela me tenta de novo dizendo: - Vai com o anticristo, tu é do bem e fará um ótimo trabalho com a falsa impressão na religião deturpada qual o diabo se manifesta dentro de suas igrejas.
E novamente eu nego.
Ele continua: - Darei a você o segundo lugar na hierarquia.
Eu nego de volta e digo a ele: - Quero comprar a Índia,
Ele diz: - Piá do Silva, pela sua honestidade comigo, a Índia a partir de agora está livre.
E me pergunta: - Por quê tu não quer dinheiro, poder? Como pode você não ter apego a nada? Como pode você se importar com as pessoas? Usa o dinheiro fazendo o bem aos outro? - Como pode comprar remédios, gás de cozinha, alimentos aos outro e continua pobre?
Eu digo: - Nada me dá mais prazer que ver alguém sorrir com o bem.
Seguro na mão da Índia que esta em extasie de alegria de estar livre e voltamos a sede da fazenda. Conto a minha Mãe sobre a liberdade da Índia.
O pai da Paraguaia me ensina a chegar na tribo dela, peguei a Caminhonete F1000 e vou levá-la de volta para os seus pais.
Chegando perto um rio e em seu sentido leste o sol se pondo, sentamos no capô da F1000 e nos tocamos e fizemos amor a noite toda. Amanhecendo chegamos na tribo, seus pais não se continham em lágrimas de tanta alegria, me agradeciam e eu nem entendia uma se quer palavra em Guarani, mas nem precisava, eu sentia a energia do bem.
Resolvi ficar o dia todo ali, muitas crianças curiosas por mim, pela caminhonete F1000, mas sem dizermos uma palavra nos entendemos, pois a energia da gratidão é universal.
A noite chega e vem a hora de ir embora, nos abraçamos e começa essa musica
Musica: Musica: Nhanerãmoi'i Karai Poty - Memória Viva Guarani 
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(👉 Continua na parte 11)
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terça-feira, 3 de março de 2020

Conto: O Filho do Silva - Parte 11 .

Parte 12 - (Continuação)
-Por Rodrigo 'cC"-

Entro na caminhonete, saio olho e vejo a Índia qual toca minha alma e não apenas o corpo, a mente, o coração. Vejo pelo retrovisor aquele rosto que transparece verdade, o amor puro, faço a primeira curva  com a certeza de estar indo embora do paraíso, deixando lá a vida pura e verdadeira para voltar a loucura da selva de pedra, o inferno. Ligo o toca fitas da F1000,  pego uma fita da Bonnie Tyler aperto o play...
Musica: Total eclipse of the heart - Bonnie Tyler
A certeza no coração que voltar para vila seria um erro, mas tenho mãe irmã que precisam de mim. Eu não importa, preciso cuidar delas e de mim, pois a morte tem me tentado. Acelero a F1000 na estrada de chão que corta o Paraguai para ver se a adrenalina é mais forte que as lágrimas que não param de sair, um nó na garganta um sentimento de tristeza de deixar a Índia no passado.
Vejo um morro, pego a estrada em sua direção e em uma serrinha qual dava a volta ao morro, me deparo com uma puma tentando atacar um tronco oco, defendido por uma cadela Husky Siberiano qual já machucada não recuava. Me envolvi na Briga atirei ao chão a puma me atacou a cachorra a atacou, ela que virou no veneno da sede de matar, precisei atirar e matei a Puma. Senti aquele choque de matar sem nenhuma adrenalina, não tenho alma de caçador. Olhei dentro do tronco uma ninhada de cachorrinhos, olho para o lado, a cadela caída e o que ainda a deixava de pé era a valentia de mãe. Recolhi os filhotinhos e Husky mãe, levei todos para a caminhonete. Voltei para estrada principal, fui até uma casa em uma velha pousada e peço que preparem uma sopa paraguaia. Sento-me junto a cachorra, a alimento e me alimento e faço curativos. A Dona da pousada me ajuda a costur seus cortes e limpar bem o ferimento. Alugo um quarto e ali permanecemos eu. a cachorra e seus filhotes.
Amanhece tomamos café na cama, a cachorra qual me obriguei a chamar de Princesa, pois eu a tratava como uma, meu cuidado com ela foi gigante, nunca havia dado tanta atenção a nada quando dei a salvar essas vidas tão valiosas ao Criador quanto a minha. Pego um a um, dou mamadeira, pois a Princesa estava fraca e se ela fizesse a amamentação sagrada, lhe faltará a energia para vida.

