Anjo...
Nascido menino solto, cresceu rindo,
seu mundo era infinito,
pois bastava ter sol lá fora e estava tudo resolvido..
Com seu jeito atrevido, desafiava o perigo,
era desinibido, sempre disposto a ajudar.
Era um ladrão de sorrisos,
mas ao crescer sentiu o perigo.
Habilidoso, desafios encarou ,
nascido no dia, ao anoitecer desceu ao inferno e voltou.
Mas isso não o mudou e bondoso continuou.
...Sempre cuidadoso, nunca se apegou
Com bons olhos e boa fala já homem,
colecionador de histórias se tornou.
...Seu caminho desde cedo teve espinhos.
Mas tudo bem!!
Ele não perdeu seu jeito menino...
Andando por sua vida de equilibrista ,
vê um anjo pianista
por instinto lhe estende a mão,
rouba-lhe um sorriso que em tudo foi lindo
e o anjo querido, sente a luz dessa união
e a bondade enche o coração...
Encantado o anjo segura sua mão,
e vai seguindo a mesma direção,
com sua doce entonação,
com sua natural sedução,
rouba-lhe a atenção,
dando-lhe o gosto da paixão,
ofertando-lhe uma gostosa sensação,
Segurando sua mão,
livres, sem nenhuma obrigação,
E o que pra ele é amor, é paixão,
para o anjo é retribuição, é admiração ...
E o menino ladrão de sorrisos e travesso,
encontrou seu avesso
que partiu para outra dimensão.
o deixando na solidão...
Hoje nele não há mais coração,
pois, esse menino grande
se tornou sem apego, com medo,
sem emoção,
já não é equilibrista.
Segue de havaianas a linha do asfalto
no canto da pista.
Nem sei se ainda lembra seu nome,
sei que passa fome,
e de seu interesse por latas,
assim como seu amigo de passo vira lata...
O que pede o menino sem coração,
velho andarilho de muita razão.
Está nessa canção que o acompanha na solidão.