quarta-feira, 30 de agosto de 2017

O Mensageiro- Parte II

 

O Arpoador - '02'

Indo em direção ao mar, com a certeira afiada, na calma, na pedra certa. 
Na última conversa antes do ultimo abraço, lembrando da dica antiga feita pela Graciosa em versos e prosas ainda menina sob a direção de onde vinha o frio, que era o sopro de uma menina pequena da lenda que vinha da pontinha da pedra gigante, onde o frio é constante morada das baleias gigantes as quais ela e a Sombra protegiam...  

Um habilidoso caçador, conhecedor dessa dica, sobre o caminho desenhado pelas estrelas no céu, mais ao Sul velejando e se deliciando no movimento lento, nas cenas se criando, no amanhecer um lindo sol, ao anoitecer várias formas da Lua entre as belezas da natureza um peixe, umas delicias do mar, frutas nativas, uma forma mais primitiva de se alimentar... 

Ao velejar nas cenas a se criar, ele com uma faquinha e um toquinho as reproduzia num tempo que as habilidades eram o que valia. Ele tinha mais uma que aprendeu em  criança pescando nas corredeiras de água pura que nascia lá na montanha num pé de Flor... 
A viagem seguia e ele no alto do mastro curtindo a brisa, sente aquele sensação de frio, um arrepio. Olhando mais ao Sul, atento vê uma Sombra em um movimento lento, sentiu o medo, lembrou-se da lenda da menina pequena e do protetor das geleiras que afundavam apenas os Baleeiros. Passou o medo e veio o desejo do aventureiro e mais ao Sul foi....

Ao chegar na grande ilha, o Arpoador soltou os cachorros e foi  para caçada dizendo: -Tem muito javali aqui, faremos o fogo, fritaremos toda a caça e manteremos conservada. Vamos mais longe, pois com essa caçada vamos até a ponta das geleiras.
Aí virou aquela festa, todos no Baleeiro eram irmãos, desses que crescem juntos, brincam, brigam e fazem farras juntos, até mesmo morrem juntos, pois nesse tempo as coisas podiam ficarem feias. Um protegia o outro, era um mundo mais bruto, mas eles eram aventureiros. Resolviam tudo ali mesmo...

Ao voltarem para o mar com suas roupas de pele de urso, trazida por um mercador vindo lá de cima no extremo norte, onde a lenda era do Híbrido.
Todos de armas nas mãos, uma equipe astuta, se conheciam no olhar.  Muitas experiências, em diversas aventuras. A espreita, no desejo que venha o protetor das geleiras, beberam um barril de vinho rindo e acabaram dormindo..
E o Arpoador ligeiro, viu a Sombra como da lenda da pequena menina. Pensou no desafio, pois na lenda contada pela Graciosa, que quando havia um desafio a fera no duelo trocava várias por uma vida. Pensou nos amigos, famílias, na carta no bolso que trazia ao longo da vida falando do amor que tinha pela Graciosa, que escolheu uma vida de cura. E ele o segredo de um amor puro, não vivido. Mas até o ultimo segundo um desejo... Com um grito, com tom resolvido faz o desafio. Com o vento frio vem o som do assovio que emerge a Sombra na forma de um Polvo no Baleeiro e seus irmãos assustados, olhando a cena.

 O Arpoador se lembra do último abraço da Graciosa. Sai com a certeira na mão, a vontade no coração, sai correndo no barco em direção ao Polvo e em um pega, não pega o Arpoador da um pulo suicida, virando o homicida, enfiando a certeira, matando o coração do protetor da geleira. Morrendo a "menina pequena" condenando ás baleias, afunda sem viver a maior aventura do homem na terra... O amor!!!

- Por Rodrigo 'cC' -
26/06/2017

O Mensageiro - Parte III

O Mensageiro - '03'

Após passar a última cena do Arpoador, ele se comove com o olhar da Graciosa e sai em direção a mata, esconde-se para viver em silencio. 
O Mensageiro levando mais um ensinamento no seu caminho de paradas e histórias ouvidas,  vistas e passadas adiante na ideia que a história sempre faz bem a alguém..

