quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A Fogueira - Parte VI

 A Fogueira - '06'

Levanta-se o Cabeludo percebendo que o Híbrido se aproxima e ao sentir sua alma, se alivia. Com um gesto todos ficam quietos e se levanta a Onça Negra, amiga de Olhos de Céu. Olhando cega na mesma direção colocando todos em alerta. O medo se espalha, a energia na cena fica negativa, o Híbrido se aproxima em passos contínuos, todos tomados pela adrenalina, ele se senta ao lado de Olhos de Céu que o recebe com um sorriso..

A Onça Negra meio ciumenta, chega resmungando, mas vai acalmando-se, pois tem o sexto sentido percebe que não há perigo. Os corações se acalmam, acabam o agito. O espiritualizado da aldeia lhe oferece uma ceia, o Híbrido cansado, alimenta-se.
Ao amanhecer sobe na Figueira no centro da aldeia e faz sua morada, com galhos e folhas de coqueiro..  Cedinho aquele 'fervo' da brincadeira da Onça negra, num pega e não pega com o Hibrido que tinha reconhecido as penas na cabeça dos Índios e se acalma, pois era filho de um que tinha sido achado bebezinho de uma tribo ao extremo Norte do mundo novo de onde tinha vindo..

Com o passar do tempo, todos da Tribo abismado com o Híbrido e a Encantadora tentando lhe ensinar a falar, pois ele aprendia rápido, só olhando aprendeu a fazer fogo e com o Cacique aprendeu a usar o arco. Era  habilidoso nas árvores, aprendeu muito com a tribo. Havia regras, respeito e uma linha evolutiva onde tudo tinha o tempo certo para o amadurecimento..

A Fogueira era um lugar abençoado pela qual o Híbrido tinha carinho, depois do dia em que o fogo dominou, nunca mais a chama se apagou e em sua volta as histórias do Cabeludo e o Mensageiro, às refeições, grandes decisões da tribo se tomaria. O gostoso era o dia do cachimbo tinha uma dancinha que até chover fazia!! Um momento de pura magia..

Desde sua chegada, o Híbrido prestava atenção na fala de uma forma curiosa e a Encantadora lhe ensinando a falar, esperto, fiel a Olhos de Céu a protegia sem cortar sua liberdade. Ele e a Onça Negra não a deixava longe, muita luz ela tinha e pra ela e a Onça Negra suas primeiras palavras dizia era o segredo que eles tinham..

A noite todos na beira da Fogueira, um silencio, diz o Híbrido, que essa noite ele diria sobre a Mãe Natureza e sobre o que via dizendo, que a árvore é o ser mais generoso, pois dela tudo se tira: a sombra, o fruto a madeira pra fogueira, até o ar que se respira e que o passarinho faz seu ninho, todo arrumadinho, conquista seu amor pra vida e é leal, alimenta sua amada dias seguidos enquanto ela choca seus filhos e depois de nascidos de igual pra igual alimentam e dão um caminho ao seus filhos levando a fidelidade até o fim de seus dias..

Já no momento triste de ser diferente, estar só no mundo, uma lágrima no canto do olho e ele diz que por mais triste que pareça, ele é feliz por ter a vida, por ser livre e ter amigos que não o deixa se sentir sozinho. Leais que te percebem sem sequer dizer uma palavra, no jeito ou na olhada e agora chegava a vez de falar do Cacique e começaria ali mais uma  história e essa é a do dia em que ele salvou os seus e o Mensageiro dos Homens da Caveira de tantas contadas a beira da Fogueira....

-Por Rodrigo 'cC'-
03/08/17

O Cacique - Parte VII

 O Cacique - '07'

Nascido para guiar o caminho, levando o ensinamento antigo que protege a tribo o Cacique tem na vida a luta entre o coração e a razão em suas decisões, precisa ser forte e evoluir muito cedo, ser responsável por varias vidas. É difícil, é preciso amar muito para ser justo, pois Índio não mentia..

O Cacique um querido, fala sobre  tudo, mede seu tempo pelo ciclo da lua, trata a todos com igualdade, brinca com as crianças, aprende com os mais velhos, ensina sobre o que via nas viagens. A praia lugar antes abençoado que agora anda homens de outras cores na pele e nos olhos que são um perigo..