Na fazenda minha Mãe já imaginava que eu não voltaria mais e com a Índia ficaria. Minha irmã a acalma e diz: - Calma mãe! Logo ele vem. Nunca vai me abandonar. - Mãe, vamos pescar para distrair?
A Paraguaia se envolve e vamos a beira do Rio Paraná, ali pescamos por horas, minha Mãe olha para Paraguaia agoniada e diz: - Tu tem que seguir sua vida. Meu filho a tem carinho, mas não tem amor e você  não pode desperdiçar sua vida. Ele é muito novo e tem esse jeito aventureiro com as mulheres e ama a Gaúcha.
A Paraguaia diz acredito que amava. Tu percebeu o esforço que fez pra libertar a Índia e desde o primeiro momento que a viu algo mudou em seus olhos.
A Mãe concorda que realmente seu trato para com a Índia foi diferente e diz: - Só o que me falta ele não voltar mais da tribo!! - E tu Paraguaia sabe onde fica a tribo?
Diz a Paraguaia: - Sei!
E assim seguiram para tribo,  já há dois dias sem aparecer tem algo aí. A Paraguaia pega o carro a Mãe do Piá do Silva e sua irmã a cantar uma musica...
Musica: Aquarela - Vinícius e Toquinho
Então seguem em direção a tribo já há horas de estrada a Irmã do Piá do Silva vê ele pela janela da pousada. A Paraguaia reconhece a F1000 do Pai. Chegam na pousada e se deparam com o Piá do Silva dando mamadeira  aos cachorrinhos. A irmã já vai em sorrisos pegar a mamadeira para ajudar. A Paraguaia acaricia a cachorra a Mãe dá um esculacho em seu filho por demorar em dizer nada e tudo fica bem. Ele pede para que elas fiquem ali mais uns dias para que a cachorra se recupere, que precisa entender algumas coisas que sente no coração, tirar a bagunça da razão, pois não paro de pensar na Índia, não consigo sequer sentir desejo pela Paraguaia de uma forma inconsciente que vem do sentimento. --- Será que estou cego de Amor? -- É, não adianta eu me enganar, eu sempre senti um desejo enorme por essa Paraguaia linda, mas não mais! -- Será que vai ser assim com todas? -- Credo! Como vou fazer com esse meu corpo em fogo? -- Gosto de sexo mais que tudo. -- Bom vou ver qual é com outra em outro momento, se for verdade que o Amor é mais forte que tudo não vai ter jeito. -- Vou ter que andar pelado, tomar banho de rio. Irei atrás da Índia se de fato for Amor, pois se for paixão vai passar logo e se volta em direção a sua irmã. Pegam a F1000 e vão para beira do rio. Já no rio com barro na beirada começam a brincar como se todos os problemas e tormentos em seu coração e mente não existissem e ali as horas passam. Ensino minha Irmã nadar, vamos ao campo colher flores para a Mãe, ficam a caçar com os olhos as variedades de insetos, pássaros, o pôr do sol. Vem a noite que chega trazendo a lua cheia, ficamos deitados olhando pro céu. Passaram estrela cadente, uma estrela que parecia seguir viagem em luz ,direta sem dar uma piscada. Minha Irmã dorme, a pego no colo, coloco na cabine da F1000 e seguimos de volta para pousada e de volta me vem o pensar sem parar na Índia e eu brigando comigo mesmo, dizendo: - Só pode ser Amor--- o que faço estou ficando louco! Liguei o rádio da F1000 e ao tocar essa musica meu coração bagunça...
Musica: Changes- Black Sabbath  

Chego na pousada acordo a minha Irmã que vai correndo em direção a Princesa e seus filhotes, vai na cozinha pede para a cozinheira leite e damos mamadeira a todos, damos carinho pra Princesa e vamos jantar e depois dormir.
O Pai da Paraguaia com o dizer do Piá do Silva de não se envolver com sua filha por não mentir para ela um amor que não sente e não querer levar adiante um sonho realizado de mentira.
A mãe da Paraguaia diz: - Então desistiu de mandar matar ele?
O pai da Paraguaia diz: - É, vou ajudá-lo a se manter no bem. No fundo está quase se perdendo, mas tem alma do bem, não merece o inferno na terra.- Vou perguntar a ele o que deseja em sua vida.