No lombo de seu baio, viajando pelas trilhas, aprendendo com as pessoas, ele sabia um pouco de tudo. Na vida faceiro ficava quando chegava no seu vilarejo, lugar gostoso um povo alegre, festeiro. Morava ali seu sonho na vida, uma menina que se tornou moça Encantadora. Ela era dança, falava com os olhos, seus movimentos naturais eram sensuais, um encanto em olhar, mas ela era brava, não gostava da vida de dona de casa, ela queria aventura, era ruim de lidar, não era qualquer conversinha, mas ele era ligeiro, pois era o Mensageiro, parava seus olhos contando o que via e sabia..

No barraco o Baio andava livre, era parceiro, pegava maçã no pé. Um lugar lindo que a Encantadora cuidava por ter muito amor na vida. Em suas viagens o Mensageiro sempre trazia uma novidade, só pra ver nela a alegria de ter ali toda forma de fruto e flor que traz luz e vida. Os sons da mata, no céu as estrelas, na luz da lua tudo podia.. Nos dias de paz os dois construía seu pequeno veleiro, que era o sonho aventureiro guardado no segredo, lá no primeiro beijo de um desejo comum de sair ao mundo num veleiro e esquecer  do tempo, pra viver o amor verdadeiro  na paz dos dias,  sem medo, apenas vivendo cada momento.. 

O Baio meio assustado, pois no balanço das ondas ficava meio atordoado, mas a sua companheira Pintada ali quietinha parada com o sorriso nos olhos falava. A Encantadora orgulhosa da ideia de seu amor em deixar os dois na ilha pra viverem livres, mais selvagens abençoados pelo natural.. 
Se aquela lua refletisse, seria visto as mais deliciosas cenas de dois amantes, livres em seu sonho se sentindo e fazendo o que gostavam. Seu teto era o céu, sua estrada era o mar, a brisa era velejar perto da terra de onde sempre vinha uma nova descoberta em seus passeios pela floresta, caçando, pescando, tipo meio bicho colhendo um fruto.. 

Mas um dia... muda o corpo da Encantadora e o Mensageiro viu primeiro. Era o desejo do segundo beijo que surgia, a luz que guia vinda da união de dois amores que mudam o rumo e dá sentido a vida no desejo dela um menino e o dele uma menina e aquela brincadeira gostosa com os nomes, sorrisos desejos para luz abençoada que vem vindo e ele mesmo fez o parto a luz da lua..  Nasce a pequena Olhos de Céu a Natureza sente a presença. Surge os golfinhos comemorando um ser bem vindo, as Baleias e seus cantos que com um encanto, a Gaivota olhando de pertinho a menina que tinha o encanto de muita pureza que alegrava a Natureza, que sem receio se deixa tocar sem medo.. 

Crescendo em um mundo livre na praia, na mata brincando, no veleiro seus cabelos ao vento da cor do por do sol absorvendo o melhor dos segredos de um Mensageiro e uma Encantadora atenciosa e protetora que se assustou com a amiga que Olhos de Céu acolheu. Era uma pequena onça negra que estava do lado da mãe que já tinha partido.. 

No veleiro a alegria na bagunça das amigas, o apego a proteção, a caça as duas eram como se fossem uma só. A sintonia perfeita crescia quando brincavam de aventura nas paradas pelo mundo novo onde pertenciam. A Encantadora já não a via como uma menina e com o Mensageiro perceberam que sozinha ela ficaria. Era hora dela conhecer o mundo do jeito que é.. 
Mudando o rumo entre conversas e certezas, entre o mundo novo e aldeia. Partiram rumo ao norte para uma tribo que tinha o Cacique que salvou o Mensageiro dos homens da Caveira e pelo na cara que vinha da água vestido em pele de bicho, contava ele pras duas da beleza da Natureza. Lá ao norte um lugar onde ele conheceu a sorte..

Velejando, avistam um Cabeludo agarrado a um pedaço de navio, o trazem a bordo. Cuidando, 
alimentando e curando. A Olhos de Céu encantada com a cena, pula no mar e vai sentido a praia com sua amiga, vigiada bem de perto, pois dominava a fera a qual tinha medo a tribo. Todos admiravam aquela beleza nunca vista. A Encantadora, fica tranquila, pois ali sente que Olhos de Céu é bem vinda. 

 Ao passar do tempo a volta da fogueira, o Mensageiro traduzia para tribo as histórias contidas na vida do Cabeludo vindo do mundo antigo, onde viver era um perigo e os valores invertidos. Olhos de Céu tornou-se uma mulher, pois havia completado seu ciclo. Era feliz com seu Cabeludo, na paz da tribo dando paz aos pais de ter dado-lhe um caminho..