Há luas atrás, indo mais ao norte acompanhado dos mais fortes de sua tribo, levando mantimentos para trocar por um golinho lá na outra tribo que o Cacique era amigo.
Chegando perto do mangue das Onças, vê no mar dois navios, mas olha em direção a aldeia  e vê a fumaça, naquela troca de olhar rápida vão em direção a mata.
Exímios arqueiros vão acompanhados dos espíritos da mata se misturando a natureza, vão chegando perto sem serem vistos e se surpreendem com a monstruosidade da cena. Homens de outra terra violentado as mulheres, matando as crianças, trancando os homens. O senso de justiça toma conta e começa a matança..

O Cacique e o seus Índios, do alto das árvores, do chão era uma flecha e um tombo, pois na flecha tinha um veneno passado por um velho espírito que dizia que os homens de outra terra um dia voltariam e desse veneno nada salvaria, que se não morresse com a flechada em horas, morreria sofrendo em agonia. Os Homens da Caveira atiravam com suas armas de fogo no nada já sem balas. Empunhavam suas espadas, há horas lutando contra o que não viam. Do nada em silêncio a flecha surgia, o Cacique percebe um homem fugindo todo machucado, o acompanha com os olhos e vê ele soltando seu amigo Cacique e os índios e cai em seguida.. Era como se tivesse soltado a fúria, todos os índios indo para cima, crianças, velhos e mulheres tomadas pela raiva sentida na alma e no pensamento, que nem toda onça que defende sua própria vida merece o inferno..

Os Homens da Caveira cercados, por mais pirados, sentiram o medo e um a um foram morrendo. Mais que rápido o Cacique diz ao seu amigo que na praia tem mais, é pra ele pegar seu povo e subir a montanha que ele e seus índios oferecem suas vidas ficaram e não deixaram que os Homens da Caveira os sigam..

Agradecido seu amigo lhe da um abraço, volta um passo olhando em seus olhos e diz:  "- Você é um bom espírito e o Grande espírito sabe disso e vai lhe proteger e tu vai voltar pros seus Índios e continuar assim. Não mude, perceba, sua alma esta madura."
O Cacique agradece a boa fé que da para ser sentida..

O Cacique junta do chão o Mensageiro jogado ferido e o leva. É olhado de um jeito estranho pelos outros Índios, mas seu olhar é mais forte, tem tom de ordem  e vão indo mais  pra dentro da mata ficando entre os Homens da Caveira. O Cacique amigo que era expulso do lugar que nascia, era uma covardia..

Depois de dias os Homens da Caveira liderados pela Menina da Caveira, chegam a tribo e vê ali seu pai morto junto com seus homens e o ódio toma conta dela, ela ordena que traga os lobos e quase todos tripulantes. A Menina da Caveira em gritos jura vingança a quem fez aquilo..

Já acordado, o Mensageiro conhecedor da língua indígena e outras línguas, falava pro Cacique sobre aquele povo da Caveira e que eles queriam escravizar os Índios pela Moeda que Brilha e que em um dos navios, havia um outro povo que sofria daquela covardia. Disse dos lobos e que era melhor sair dali agora, pois seria pego pelo faro.. O Cacique acreditando no Mensageiro, pois sentia a verdade dita e ele tinha o medo nos olhos, tinha sofrido a selvageria. Então vai sentido contrário da sua tribo entendendo que já não havia perigo para o Cacique amigo. Sua tribo já tinha partido há dias e depois de um dia chegam os lobos e a menina da Caveira ordena a Caçada..

Levanta-se à beira da Fogueira já cansado o Cacique olhado por todos que esperam ansiosos pela continuação da aventura. O Híbrido folgado usando a Onça Negra de travesseiro e toma a palavra o Mensageiro dizendo: - Que amanhã em frente a Fogueira, abaixo da Lua cheia contaria sobre A Caçada que foi a volta para casa... 

-Por Rodrigo 'cC- 
04/08/2017

A Caçada - Parte VIII

A Caçada - '08'

Já solto os lobos saem a procura.
A Caçada e a fuga é a aventura em que o tesouro é sair vivo. A Menina da Caveira, certeira pega seus homens e vai sentido leste e os outros três grupos cada um em uma direção, para onde os lobos apontam tem homens da Caveira..