Amanhece, o Piá o Silva sai em direção a fazenda chegando lá vai ao Pai da Paraguaia o chama de canto. O Pai propõe uma pescaria, pegam o Iate e vão Rio Paraná acima. Uma conversa se inicia e o Piá do Silva pergunta: - Como você sabe quando não é paixão e sim Amor?
O Pai responde: - Porque o Amor é  lutar, você faz o impossível e paixão não se faz muito se esquece logo.
O Piá do Silva diz: - Estou com o sentimento que to indo embora do Paraguai e deixando um pedaço de mim.
O Pai diz: - É a Índia?
O Piá do Silva diz: - Sim, mas tem algo a mais que sinto, só não sei o que é.
O Pai pergunta: - Se eu lhe concedesse um pedido que custe até ser meu braço direito ou milhões em dinheiro, fazenda, o que quiser. O que você pediria?
o Piá do Silva diz: - Proíba o trafico na vila onde nasci. É isso que eu desejaria.
O Pai  da Paraguaia diz: - Desejo concedido.
E Pega seu Celular, liga para um Grau acima na hierarquia na Bolívia e consegue que se proíba a venda de drogas em sua vila e conta que vai trazer para o seu lado o Patão da vila assim que sair do presidio do Ahú, que já está cansado dessa vida de poder, perigo, adrenalina que cansou.

O Piá do Silva conversando com um homem tão esperto fala de seu pensamento de usar o reciclável da vila para fazer dinheiro e usar ali mesmo: - Em Curitiba se troca o reciclável por hortifrúti pretendo fazer uma associação comunitária  e penso em realizar bingos para unir a vila e arrecadar o dinheiro da vila para usar na vila.
O pai da Paraguaia não resiste e fala: - Tu não é desse mundo Piá! Tu nasceu para fazer o bem. Eu vou te ajudar. - Ache dois terrenos um do lado do outro que vou doar para te ajudar e fica tranquilo que não se venderá mais drogas na vila.
Eu agradeço e vejo o malandro surpreso com minha atitude e me diz em bom tom: - Piá do Silva se um dia alguém cruzar seu caminho, qualquer um, em qualquer lugar do mundo me diga,que vou matar a família inteira, nem papagaio ou cachorro vai viver. E já diz: - Duvido que vá usar esse poder mas já sabe; - Se você sentir acuado é só dizer: sabe que sirvo ao anticristo, meu chegado da Flórida eu digo:-Se eu ver que não tem jeito mesmo vou ordenar essas mortes sem dó, pois sei que o medo que mata tanto quanto a coragem.
O Pai da Paraguai diz: Presta atenção está puxando.
Eu dou a fisgada e começa a briga com o pintado.
Depois de um tempo de briga, tiro o pintado do Rio Paraná e já combinamos a fazer uma sopa que eu vou preparar. O Pai da Paraguai já me tratando de igual pra igual, eu o olho nos olhos e digo: - É, eu sinto que vou ter que usar seu poder e lhe cobrar a palavra dada de matar para me defender. - Algo me diz que um dia vai acontecer e vai ser sem chance para quem não me deixar outra escolha.

O Pai da Paraguai diz: - Tu sabes que sou da banca do anticristo e tenho tal poder. - Me avisa, mas antes de nomes, pois se algo acontecer saberei quem procurar e onde nada escapa ao anticristo e sabe ser o único até hoje a não se render a ele. - Tu me intriga Piá do Silva.
Voltamos a fazenda e na chegada vejo todos no trapiche o pai da Paraguaia diz: Escuta essa música...
Me Esqueci de Viver - Julio Iglesias
que fala de mim e viva Piá do Silva, viva e tente se manter no bem e seja feliz e se esconde do mundo, pessoas boas não são bem vistas e por muitas atacadas por serem assim e são minoria aqui na terra ..
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👉(Continua na parte 12)  
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Conto: O Filho do Silva - Parte 12