- Por Rodrigo  'cC' -
13/07/2017

Cabeludo - Parte IV

Cabeludo - '04'

Nascido em uma terra selvagem, onde o poder era a força bruta, onde o valioso era o guerreiro habilidoso na espada ou arqueiro. Vindo de uma linhagem de grandes nomes, respeitados pelas crueldades, nasceu para matar. Muito cedo conheceu a espada e entre primos e amigos o mais habilidoso se tornou. Mas ele era um pensador..
 
Não aceitou pelo seu conceito de precisar de uma real razão para guerra e não apenas  tirar vidas por uma cultura que era torturar. Seu pai bruto deu-lhe um rumo: "-Vá embora, mas não me traga vergonha." Sua mãe sem sequer ter uma lágrima, o mal dizia com um olhar furioso, por ter gerado a derrota e não o vitorioso... Por pior que parecia havia amor naquela atitude,  pois o julgamento entre os selvagens seria rude e sua vida seria tortura, era melhor que ele fosse pra aventura.
 
Assustado saiu na direção que nasce o sol, pois lá havia uma cidade muito antiga protegida pelo povo da Lua que o pior dos Selvagens temia..

Na sua caminhada perdido, lutando pra se manter vivo, pois na terra antiga havia muito perigo nos campos guerreiros e na mata os ladrões de almas que vinham na calada da madrugada para roubar as almas perdidas das pessoas vivas que tira vida..

Em sua caminhada com seu coração puro, conhecedor das histórias, lendas e tribos caminhava entre o Campo e a Mata, em um deslize é pego dormindo e levado pra longe dali. Após dias sedado seu corpo cansado, acorda perdido em uma casa de pedra. Vai até a janela e vê a fartura, um lugar lindo, os meninos trabalhando e rindo. Assustado sem saber o que vinha, pois na sua tribo se trabalha no grito, não havia satisfação, só obrigação. Lá os selvagens não trabalhavam e caçavam apenas os meninos e as meninas criados pra servir e trazer guerreiros ao mundo. Apenas assim eram respeitados, uma selvageria como estilo de vida..

No outro dia ao amanhecer entra pela porta um Velho com palavras bem ditas, com uma fala mansa que trás paz a alma. O menino desinibido lhe diz que não escolheu estar ali, tinha seu caminho e que faria seu próprio destino, era um Selvagem trazia no sangue o perigo. O Velho se vira e com um gesto chama-lhe para uma caminhada.. Ele se encanta com tantas habilidades dos meninos que aprendem a serem construtores e agricultores, conhecem as letras, aprendem a dominar a flora pra curar e a fauna pro alimento do dia, terra de fartura.

O Velho lhe convida a ficar e percebe seu talento,  que é muito menino e os perigos de viver no campo e que na Mata estaria protegido, pois seu coração ainda era puro e o menino aceita sorrindo..

 O Velho sentia no menino  habilidades contidas ao longo de suas vidas, pois o menino tinha uma alma antiga, não precisa de muito. Ele percebia, tinha olhos pra tudo no que colocava suas mãos acontecia, tinha boa fala, era mais um raro esperado pelo Povo da Lua que trazia na cultura pra espalhar pela Terra seus escolhidos, com seus segredos escondidos..

 Já grande e forte o Cabeludo vai para Cidade Antiga do Povo da Lua aprender a deixar sua alma sair para viajar em suas vidas e trazer para o novo, despertar uma lição pra uma nova vida perdida dentro de si mesmo a cada regresso. O Cabeludo surpreende-se e tem a certeza da vontade de espalhar a bondade antiga vinda da Lua e perdida na Terra do livre arbítrio onde o Mal anda agindo..

Entendendo que o Mal anda no chão e da para sentir nas pessoas quem tem mais força a sair pela vida entendendo que o mais poderoso entre o Bem e o Mal é o Mestiço que tem as forças unidas. Um poder raro contido apenas no reencontro das almas certas ao longo das vidas..
 
Sai pelo mar em busca de novas terras, conhecendo novas culturas. A cada lugar uma nova aventura aprendia sobre a espiritualidade no mundo, percebendo que independente da crença de boa fé a busca é a mesma, é a pureza na alma e um bom sentido pra viver, iluminando-se pra um novo amanhecer..
 