Na outra cena o Cacique conversando com os seus, já a mais de um dia na fuga, diz que vai para o navio libertar o povo que sofria aquela covardia. O Mensageiro livre de ordem se escalou!!-Estou junto! 
O Cacique chama  o Pena Branca seu amigo. Um atentado desde pequeno, um sem medo..
Os outros andariam num pra lá e pra cá, para atrapalhar os lobos que e os levariam a acreditar mais em sua caçada, juntando eles em um só lugar e que ali no centro da armadilha era para dar suas vidas por várias e que eles não deveriam de forma alguma ir em direção da tribo, pois eles que vinham..

A caminho do navio o Mensageiro e o Cacique saem em direção ao Mangue das Onças onde fica mais difícil de segui-los, mas não para a Onça Pintada que não faz nem ruído, mas é a mesma direção da Menina que leva consigo dois lobos. 
Chegando na Praia o Cacique avista os guardas do navio e espera anoitecer ..

A Caçada continua. Os lobos na captura, os homens da Caveira se aproximando, o plano funciona. Os três grupos estavam numa direção, só estavam perto a selvageria. Um lobo mais ligeiro, caçador astuto que não se enganava, chega e pega um índio, denunciando  em uivos a direção da Caçada..

Ao anoitecer na Praia, o Cacique e o Mensageiro esperam  quietos enquanto o Pena Branca com duas machadinhas quietinho mata os guardas 'marcando' chapado no vinho e vão em direção ao navio que na ordem precipitada da Menina da Caveira os deixa bem dizer... sozinhos..

Ao ver um deles morto pelo lobo, os índios sobem nas árvores, mas um mais louco, vai em direção ao lobo e o outro mais ligeiro acerta o lobo na cabeça o derrubando ali mesmo. Já entra em conflito, mas leva um tiro e começa o duelo entre a arma de um tiro de espada na cintura e o cestinho das flechas e ali ninguém pegava o Índio que não deixava se iludir..

No Navio começa a luta que foi fácil, tinham sete apenas e o Pena Branca com aquela machadinha era um perigo, foi rapidinho. O Cacique foi direto na direção do outro navio que só tinha  um velho negro cansado amarrado e o seu povo trancado....

Na mata o bicho pegava, os lobos denunciavam a localização dos índios com seguidos uivos e ao chegar os grupos de Homens da Caveira, volta os guerreiros da Tribo do Cacique Amigo que guiados pelo uivo nunca ouvido, mas que anunciava perigo e a caça vira caçador. Primeiro vão os Lobos pelos exímios arqueiros..

Já libertos o  povo do Velho Negro, ele agradece aos novos amigos traduzido pelo Mensageiro  a conversa de dois chefes de tribos, um encontro entre o Velho e o Novo mundo, o Cacique dá um rumo ao Velho negro, uma terra além da montanha, uma terra farta de muita caça..

Na Mata o caçador foge de sua caça, os índios enfurecidos que num pega e num pega, eles pegam um por um, não adianta correr, fugir, se esconder, a sensação da morte que sente a presa, que o coração acelera, da sensação na barriga, é o pânico que domina e para o sopro, o corpo não tem mais vida e a alma se desliga e vai com sua sobra pra dentro chão, lugar das caveiras..

No navio o Mensageiro da a ideia de irem navegando até perto da  tribo do Cacique,  e ele ensina como navegar ao povo do Velho negro, e vão em direção ao Sul, um lugar de paz nesse Mundo Novo. Que lá poderá viver com seu povo criando seu Quilombo..

Ao chegar na praia, a Menina da Caveira da de cara com seus guardas mortos no mar, apenas um navio longe a deriva e apenas um pequeno barco com três remos em cima.  Ela fica brava pois já nem pensava em vingança, apenas na herança,  que era rica e iria "festar" todo dia. Mas cai como se morresse na praia com sua ganância pela Moeda  que Brilha...

 -Por Rodrigo 'cC'-
07/08/2017

A Volta - Parte IX

A Volta - '09'

O Pena Branca assando um peixe na folha de bananeira, só de olho na Savana, filha do Velho Negro. Linda, com sua cabeleira, um corpo perfeito, toda desenhadinha, umas listras e círculos desenhados em branco, ela era a mais bela. Com um olhar de fera que deixa encantado o "atentado" do Pena Branca..