 Parte 12 - (Continuação)
-Por Rodrigo 'cC"- 
De volta à vila vou atrás de comprar dois terrenos. O pai da Paraguaia paga. Eu chamo a vizinhança na ideia de fazer um bingo mensal para arrecadar a grana para construção da associação da vila. O povo mais  chegado num “fervo” toparam na hora.
O primeiro de cada família a participar levou uma prenda boa. As tias da vila levaram de doação: bolos, salgados, fim de outono pinhão catado na mata da vila, milho verde que o seu Maneco doou da sua plantação, cerveja de garrafa refrigerante vendido de copo doação do mercado e o material de construção doou uma generosa prenda e assim foi aquela energia da vila unida. Agora a vila sem trafico, mas morada de malandro de respeito tem uns par de forte “rolê” louco. Meu amigo Mané só vende no peso, o Patrão da vila vai para o Paraguai quando terminar de puxar sua cadeia.
A Vila na paz o Tio do escolar surpreendeu a vila ao chegar ao bingo vestido de Palhaço e atrai todas as crianças pra rua. O primeiro bingo foi feito no bar do Pé Vermelho, brincadeiras de elástico, amarelinha para as gurias, dois golzinhos e pipas para os piás, tudo era vendido a um real.
A noite chegou, o bingo silenciou um espalhado de sorrisos no rosto da galera da vila, crianças cansadas de tanto brincar de tudo ao mesmo tempo, olho para Japa, para Mané: - Vamos dar um “rolê”?

A Japa diz:- Vamos buscar minha prima que chegou do Japão?
Então vou até minha casa no pico da vila, pego o Opala Diplomata e desço. Dou ideia as piazadas para recolher todo o lixo e dou vinte reais para cada e elas vão faceiros recolher. -- Vai virar em pipa a grana – Bom assim.
Seguimos para o centro de Curitiba, ligo o CD, coloco esse som...
Musica: Get Crazy -  Sparks
Avenida Abel Scuissiato, saída da vila quinhentos metros de reta encho o motor em uma brusca acelerada, o Opala seis canecos responde, solto a embreagem e dos pneus traseiros levanta a fumaça, estico a primeira marcha, segunda, seguro o Opala, passo a lombada, levanto o giro, primeira... segunda ... Mercado na esquina, passo de boa, duzentos metros curva forte a direita, BR116 estico as marchas do Opala, ronco louco, entro na Br116 de lado, vou para a pista da esquerda, dou final no motor do Opala, paro no sinaleiro e ao lado para  duas garotas em uma Kadett conversível e pergunta: - Onde vai Apressado?
E Eu respondo: - A procura de uma noite única.
 Diz uma delas: - Vamos a minha festa então?  E passa um bilhete com o endereço.
Sigo a buscar a prima da Japa no Ecoville e vamos à festa. A prima da Japa linda que só. Vamos a festa pego a BR 376, pé no assoalho, escape do Opala a fazer musica alta, acendo um “enrolado,” desacelero, paz na mente, chego na festa em  um sitio, todos a me olhar, descemos, um salão grande, luzes e essa musica começa a tocar...
Musica: Boys - Sabrina Salerno
Já no corredor em direção ao salão me vem meu Pai na memória e entro dançando como se estivesse sozinho. Entrei no meu mais íntimo da mais gostosa viajem e todos me olhavam. Uma ruiva vem a me acompanhar, ela conhecia os passos e ali em sorrisos conversamos,  vou ao bar pego uma lata de Coca-Cola, vou a beira do Lago com a Japa, sua Prima e o Mané, fumamos outro “enrolado” e desenrolamos e fomos ao salão tirar uma viagem com as luzes piscando as pessoas dançando. Quando chega uma guria morena e me pergunta se eu tenho um enrolado para apresentar, vamos à beira do lago, ela me beija, me tenta, mas me vem a Índia na mente e dou aquela broxada, corto a morena que sem entender me respeita e me afasto. Ela diz: - O que foi?
Eu digo: - Eu Amo alguém, não consigo transar com mais ninguém.
Ela então responde: - Vá atrás dela. - Ela é de sorte, mas volte aqui vamos levar ideia de boa, prometo não te provocar.
Nisso chega uma loira e diz: - Amor o que faz ai?
E a Morena diz: - Vim só fumar um enrolado.
A Loira diz: - Acabou?
Então eu enrolo outro e fumamos a morena vira pra Loira e diz: - Acredita que ele não transou comigo por amar outra?
E a Loira ri e tira a roupa e a Morena faz o mesmo e ali as duas começa e se beijar por inteiras e eu ali de boa como se nada tivesse acontecendo.
Não sinto vontade de me envolver fico admirado comigo, pois amo e esse amor é poderoso, volto para festa e deixo as duas ali. Avisto a Japa e o Mané, conto a historia, eles dão risada.