Ele rodou o mundo via de varias maneiras a vida, não se prendeu a um Deus apenas e a forma de ver a vida. Um dia conversando, soube de um novo mundo, uma terra perdida de fauna e flora bem viva, um povo que tinha de crença a forma mais linda que era viver de uma forma mais primitiva.. Em harmonia com a natureza, esse povo que entende que por dentro somos luz e por fora sombra, que a força vem de dentro,  o que nos pertence na terra é a vida e que devemos agradecer a energia  cedida pela Fauna e a Flora, pois tudo no mundo tem energia, que se deve agradecer a vida..

 Sentido ao mundo novo, vê algo horrível, se assusta com os navios negreiros. A maior das barbaridades feitas pelo homem ao longo de sua vida na terra, uma brutalidade sentida em cada alma em suas noites e seus dias, famílias destruídas pela Maldita moeda que brilha, e pra onde a alma vai não tem nenhuma valia, pois é o brilho próprio que ilumina..

 Parando em um porto, entra no navio um caçador e de posse um Híbrido vindo do Norte, filho de homem com um povo quase extinto. Seria vendido pro circo, aquele enorme meio homem, meio símio, seus cabelos pelo corpo todo, suas presas gigantes e assustada estava a alma pura do Híbrido que no toque da mão sentia o Cabeludo..

 Já a terra a vista a alma do Híbrido se agita e o Cabeludo percebe o perigo, se afasta quietinho. Levanta-se o Híbrido arrebentando as correntes, solta um grito, recomeça a caçada dentro do navio. Mas o Híbrido no seu auge, agressivo, mata todos, menos o Cabeludo que esperto se manteve quieto na cena e o navio a deriva, colide com os corais partindo e afundando. O Híbrido cai no mar e o Cabeludo sobe num pedaço dos destroços e acaba dormindo..

 Já no veleiro do Mensageiro acorda assustado, mas vivo! Aos poucos volta a si e na conversa com seus salvadores chega ao novo mundo onde o povo era mais puro, mais primitivo.

 Chegando ao seu destino cheio de aventuras, mas de coração limpo, experimentando o amor de Olhos de Céu, pois sabia que o amor vem da pureza e quando chegasse ele ia ter certeza.

 Vivendo entre os puros, percebe a verdade sobre o mundo que mais que ver, ouvir e falar, é preciso sentir pra ter sentido.. E em volta da fogueira, sendo traduzido pelo Mensageiro na conversa com o Cacique sobre o povo da Caveira que tinha vindo do mundo antigo, do qual ele tinha salvo alguns da sua tribo o Mensageiro e ao olhar  para o Espiritualizado da Tribo que esta com o Sentido aceso o Cabeludo sente  a presença da alma do Híbrido...

- Por Rodrigo 'cC' -
 26/07/2017

O Híbrido - Parte V

 O Híbrido - '05'

... Nascido muito ao norte  de uma quase símia de um povo muito antigo perdido entre o gelo e a floresta, sem crença. vivendo por instinto, mas há muito caçado pelos homens sem pelos. Uma raça mais evoluída com o dom de falar e questionar sua existência e mal percebe o sentido da vida. Seu pai um sem pelo, do povo de pena na cabeça, abençoado por natureza. Foi criado pelo povo antigo achado ainda bebezinho ...

O Híbrido era apreciador da Natureza gostava de passear, admirar as cenas entre o gelo e a floresta. Não causava medo a fauna, sempre tinha outras espécies por perto dele, ele tinha o extinto  apurado meio bicho, tinha o sexto sentido que era perceber o bem e o mal, passando longe do perigo..

Já forte e maduro o Híbrido sozinho no mundo, vira guardião da floresta  protegendo a fauna dos homens sem pelos. Mas um dia foi visto e um boato surgiu da fera que defendia os animais que ali existiam. Virou euforia. Quem traria a cabeça da maior fera que ali existia..

Chegando no porto do norte a notícia da fera,  se interessa o Caçador do circo de horrores que caça as mais raras e exóticas feras para agradar a corte dos bobos, com um belo espetáculo que por trás é só maus tratos, pra um ser que nasceu livre e é privado da vida vivendo em uma jaula pequena e fedida..

O caçador habilidoso  vai velejando atrás da noticia imaginando essa fera, instigado pela adrenalina que causa a moeda que brilha e essa era sua alegria. Veleja pelo mundo bebendo e comendo contando as histórias e dando risada das lutas com o Povo da Caveira, das caçadas regadas a vinho era só risada entre os acertos e trapalhadas, pois as vezes dava muito errado..