O Velho Negro conta que de onde vem, o pasto é gigante tem várias caças, que pouco se planta, que a água do céu vem apenas no tempo certo, o dia é bem comprido, não tem frio e tem um predador que tem uma juba grande, é o maior folgado, que enquanto a fêmea caça, ele fica deitado, mas não se engane!!! Ele é um perigo..

O Cacique conta das frutas permitidas que não fazem mal para a vida  e dos animais, de maior fartura e mais fácil captura lhes dando os macetes de uma planta que faz boiar os peixes e de uma raizinha que dava uma bebedinha que da uma relaxadinha..

O Mensageiro que traduzia tudo encantava-se com a cena de dois mundos tão distantes, mas tão parecidos, pois eram mais primitivos e com isso mais puros, por isso eram judiados pela Corte dos Bobos que viviam em função da Moeda que Brilha..

O Mensageiro ligeiro percebe o Pena Branca olhando a Savana e conta para ele do seu sonho para a vida. A Encantadora dona de seu coração,  que ela era mansa, mas também era brava e que pensava só no beijo e no olho no olho do momento do reencontro, que era uma delicia aquele amor louco e que um dia eles iam sair pelo mundo num Veleiro..
A conversa seguia... Todos ali na praia. O Velho negro diz ao seus que podem serem livres, que ele vai para trás do monte pro Vale das Cavernas, firmar um Quilombo. Um lugar novo nesse mundo novo e que vai recomeçar tudo de novo nessa nova morada pro seu povo..

O Mensageiro incendeia o navio,  no céu a lua cheia, emerge uma Baleia, uma cena linda. Cria-se o reflexo do fogo nos olhos da gigante que com seu canto encanta todos,  na areia que em seus olhos tinha uma bela cena que muda em um segundo, surgindo do céu uma Luz num leve giro e todos abismados, pois nunca tinham visto aquilo..
Ali o Mensageiro já na areia fala de sua crença mostrando seu crucifixo dizendo sobre o filho de Deus, um homem que tinha na mensagem o amor no sacrifício, livrando os seus de seus pecados morrendo na cruz traído, trazendo ao mundo um novo caminho, pois no outro, os homens tinham se perdido.. Tinha entendido porque de ele andar apenas em sua terra, pois no resto da terra andava os puros. 

Na despedida do Cacique na Aldeia, o Mensageiro agradece por sua vida, virando-se despede do Velho Negro e seu povo. Aí chega o Pena Branca com o Baio, um presente por ser amigo..
O Pena branca sai em direção ao Vale das Cavernas guiando o Velho Negro e seu povo pra um lugar seguro. O Cacique como se abençoado pelo desejo do Cacique amigo volta pra sua tribo reencontrando ileso e vivo quase todos os guerreiros que tinham ficado entre o Povo da Caveira, os Lobos e a Tribo do Cacique amigo..

No lombo do Baio sai rumo ao Sul o Mensageiro, com um desejo no pensamento imaginando a sua Encantadora que devia estar preocupada, pois há meses tinha saído, mas na força do amor eles se protegiam. E que por mais difícil fosse a alma de um protegeria a do outro e isso fazia certo o reencontro...

-Por Rodrigo 'cC' -
06/08/2017

No Pensamento - Parte X

No Pensamento -  '10'

Chegando perto do vilarejo onde tinha nascido, o Mensageiro em seu pensamento reconhecia na sua vila o lugar que ele tinha sonhado com sua amiga, os pinheiros, as fruteiras, a pracinha, a capela lá em cima no morro onde eles desciam dia de chuva escorregando, perdendo a inocência em brincadeiras travessas..

Chegando na Vila um piá vem pegar o Baio para por no cercado. Ele lembra do seu tempo de pequeno, onde fazia as correrias se tornando Mensageiro. Um piá arteiro que apenas precisava existir. Nem bonito era, mas enlouquecia as meninas com seu sorriso maroto que despia..


Aos berros, chega a tia que brincava e brigava com as crianças. Fazia delicias na cozinha, agora velhinha, mas cheia de vida, da um abraço, volta um passo e anuncia a festa, as crianças naquela alegria. Vão ter peixe, doce, musica..