Vou ao Opala encontro a dona da festa que já vem toda de graça, me leva a um lugar reservado, umas dez garotas, a aniversariante é virgem e querem que eu dance para elas e transe com a virgem. Eu sem graça e mandei a real!  Falei! Tenho namorada e não sei trair e foi mesma coisa que dizer: Venha! Choveu gurias de tudo jeito, quando me dei conta estava nu. A Japa me viu pela janela, a olhei com um olhar de socorro e assim foi... Ela entrou me chamando de vagabundo, gritando pra eu ir embora e virou um grileiro. A galera da festa me viu saindo de cueca, fui para o Opala e saímos rindo muito. A prima da Japa de cara fechada, manda a realidade para mim dizendo  que devo me cuidar muito que quem tem a energia que atrai, por muitas atrai o que não quer,e que o não querer quem te quer,gera energia ruim, pois a pessoa que te deseja e não tem coloca energia, muitas de um desejo bom, mas a maioria o desejo ruim e é no desejo que a maldade vem,na força, na energia gasta pra isso e a Japa a traduzir usou um tom de bronca em mim e entendi bem o recado da prima da Japa e acabei descobrindo que não era só com a Paraguaia que eu havia perdido  o interesse pelo sexo e gostado de fazer amor. Coloco uma musica para Relaxar...
 Música: Grobstadnacht - Dreizack
Pegamos a BR376 na direção errada vamos sentido litoral Sul do Paraná e norte de Santa Catarina quando começo a acelerar. A prima da Japa pede para eu a deixar dirigir. Parei o Opala e a deixei. Vou te contar!!! Essa prima da Japa ligou o modo aventura e pisou no Opala os pneus de trás sofreu fazendo fumaça ao patinar sem parar e foi “A adrenalina”. Fumamos outro enrolado  e chegamos em Guaratuba Paraná  quase amanhecendo, nos deliciamos com o nascer do sol no Morro do Cristo e  ali pergunto a Prima da Japa: - O que é a energia que você  dizia?
A Japa traduz e diz: - Da Alma, é ali que somos fracos e poderosos, onde guardamos o que nos tornamos, é onde mora a bondade e a maldade.
Assim, num resumir entendi bem. Eu não tirava a Índia do coração, do bom desejo, do pensamento e no mesmo momento à Índia que pensava nele, uma criança no útero gerava.

Passaram os dias...
Eu em casa na vila a pensar na Índia.
E lá no Paraguai sua barriga crescia.
Passados mais de meses a Índia procura a Paraguaia para pedir que me chame que ela precisa conversar comigo, assim a Paraguaia faz.
O Pai da Paraguaia ao perceber a gravidez da Índia a trás para casa e a leva fazer todos os exames. A Paraguaia me liga e pede que eu vá a fazenda o mais rápido possível.
Eu vou ao Opala, ele não liga, vou num amigo e pego sua Kadett Ipanema emprestado e parto para o Paraguai com uma quantia de dinheiro no bolso, nem habilitação tenho, mas na BR277 a fiscalização não é forte.
Chegando a Guarapuava cansado procuro um hotel, preciso dormir não aguento ficar acordado, paro janto na churrascaria, pergunto de um hotel vou até o hotel e já vou deitar. Um sono que me domina, durmo e começo a sonhar com a Índia, acordo durmo e o mesmo sonho me persegue, as horas passam a Índia a me chamar. Eu tento chegar nela e quando vou chegando é um sonho e acordo e isso me colocava em pânico.
Pego a Kadett Ipanema e saio bem louco na estrada, o sono me pega, bato o carro, tudo se apaga, um nada toma conta, tudo fica escuro e o meu pensamento vaga nesse escuro sem entender nada.
No Paraguai e Índia ao chegar para fazer os exames do nada passa mal e é internada num picar de olhos, enfraqueceu e foi ao coma induzido assim como eu me encontrava em um hospital em Cascavel Paraná.
De repente nesse escuro num nada escuto a voz da Índia, meu coração acelera os médicos a observar minhas reações, assim como os da Índia a observar a reação dela. E na beira de um lago encontro a voz que me chama e meu corpo reage e lá esta ela sentada, sento ao seu Lado e de longe vejo um menino correndo e ela diz: - Vai se chamar Raoni, é nosso filho, cuide dele e ofereça a ele o que há de melhor em você. E me abraça e some dizendo: - Te Amo.