Em terra, o caçador fica por dentro das notícias, que a fera protege a Floresta e vai com uma Símia ao ponto mais alto, fazendo uma armadilha, colocando-a no meio fazendo uma vala profunda em volta, mascarada com folhas e depois de dois dias grita de fome a isca. Um som triste espalha-se pela Floresta..

O Híbrido acorda ao som do grito de socorro e vai sentido ao morro. Chegando lá não sente o perigo e cai na armadilha que tinha pontinhas com uma droga que amortecia. Logo cedo o Caçador recolheu seu troféu e mais uma vez seria reconhecido pela corte dos bobos...

                                                                          -Por Rodrigo 'cC'-
02/08/17

A Fogueira - Parte VI

 A Fogueira - '06'

Levanta-se o Cabeludo percebendo que o Híbrido se aproxima e ao sentir sua alma, se alivia. Com um gesto todos ficam quietos e se levanta a Onça Negra, amiga de Olhos de Céu. Olhando cega na mesma direção colocando todos em alerta. O medo se espalha, a energia na cena fica negativa, o Híbrido se aproxima em passos contínuos, todos tomados pela adrenalina, ele se senta ao lado de Olhos de Céu que o recebe com um sorriso..

A Onça Negra meio ciumenta, chega resmungando, mas vai acalmando-se, pois tem o sexto sentido percebe que não há perigo. Os corações se acalmam, acabam o agito. O espiritualizado da aldeia lhe oferece uma ceia, o Híbrido cansado, alimenta-se.
Ao amanhecer sobe na Figueira no centro da aldeia e faz sua morada, com galhos e folhas de coqueiro..  Cedinho aquele 'fervo' da brincadeira da Onça negra, num pega e não pega com o Hibrido que tinha reconhecido as penas na cabeça dos Índios e se acalma, pois era filho de um que tinha sido achado bebezinho de uma tribo ao extremo Norte do mundo novo de onde tinha vindo..

Com o passar do tempo, todos da Tribo abismado com o Híbrido e a Encantadora tentando lhe ensinar a falar, pois ele aprendia rápido, só olhando aprendeu a fazer fogo e com o Cacique aprendeu a usar o arco. Era  habilidoso nas árvores, aprendeu muito com a tribo. Havia regras, respeito e uma linha evolutiva onde tudo tinha o tempo certo para o amadurecimento..

A Fogueira era um lugar abençoado pela qual o Híbrido tinha carinho, depois do dia em que o fogo dominou, nunca mais a chama se apagou e em sua volta as histórias do Cabeludo e o Mensageiro, às refeições, grandes decisões da tribo se tomaria. O gostoso era o dia do cachimbo tinha uma dancinha que até chover fazia!! Um momento de pura magia..

Desde sua chegada, o Híbrido prestava atenção na fala de uma forma curiosa e a Encantadora lhe ensinando a falar, esperto, fiel a Olhos de Céu a protegia sem cortar sua liberdade. Ele e a Onça Negra não a deixava longe, muita luz ela tinha e pra ela e a Onça Negra suas primeiras palavras dizia era o segredo que eles tinham..

A noite todos na beira da Fogueira, um silencio, diz o Híbrido, que essa noite ele diria sobre a Mãe Natureza e sobre o que via dizendo, que a árvore é o ser mais generoso, pois dela tudo se tira: a sombra, o fruto a madeira pra fogueira, até o ar que se respira e que o passarinho faz seu ninho, todo arrumadinho, conquista seu amor pra vida e é leal, alimenta sua amada dias seguidos enquanto ela choca seus filhos e depois de nascidos de igual pra igual alimentam e dão um caminho ao seus filhos levando a fidelidade até o fim de seus dias..

Já no momento triste de ser diferente, estar só no mundo, uma lágrima no canto do olho e ele diz que por mais triste que pareça, ele é feliz por ter a vida, por ser livre e ter amigos que não o deixa se sentir sozinho. Leais que te percebem sem sequer dizer uma palavra, no jeito ou na olhada e agora chegava a vez de falar do Cacique e começaria ali mais uma  história e essa é a do dia em que ele salvou os seus e o Mensageiro dos Homens da Caveira de tantas contadas a beira da Fogueira....