Nos ouvidos da amiga sobre o retorno do Mensageiro, ela se produz, faz um cesto de balas de banana, que ele tanto ama e ele já tomando um vinho com os amigos, contando histórias de aventuras e perigos. Todos rindo, uma noite linda inicia-se ao embalo da musica que contagia..
Toda ansiosa desce a escadaria sentido a praça, na mão a bala que ele amava, no cabelo a mesma flor que ele colocava nas brincadeiras travessas, nas brincadeiras na cachoeira. Em volta outras meninas já mulheres que ele brincava, pois era um arteiro que tinha malícia de falar ao pé do ouvido que mexia com a libido..

No pensamento vem um amigo com uma intimidade conquistada na infância dizendo sobre o que ela tinha feito e que desejava ele desde o dia de sua partida, que ela era dele, nenhum homem ela tinha tocado, pois se guardava para esse dia..
Ele no Pensamento malicioso molinho no vinho, há meses na tortura e na aventura e ela ali toda sua,  as ideias da aquela balançada, o corpo se sentindo tentado. Por outro lado triste de ter prometido algo que não poderia cumprir, pois ama a Encantadora..  

Molinho no vinho já na madrugada a beira da fogueira na praia, olha uma Luz que gira lentamente e em Pensamento diz: -Preciso parar de beber isso! De repente passa correndo sua Amiga, da um mergulho e vem de frente. Ele da aquela olhada para ver se estava vendo direito e estava ela nua, o reflexo do fogo em seu corpo molhado.. E vem o Pensamento... Tô pego!! Ela o empurra no ombro, ele olha ela toda linda, lembra dos olhos dela menina, da uma de louco, da uma fugida e ela vem em cima. Ela queria e ele naquele peco não peco, o seu corpo pedindo... ele se levanta.. 
Ela assustada tipo!!! Como assim?? __Ele diz que ama a Encantadora e que ela o espera. A Amiga vira fera dizendo: - Eu te espero há tantos anos!! - Fiz a Vila dos nossos sonhos!! Que tinha confiado nele. Como ele poderia explicar a ela que amava ele, que ele amava outra!! Que lá longe estava seu amor verdadeiro!?..

Indignada ela sobe correndo para casa. Ele se despede dos amigos e vai indo de coração partido, entendendo o poder da palavra e o efeito da promessa não cumprida que o tempo não cura e fica no Pensamento...

-Por Rodrigo 'cC'´-
08/08/2017

A Musica - Parte XI

A Música - '11'

Indo andando ao lado do Baio tagarelando, olha pro leste e vê duas pedras no mar, mais que ligeiro o Mensageiro fazendo uma fogueira senta-se, pega um vinho, acende o cachimbo com a ervinha do amigo Índio. Na fogueira um peixe, um palmito, estava tudo lindo.. 
O Baio ali do lado ouvindo as risadas e bobagens do Mensageiro, olha à frente e da um 'se liga' no amigo Mensageiro, que olha feliz para a cena. Uma Deusa saindo d'água, a nadadeira vira perna, ela nua cabelo ao vento, uma voz deliciosa, na mão uma concha que fazia Musica.. 
Ele ali na cena perfeita, Musica, uma Deusa, Fogueira vinho ela falava mansinho. Ele quase caindo no seus encantos, acaba adormecendo. Ao acordar ali largado, quase nu, mal sabia se tinha sonhado ou tinha acontecido... Mas no Pensamento "achava" que era o vinho..

Na caminhada um dia inteiro de viagem, encontra um caçador e já sem suprimento vai a casa do caçador, aceita um banho, um pouso. Há dias de viagem, cansado, quer um conforto, um bom papo, fazer amigos. Chegando lá é bem recebido, chega no cercado, solta o Baio que fica faceiro . Ali tinha mais cavalos, ele corre, se despoja, fica de olho no outro lado da cerca que tinha uma égua Pintada..
O Mensageiro vê aquela cena do Baio e fala com o caçador para lhe vender a Pintada,  que a levaria para Encantadora.

Tudo certo!! Na mesa uma paca, estavam o Caçador, a esposa e suas seis filhas, todas ali na fé de ser escolhida,  pois queriam a liberdade que era mentira,  pois casamento naquela época,  a mulher só servia numa incansável rotina..
O Mensageiro foi se deitar, com a Encantadora no Pensamento. Quando se levanta,  já tudo certo despede-se e sai cavalgando no Baio que estava faceiro. A Pintada estava junto na jornada de volta para casa. Chega na areia da praia e caminha o dia todo.. 

