Pedra Lapidada
(Por ROdrigo 'cC'
(Por ROdrigo 'cC'
No seu olhar me imagino, no reflexo de seus olhos quero ver
o mar, e as cenas de nosso dia a dia caipira ver o brilho de mãe e a paixão
feminina, em seu rosto o riso, o sorriso quero vê-lo de todo jeito, até
bagunçado amanhecendo ou brava comigo mesmo, pois ao meu lado é impossível
nunca sorrir. Sou piá e já tenho quarenta, mas em suas mãos sinto esse tempero
tão seu, na magia da cozinha que só a sabor, se feito com amor, assim como tem
em seu piano, quero ver o lápis em sua mão escrever as mais belas poesias,
quero olhar sua horta e ver que veio da
lida de suas mãos, um alimento cheio de vida, no guidão de sua motona enquanto
eu tiro as fotografias, quero ver sua mente lado a lado com a minha na boa fé
nos guiando na mesma direção.
Mesmo os dois nascidos no dia dez de setembro, eu sou tão
travesso que de tu já fui o avesso, um Piá que de Deus ganhou o dom da escrita.
Assim que nasceu e aos cinco anos de idade já contava coisas que ninguém via,
achavam que eu era “fora da casinha”, me levaram para psicologia que conheceu
um Piá dando aula a eles, me levaram a espiritualidade. –Quanta bobagem!!! Mas
não sabiam. E eu?? -Como poderia saber que era a escrita? Se nem escrever
sabia?? Guardei-a e nem queria lembrar, mas e tempo passou, nos conhecemos, tu uma princesa de fato, eu o
mais puro sapo ou tu a dama e eu o vagabundo, mas é tipo isso ai!! A vida
terrena nos veio ao avesso, mas as almas vieram gêmeas. E eu confesso! Nunca
fui um Piá fácil de lidar. Nunca fui de acreditar em ninguém, senão em mim. Eu
presto atenção em tudo, meus olhos filmam, meus ouvidos captam, minha mente
grava a mensagem. Eu amo a vida e viver. Fiz o que quis, fui quem quis, fui
onde quis.
Apesar de ter sido pai solteiro aos vinte e seis anos, até
então possuía sentimento apenas pela minha Família, mas amor mesmo, eu nunca
tinha sentido. Aprendi em casa mesmo, como educar e não educar e vou dizer: -
Sou melhor pai, do que fui filho!!
Ao chegar aos trinta e seis anos conheci o amor de homem para mulher e então vi que eu ser eu, não iria rolar!! A conexão de almas foi forte algo que eu nem acreditava de onde alma gêmea. Capaz! Mas enfim, eu a sentia, nem falávamos nada, apenas tínhamos a internet.
Eu aqui no meu “rolê” na periferia no Paraná, ela na
”gringa.” Pensa. . Eu me deixar por alguém.: - Mas nunca!! Era eu e meu filho
naquele momento. Mais não! Eu acreditei em alguém a muitos km, sofri em vê-la
sofrer, ter perdas familiares e até então não sofria, nem por mim mesmo. O
primeiro sentimento que tive antes de me apaixonar ou ter alguma intenção foi o
cuidado. Eu do mundo, ela uma princesa, então fui mostrando a ela, suas
fraquezas e inocências. Vi uma alma que toca animais selvagens, plantas,
árvores como eu quando criança.
Éramos os dois, dez de setembro, nascidos no Paraná, que
foram a lugares que o outro foi, tenho minhas dúvidas que nunca nos vimos,
então comecei a ver que minha Gata era de dons diferentes, assim como eu.
Passei a instiga-la escrever, a desafiei com imagens e minha Princesa de pronto
me surpreendeu, logo no primeiro. Aí
criei outro sentimento forte por ela que foi um que tenho pelo meu Filho que é
de torna-lo uma pessoa melhor e ela da mesma forma fez comigo. Ela me lapidou e
se deixou lapidar. Tem que ser assim, pois o amor pode até ser imortal, mas a
relação não, e não pode ficar batendo de frente, tem de andar na mesma direção
e dois é mais fácil, a vida fica mais leve, cada um com sua loucura e jeito de
ser a vontade.