-Por Rodrigo 'cC'-
03/08/17

O Cacique - Parte VII

 O Cacique - '07'

Nascido para guiar o caminho, levando o ensinamento antigo que protege a tribo o Cacique tem na vida a luta entre o coração e a razão em suas decisões, precisa ser forte e evoluir muito cedo, ser responsável por varias vidas. É difícil, é preciso amar muito para ser justo, pois Índio não mentia..

O Cacique um querido, fala sobre  tudo, mede seu tempo pelo ciclo da lua, trata a todos com igualdade, brinca com as crianças, aprende com os mais velhos, ensina sobre o que via nas viagens. A praia lugar antes abençoado que agora anda homens de outras cores na pele e nos olhos que são um perigo..

Há luas atrás, indo mais ao norte acompanhado dos mais fortes de sua tribo, levando mantimentos para trocar por um golinho lá na outra tribo que o Cacique era amigo.
Chegando perto do mangue das Onças, vê no mar dois navios, mas olha em direção a aldeia  e vê a fumaça, naquela troca de olhar rápida vão em direção a mata.
Exímios arqueiros vão acompanhados dos espíritos da mata se misturando a natureza, vão chegando perto sem serem vistos e se surpreendem com a monstruosidade da cena. Homens de outra terra violentado as mulheres, matando as crianças, trancando os homens. O senso de justiça toma conta e começa a matança..

O Cacique e o seus Índios, do alto das árvores, do chão era uma flecha e um tombo, pois na flecha tinha um veneno passado por um velho espírito que dizia que os homens de outra terra um dia voltariam e desse veneno nada salvaria, que se não morresse com a flechada em horas, morreria sofrendo em agonia. Os Homens da Caveira atiravam com suas armas de fogo no nada já sem balas. Empunhavam suas espadas, há horas lutando contra o que não viam. Do nada em silêncio a flecha surgia, o Cacique percebe um homem fugindo todo machucado, o acompanha com os olhos e vê ele soltando seu amigo Cacique e os índios e cai em seguida.. Era como se tivesse soltado a fúria, todos os índios indo para cima, crianças, velhos e mulheres tomadas pela raiva sentida na alma e no pensamento, que nem toda onça que defende sua própria vida merece o inferno..

Os Homens da Caveira cercados, por mais pirados, sentiram o medo e um a um foram morrendo. Mais que rápido o Cacique diz ao seu amigo que na praia tem mais, é pra ele pegar seu povo e subir a montanha que ele e seus índios oferecem suas vidas ficaram e não deixaram que os Homens da Caveira os sigam..

Agradecido seu amigo lhe da um abraço, volta um passo olhando em seus olhos e diz:  "- Você é um bom espírito e o Grande espírito sabe disso e vai lhe proteger e tu vai voltar pros seus Índios e continuar assim. Não mude, perceba, sua alma esta madura."
O Cacique agradece a boa fé que da para ser sentida..

O Cacique junta do chão o Mensageiro jogado ferido e o leva. É olhado de um jeito estranho pelos outros Índios, mas seu olhar é mais forte, tem tom de ordem  e vão indo mais  pra dentro da mata ficando entre os Homens da Caveira. O Cacique amigo que era expulso do lugar que nascia, era uma covardia..

Depois de dias os Homens da Caveira liderados pela Menina da Caveira, chegam a tribo e vê ali seu pai morto junto com seus homens e o ódio toma conta dela, ela ordena que traga os lobos e quase todos tripulantes. A Menina da Caveira em gritos jura vingança a quem fez aquilo..

Já acordado, o Mensageiro conhecedor da língua indígena e outras línguas, falava pro Cacique sobre aquele povo da Caveira e que eles queriam escravizar os Índios pela Moeda que Brilha e que em um dos navios, havia um outro povo que sofria daquela covardia. Disse dos lobos e que era melhor sair dali agora, pois seria pego pelo faro.. O Cacique acreditando no Mensageiro, pois sentia a verdade dita e ele tinha o medo nos olhos, tinha sofrido a selvageria. Então vai sentido contrário da sua tribo entendendo que já não havia perigo para o Cacique amigo. Sua tribo já tinha partido há dias e depois de um dia chegam os lobos e a menina da Caveira ordena a Caçada..

Levanta-se à beira da Fogueira já cansado o Cacique olhado por todos que esperam ansiosos pela continuação da aventura. O Híbrido folgado usando a Onça Negra de travesseiro e toma a palavra o Mensageiro dizendo: - Que amanhã em frente a Fogueira, abaixo da Lua cheia contaria sobre A Caçada que foi a volta para casa... 