Em Cascavel no hospital acordo no susto e no Hospital no Paraguai morre a Índia e nasce Raoni,  antes do tempo, mas o dinheiro do Pai da Paraguaia dá o que precisa para ele  ficar vivo.
A Paraguai já ciente do meu acidente me espera há dias sair da UTI e não me conta nada.
Eu já no quarto conto a Paraguaia do meu sonho e ela me olha assustada e eu pergunto: - O que foi ?
Ela responde: - Nada.
Estava claro que algo acontecia e as horas e dias passam. Saio da UTI, a Policia a me esperar querendo saber do carro, do acidente, do dono do carro, mas minha velha sorte trouxe policias corruptos e o dinheiro da Paraguaia os calou.
Mandei o que sobrou da Kadett Ipanema para o dono. Minha mãe no telefone aos gritos de alegria por eu estar bem e em outros momentos me dando bronca.
Seguimos ao Paraguai: - Pergunto: - O que vou fazer no Paraguai?
E ganho de resposta: - Calma, chegando lá tu vai entender.
Pego uma caixa de fósforo e começo a fazer musica e canto essa musica...
Musica: Is This Love-  Whitesnake
Ás lágrimas vem com força, não controlo meu coração que bate louco, uma sensação estranha, uma vontade de soltar um grito, jogar fora a energia presa.
Chego ao hospital no Paraguai, sinto uma energia gigante, poderosa e olho pra Paraguaia, pergunto o que aconteceu e ela me olha em lágrimas. Me assusto e saio do carro e a Paraguaia diz: - Vai ao quarto 201 e saio sem entender..
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👉(Continua na parte 13)  
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Conto: O Filho do Silva - Parte 13