Nessa loucura quando conheci o Amor me vi fazendo os sacrifícios preciso pro amor, tipo Cristo, o sacrifício por amor, o céu é certo e é assim mesmo que eu entendi que o amor é minha forma mais poderosa e o relacionamento bem vivido é pra malandro, que malandro não vai na rua procurar nada, tem tudo em casa, faz de sua jovem Gata, Mulher realizada e Filho é a mesma ideia, tem de ouvir pra se ouvido, abraçar pra se abraçado, mas um relacionamento tem que nascer e manter-se vivo e evolutivo e é preciso quando adulto, do casal pra isso, mas quando é Pai é tudo contigo, até que ele tenha tamanho, educação e carinho em conversas e toques diários pra criar o discernimento, que o melhor caminho é o bom sentimento, base pra confiança no que tu está dizendo, senão o exemplo do mundão vai valer mais que o seu mesmo. Eu nesses amores tão poderosos, no momento feliz. E quem está feliz está em paz e quem está em paz não tem tempo pra bobagem.
Voltei a escrever pelo Amor e a pedido de minha Gata.
Passaram quase cinco anos pra eu olhar ela nos olhos pela
primeira vez e é um amor criado de longe, no sentir um o outro, na certeza que
somos almas gêmeas, sendo grato a esse presente da Criação para duas pessoas
criadas tão diferentes em ambientes distintos, tão parecidos que nas diferenças
se completam.
Hoje juntos se conhecem tanto, que não há duvidas. Esse amor
foi modelado com certezas de quem não desperdiça a vida..
Hoje eu vivo o que nunca acreditei, um Amor de Almas Gêmeas.
E essa aversão ao amor que eu tinha foi bom, pois eu nunca amei outra se não
você minha Princesa, e o amor protege, salva, faz bem até pra aparência, a luz vem
e deixa a alma transbordando, tipo te deixa com aquela estrela.
Me gosto mais assim amando, amado. Mas numa coisa eu sempre estive certo, no meu antigo ser primeiro eu amava eu e acreditava em mim. Sofrer a toa não né!! Uma vida só ia passar me incomodando, não estava afim. Agora eu amo minha Gata igual amo a mim.
Com meu filho é assim, amor verdade, de papo reto, de igual, direito de palavra. Ele é um adolescente de quinze anos, mora comigo desde os seus três aninhos e é um presente na minha vida ter o prazer da experiência de ser Pai solteiro. Meu filho é a prova viva, assim como minha Gata que o amor é diário.
Regar a relação para fluir, para que seja possível manter o para sempre..
Me gosto mais assim amando, amado. Mas numa coisa eu sempre estive certo, no meu antigo ser primeiro eu amava eu e acreditava em mim. Sofrer a toa não né!! Uma vida só ia passar me incomodando, não estava afim. Agora eu amo minha Gata igual amo a mim.
Com meu filho é assim, amor verdade, de papo reto, de igual, direito de palavra. Ele é um adolescente de quinze anos, mora comigo desde os seus três aninhos e é um presente na minha vida ter o prazer da experiência de ser Pai solteiro. Meu filho é a prova viva, assim como minha Gata que o amor é diário.
Regar a relação para fluir, para que seja possível manter o para sempre..
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Pedra Lapidada
(Por SAmantha Bennett)
(Por SAmantha Bennett)
Eu uma garota nascida em um lar que vibrava amor, música, piano, violão, gaita, flauta, onde ao contar meus dias pela minha mãe (uma professora que alfabetizava e com crianças gostava lidar), me dizia que o meu primeiro sorriso, foi ao ouvi-la tocar e cantar uma canção de ninar no piano. Piano este acompanhado de uma doce gaita que ainda em seu ventre me ensinava a gostar.
O tempo passou... Cresci. Sem dificuldades aprendi o piano que era mais forte em meu dom herdado de avó e de mãe, um pouco de violão vindo da vontade de meu pai, o qual nos sustentava com o trabalho vindo da terra.
Tive uma vida pacata, boa aluna, amadora da natureza e
animais, frequentadora assídua da igreja na minha terra natal, no meu Paraná.