-Por Rodrigo 'cC- 
04/08/2017

A Caçada - Parte VIII

A Caçada - '08'

Já solto os lobos saem a procura.
A Caçada e a fuga é a aventura em que o tesouro é sair vivo. A Menina da Caveira, certeira pega seus homens e vai sentido leste e os outros três grupos cada um em uma direção, para onde os lobos apontam tem homens da Caveira..

Na outra cena o Cacique conversando com os seus, já a mais de um dia na fuga, diz que vai para o navio libertar o povo que sofria aquela covardia. O Mensageiro livre de ordem se escalou!!-Estou junto! 
O Cacique chama  o Pena Branca seu amigo. Um atentado desde pequeno, um sem medo..
Os outros andariam num pra lá e pra cá, para atrapalhar os lobos que e os levariam a acreditar mais em sua caçada, juntando eles em um só lugar e que ali no centro da armadilha era para dar suas vidas por várias e que eles não deveriam de forma alguma ir em direção da tribo, pois eles que vinham..

A caminho do navio o Mensageiro e o Cacique saem em direção ao Mangue das Onças onde fica mais difícil de segui-los, mas não para a Onça Pintada que não faz nem ruído, mas é a mesma direção da Menina que leva consigo dois lobos. 
Chegando na Praia o Cacique avista os guardas do navio e espera anoitecer ..

A Caçada continua. Os lobos na captura, os homens da Caveira se aproximando, o plano funciona. Os três grupos estavam numa direção, só estavam perto a selvageria. Um lobo mais ligeiro, caçador astuto que não se enganava, chega e pega um índio, denunciando  em uivos a direção da Caçada..

Ao anoitecer na Praia, o Cacique e o Mensageiro esperam  quietos enquanto o Pena Branca com duas machadinhas quietinho mata os guardas 'marcando' chapado no vinho e vão em direção ao navio que na ordem precipitada da Menina da Caveira os deixa bem dizer... sozinhos..

Ao ver um deles morto pelo lobo, os índios sobem nas árvores, mas um mais louco, vai em direção ao lobo e o outro mais ligeiro acerta o lobo na cabeça o derrubando ali mesmo. Já entra em conflito, mas leva um tiro e começa o duelo entre a arma de um tiro de espada na cintura e o cestinho das flechas e ali ninguém pegava o Índio que não deixava se iludir..

No Navio começa a luta que foi fácil, tinham sete apenas e o Pena Branca com aquela machadinha era um perigo, foi rapidinho. O Cacique foi direto na direção do outro navio que só tinha  um velho negro cansado amarrado e o seu povo trancado....

Na mata o bicho pegava, os lobos denunciavam a localização dos índios com seguidos uivos e ao chegar os grupos de Homens da Caveira, volta os guerreiros da Tribo do Cacique Amigo que guiados pelo uivo nunca ouvido, mas que anunciava perigo e a caça vira caçador. Primeiro vão os Lobos pelos exímios arqueiros..

Já libertos o  povo do Velho Negro, ele agradece aos novos amigos traduzido pelo Mensageiro  a conversa de dois chefes de tribos, um encontro entre o Velho e o Novo mundo, o Cacique dá um rumo ao Velho negro, uma terra além da montanha, uma terra farta de muita caça..

Na Mata o caçador foge de sua caça, os índios enfurecidos que num pega e num pega, eles pegam um por um, não adianta correr, fugir, se esconder, a sensação da morte que sente a presa, que o coração acelera, da sensação na barriga, é o pânico que domina e para o sopro, o corpo não tem mais vida e a alma se desliga e vai com sua sobra pra dentro chão, lugar das caveiras..

No navio o Mensageiro da a ideia de irem navegando até perto da  tribo do Cacique,  e ele ensina como navegar ao povo do Velho negro, e vão em direção ao Sul, um lugar de paz nesse Mundo Novo. Que lá poderá viver com seu povo criando seu Quilombo..

Ao chegar na praia, a Menina da Caveira da de cara com seus guardas mortos no mar, apenas um navio longe a deriva e apenas um pequeno barco com três remos em cima.  Ela fica brava pois já nem pensava em vingança, apenas na herança,  que era rica e iria "festar" todo dia. Mas cai como se morresse na praia com sua ganância pela Moeda  que Brilha...

 -Por Rodrigo 'cC'-
07/08/2017