Desenho realista bebê | Desenhos realistas, Desenhos, Realista

Parte 13 - (Continuação) 
-Por Rodrigo 'cC"-

Chegando ao quarto me deparo com o Pai da Paraguaia que me abraça e ali sem entender nada pergunto: - O que acontece?
Ele diz: - Calma!
Eu sinto a presença da Índia, meu coração acelera. O médico se aproxima e diz: - Venha  conversar comigo.
 Eu já vou questionando da Índia. O Pai da Paraguaia abre a porta do quarto e eu sinto uma energia boa e gigante antes mesmo de entrar. E ao entrar me deparo com um bebezinho na incubadora. O sorriso toma conta do meu rosto e o bebezinho assim que sente minha presença reage. Então entendo que não era um sonho que eu tive e sim uma despedida. Olho para o médico e digo: - Já entendi tudo, meu amor morreu no parto e esse é o pequeno Raoni.  
O médico diz: É sim, a Índia disse mesmo que tu virias, segundos antes de morrer e que o nome do piá seria Raoni.  Muito me assusta saber que tu não sabias e sonhou com ela e Raoni. - Ela já estava morta quando tirei seu filho e cuide, pois é de sorte e o que mostra isso é ele estar vivo. Precisa ficar um tempo aqui no Paraguai, Raoni precisa de tempo na neonatal.
Diz o Pai da Paraguaia: - Vamos descansar. Você não pode ficar aqui dentro da neonatal, então vamos até uma cobertura que tenho aqui perto.
Chegamos à garagem do prédio e o Pai da Paraguaia diz: - Tem um carro debaixo daquela capa cinza e a chave esta lá em cima no prédio, pode usá-lo.
Subimos para a cobertura e de lá avisto cassinos e o Pai da Paraguaia diz: - Toma um banho, depois vamos ao cassino distrair e conversar, eu sei que  você está sem chão. - Vamos! -Arrume-se.
No banho lágrimas de tristeza de perder um amor e a alegria de ganhar outro. Uma mistura louca de sentimentos, mas me visto e pego a chave com o símbolo de um puma. Ao descer me deparo com um Puma GTB S1 debaixo da capa cinza. Entro ligo e vem a musica do motor seis cilindros em suave embaralho da marcha lenta ligo o rádio e toca esse som...
Musica: 18 And Life - Skid Row
Seguindo a Ford Bronco do Pai da Paraguaia, vamos primeiro a um Cassino isolado, onde havia briga de cães e de galos, o Pai da Paraguaia me apresentava como Ohaló e todos me saudavam. O Pai da Paraguaia me pergunta se já assisti uma briga de galo e digo que sim que onde moro tem galista. Sentamos para assistir a rinha, o Pai da Paraguaia ia apostar no galo de um amigo já com seis rinhas, da linhagem Alicate vindo do Brasil, contra um galo da Bolívia chamado Asa Dura, da linhagem Pena Curta. O Pai da Paraguaia ia apostar dez mil dólares, eu pergunto: - Mas tu entendes de rinha de galo?
Ele diz: - Vivo apostando aqui e ganho dele mil dólares pra apostar, deixei a rinha começar e assim que o galo da linhagem Alicate começou a levar espora e aguentando firme, morre, mas não corre. Eu apostei nele, pois percebi que o risco era grande, mas acreditei que na hora que batesse iria matar e o Pai da Paraguaia já havia jogado contra o galo de seu amigo como quase todos, pois era o favorito, nove rinhas, mas foi como percebi, o galo Alicate esperou o galo Pena Curta bater e ficar auto confiante e assim foi... Numa saída de nuca  do galo Pena Curta o galo Alicate matou e feliz da vida cantou,  pois essa é sua natureza, não luta porque o humano quer, pois a criação o fez assim, corajoso que luta pela sua vida desde pinto pequeno até ao galo formado que desafia o outro para vencer, passar seu gene, viver entre as galinhas e ter seu sucesso na vida. 
Eu havia pegado dez por um, apostei mil dólares e ganhei dez mil dólares e me veio minha amada na lembrança, lagrimas foram mais forte que Eu.
Saímos da rinha, voltamos à cobertura, fumei um enrolado olhando Assunção capital do Paraguai momento só. A única coisa que me restava ao em vez de lamentar a partida da Índia o amor da minha vida e agarrar a choradeira depressiva. Fui em direção das boas lembranças e lembrei-me do nosso primeiro encontro, de como a vida é louca e por muitas não se faz entender. Fui ao toca disco e dou de cara com um disco da Perla com a primeira música sendo a mesma que cantei para ela no momento em que nos sentimos nos conhecemos sem poder se entender nada das palavras, pois ela falava Guarani e eu Português. Liguei o toca discos escuto a musica..
Musica: Índia - Perla
É como se aquela primeira musica falasse comigo, entrei no silêncio, veio em mim à imagem da Índia no pensamento sorrindo pra mim. Logo entrei naquele sonho onde minha amada me disse do anjo Raoni que trouxemos ao chão. Peguei o telefone, liguei para a Paraguaia e perguntei o que a tribo fará com o corpo dela, e a Paraguaia disse que a colocariam num jarro e perguntei se eu poderia ir vê-la. Ela disse que não, mas que o Cacique queria falar comigo em sete dias, após o ciclo das noites sem luar.
A noite passa que nem vejo, amanhece vou ver o Raoni pela Janela da Neonatal e hoje quem aparece por lá é a mãe da Paraguaia qual mal falava comigo durante esses anos. Achegou-se e me deu um abraço, me pediu para acompanha-la num café na lanchonete do hospital. Pedi meu Nescau e ela um café e me diz: - Tu tens uma vida nas mãos, abandona as aventuras da vida, dê muito contato físico desde o inicio, converse, brinque, criança precisa muito de atenção.
Eu digo: - É Verdade precisa mesmo, tenho uma amiga a Japa e a irmã dela que tem síndrome de down e ao conviver com elas eu percebi a importância da atenção e grudei mais em minha irmã vendo as duas se comportando.
A mãe da Paraguaia diz: - Quando for conversar com o Cacique irei com você, eu falo Guarani, nasci naquela Aldeia, então Piá do Silva apenas se coloca numa situação de paz e certeza não deixe que os índios sintam em tu maldade ou algo assim que não vão lhe confiar o Raoni. – Eu sei que tu és o Pai, mas passe a eles essa sua energia boa e não essa energia que ganha todos a sua volta, me entendeu né?  
Eu respondo que sim a agradeço e vamos ver o pequeno Raoini a mãe da Paraguaia me conta de quando foi mãe de como fugiu da tribo e como foi casar com o filho de uma família que há dezenas de anos tiveram escravos nas fazendas de plantações de Cannabis . Disse-me  que sua Tribo a odiou, depois de seu marido viver essa historia de Amor e ir contra seu pai e casar com uma Índia e ver sua Índia ser aceita na sua Família de brancos milionários norte Americanos que se Julgam superiores e lá servem o anticristo. Agora te ver negar todo o poder que o anticristo tem a oferecer e não querer casar com minha filha milionária, pedir para que pare o tráfico na sua vila, mesmo podendo pedir poder e tudo que quiser. Meu marido libertou todos os escravos que ainda restava e os convidou a ficar para receber salário.: - Então Piá do Silva tu fizeste o que sempre senti vontade de conseguir fazer e te agradeço do fundo do coração. -As minhas razões para mesmo sendo Índia e sendo dona indiretamente das terras onde se tem escravos Guaranis nas plantações de Cannabis, foi o Amor. Sempre acreditei que um dia iria conseguir que meu marido os libertassem e quero que saiba que já passou bem perto para meu marido te matar, sabes que já deu trabalho, prejuízos e que minha filha matou por você, mas acredito cegamente que meu marido se não queria ter um filho como você, pelo menos queria ser um pouco igual a você, pois essa proteção e preocupação não tem nem com a nossa filha e isso surgiu quando você não quis minha filha. Não por não gostar dela e sim por gostar respeitou a verdade de seus sentimentos.
Então dei um sorriso de feliz e disse: - Eu gosto do seu marido, da sua filha e hoje aprendi a gostar da senhora, a conhecendo de história de vida. Fico feliz em sem querer acabar com os escravos, pois a Índia eu conquistei a liberdade até quis comprá-la, mas seu marido a libertou nessa verdade de meus sentimentos que o encantou e na viajem até a tribo que ela engravidou. Agora esta ai, depois de meses o pequeno Raoni a minha amada no fim da vida com Tupã.
Diz a mãe da Paraguaia: - Vamos almoçar?
Eu digo: - Vamos à cobertura estou lá.
Ela de imediato liga para o marido e filha. Entramos na Puma GTB S1 e a mãe da Paraguaia diz: - Esse carro compramos em Curitiba, nunca nem minha filha dirigiu e meu marido umas três vezes e eu só havia andado apenas na viajem de Curitiba a Assunção.