Nessa fase, já me achava diferente das outras meninas da minha idade, era
reservada, não ia nas conversinhas delas, não gostava daqueles assuntos
adolescentes bobos, comportamentos estranhos, vestimentas exageradas, eu não
era de falar muito, não me achava naquele mundo, mas eu tinha um amigo que eu
contava tudo, com ele eu podia ser eu, me abria com transparência e com ele
fazia minhas confidências. Esse amigo era o meu diário que dos doze anos para
os treze, ganhei de presente de minha mãe e esse foi o melhor presente que eu
tinha ganhado nesse período, lá escrevia sobre meus sonhos futuros, sobre meu
amor que reencontraria, sobre os filhos que eu teria, minhas alegrias, minhas
frustrações e de como eu me valorizaria para não me arrepender de nada que eu
fizesse sem que o amor estivesse sempre em primeiro lugar e assim me blindei e segui a
vida do meu jeito e minhas convicções.
Até que com vinte e cinco anos fazendo uma pós-graduação
fora do meu país, com o incentivo dos meus pais, me dando asas para buscar
minha independência profissional, sem que isso fosse minha real vontade, pois
amo meu país, mas aproveitando uma oportunidade oferecida a mim, agarrei-a e
foi nesse período que abri uma página na internet, por estar em uma vida
completamente diferente daquela que eu estava acostumada e foi através dessa
página que num dia encontrei o meu amor que eu descrevia em meu diário.
A conversa fluía solta, leve e em meio a tantos assuntos, novas descobertas surgiam e tudo era muito comemorado pelos dois. Ele me abria os olhos, me corrigia quando via a menina muito inocente, falava da vida sem restrições e me fazia ver o que muitas vezes eu não via. E a mesma coisa eu fazia com ele.
Sem que eu percebesse ele me instigava a escrever, me desafiava com imagens e eu escrevia como se fosse natural aquilo, foi lindo. Então comecei a me atentar mais nele e vi que ele se sentia realizado em meus escritos, mesmo ele não gostando muito de poesias me elogiava muito.
Passei cuidadosamente a pedir que ele escrevesse e ele escrevia timidamente e não gostava que eu postava seus escritos, os quais eram muito bons, mas eu postava assim mesmo, fuçava na página dele, colhia as frases que ele postava na antiga e fazia uma montagem e postava. Até que um dia meu amor numa sintonia deliciosa, passou a escrever incrivelmente. Assim, fomos nos deixando lapidar, um permitindo que o outro consertasse e descobríssemos a nós mesmos.
Atravessávamos madrugadas, domingos inteiros conversando e
ainda queríamos mais. Almas gêmeas explodindo o amor mais puro e poderoso. E
foi ali que conheci o poder do amor. O meu avesso era o meu amor, o meu tudo, a
minha vontade de viver. Sentimentos afloravam sem termos controle, nos
protegíamos tanto que um sentia as dores do outro, as alegrias. Assim: Como se
do nada, uma alegria surgia ou uma aflição e ao conversarmos um contava o que
realmente naquele momento aconteceu. Ficávamos surpresos.
Era muito interessante, quando percebíamos que os
acontecimentos aparentemente difíceis, eram os que mais nos auxiliavam no
processo do nosso crescimento. Essas dificuldades agregavam valores e nos
permitia amadurecer e a nos aproximar cada vez com mais intensidade, desenvolvendo
a nossa capacidade de enfrenta-las sem um soltar à mão do outro.
Afinal, duas 'pedras brutas' lapidadas com esmero, um pouco
a cada dia, com muita atenção, um tanto de intuição e muito Amor. Nascidos em
10 de setembro, virginianos, tão iguais, tão diferentes e é dessa forma que nos
fundimos no mesmo poder, no mesmo amor. Almas gêmeas que sentem, que se doam,
que se anulam, que enfrentam tudo um pelo outro.
Amor que suportou a
mais dura distância, amor na mais bela flor na junção de nossas iniciais. Amor
modelado, esculpido. Amor puro, lapidado que ainda hoje faz o coração dar pulos
de alegria.
Amor hoje vivido sem dúvidas e sem desperdícios, com a dedicação
contínua de lapidação de um ao outro, sempre com paciência, persistência e muito
amor. Para alcançarmos nossa forma e brilho ideal, dando-nos o contorno
desejado para a realização plena de nossa existência e toda nossa beleza
interior.
Musica: Andança - Beth Carvalho
04/05/2019