Vem-me na ideia o almoço, penso numa polenta e ao passar em frente a feira já vejo frango caipira vivo. Comprei, matei, limpei.
A Paraguaia chega e vai me ajudando, a mãe dela namorando nosso comportamento, eu digo: - Faz assim Paraguaia esquente a água na panela, coloca uma colher de sal e uma de manteiga,  pega o fubá, mas não coloca na agua que empelota. -Faz assim: - pega uma colher de manteiga e meio copo de leite misture no fubá seco e acrescente colher por colher na agua fervendo assim não empelota ai tu mexe por quarenta minutos que vou conversando com sua mãe.
A mãe dela ri, pego a panela douro a cebola com uma colher pequena de açúcar jogo o frango já salgado, refogo sem parar de mexer, junto a cebola levemente caramelizada, coloco o alho,  continuo a refogar ,quando chegar em ponto de fritura coloco uma xícara de agua quente e deixo cozinhar. Corto cebolinha e salsinha e reservo. Corto dois dentes de alho coloco no frango quando baixar a xicara de agua coloco outras duas  e acrescento uma colher de colorau e quando estiver baixando coloco a salsinha e cebolinha.
Passaram quarenta minutos. Pronto o frango e a polenta salada de almeirão temperada com bacon e vinho seco. Almoçamos.

Na tribo assando pinhão em volta da fogueira, o Cacique com o pensamento firme de ficar com Raoni na Aldeia. O Pajé de acordo.
A semana vai passando. Os dias na Neonatal com Raoni, as noites na cobertura. Nada me acalma mais que um enrolado e de novo sonho com a Índia linda, gostosa, maravilhosa me levou passear no paraíso, pois acordei como se tivesse feito amor com ela a noite toda acordei amando ela mais ainda, mas cai na realidade.
Vou à geladeira não tinha doce, faço um café, como pão com margarina e açúcar, ligo o rádio  e toca... 
Musica:  Take On Me - A-ha
não me contenho, saio dançando de cueca como se estivesse só no mundo, quando me dou conta uma mulher me olha da outra cobertura e isso me deu uma sensação ruim. Saio, vou ao hospital ver meu pequeno Raoni . Volto à cobertura, pego uma caminhonete F1000 na garagem da cobertura e vou em direção à fazenda, pois é chegada a hora de ir a Aldeia falar com o Cacique e decidir a vida de Raoni ..

(👉Continua na  parte 14)
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