A noite de novo vem a Deusa, uma cena linda de voz deliciosa, musica e uma boa conversa. Ela dizia que vinha de um tempo antigo, onde os Deuses tinham sido esquecidos, que elas saem da água de tempos em tempos pra achar um homem pra gerar suas filhas..
Ele dizia que não podia. Ela respondia que sabia que ela estava ali pela pessoa dele, pois quem ama adormece e não cai em seu encanto e que ele tinha feito ela se sentir bem, pois ela tinha uma vida solitária e escondida,  pois os homens não respeitava nenhuma outra forma de vida e ela era uma das últimas e queria uma filha pra não ficar sozinha.. 

Envolta o Baio e a Pintada naquela correria de pura alegria, a Lua gigante no céu, a Deusa sai correndo pra água e vem a Luz, num leve giro, os cavalos se agitam entre as ondas, a Deusa observa atenta, a Luz some num risco em direção a Lua. O Mensageiro sai mais que ligeiro e continua sua jornada rumo ao Sul, para a Encantadora levando a concha que fazia música que a Deusa havia deixado na areia..

-Por Rodrigo 'cC' -
 06/08/2017


A Dança - Parte XII

A Dança - '12'

Já em um grande vilarejo com lindas praias, cercado de morros, chega em uma taberna, pede um vinho. O Baio e a Pintada se alimentando para continuar a jornada. Anoitece, ele decide dormir na taberna, pede a janta, sobe e toma um banho. Compra roupas, volta um vinho.. Já molinho... com seu jeito menino, encanta uma garota de véu no rosto, que mexe com o corpo, deixando qualquer um louco. Aquele véu, os olhos com um ar misterioso, ela o olha no olho, ele já satisfeito, pois só de saber que é desejado fica feliz,  não consuma o ato..  Se senta ao seu lado um homem Sábio de olhos puxados, um vendedor de espadas, piores que navalha. Ele curioso começa uma conversa. O Sábio conta do legado dos seus antepassados, habilidosos guerreiros, que usavam o corpo com muita agilidade..

Já em outra jarra de vinho, ao longo do papo chegam duas garotas de Véu. O Sábio já se ajeita se aproveitando da cena, pois sabia que não era por ele que a cena acontecia. Em cima da mesa a Garota do véu com movimentos curiosos atenta o corpo do Mensageiro, mas ele vai se contendo. 
A tarde ele deitado em seu quarto entram cinco Garotas do Véu dançando e ele com aquele olhar "de meu pai amado!!" Deixa a cena rolar, todas com o olhar em seu olhar a cena aquecendo e aquela que se interessou dispensa as outras, ele mais que ligeiro se levanta e volta ao bar da taberna.. A Garota do Véu ficava mais tentada quando dispensada. 

De repente entra no bar da taberna três homens, ela muda de atitude, todos incomodados ficam e ele malandro percebe o risco, mas sempre tem um pra incentivar o entrevero..
Um dos homens apaixonado pela Garota do Véu, sabendo da cena de uma forma distorcida tem uma atitude homicida,  atira no mensageiro que mais que ligeiro sai do caminho da bala e vai na "porrada". Mas o homem sujo o fura com a faca.. 
O Sábio ao ver aquilo entra na "treta" é pé pra todo lado, quando o Mensageiro foi se armar a briga tinha acabado. Um negro na taberna alerta!! -Vai embora que ele é filho do Garimpeiro!! Mas que ligeiro o Mensageiro no lombo do Baio trás a Pintada pro Sábio e saem em disparada sentido a praia..

Chegando no porto da de cara com as Garotas de Véu fugindo, ele o único com a Moeda que Brilha, pois antes de afundar o navio da Menina da Caveira, pegou pra jornada que estava complicada. Ele de boa fé leva todos na travessia que seria feita por Dusdrede, um cara da paz que tinha um cabelo irado que carregava uma planta, que teve sua função deturpada..

Embarcado conversa com Dusdrede que fala "maneiro" não faz mal nem a ele mesmo. O Mensageiro mergulha e trás a bordo varias ostras e vira festa um vinho um peixe a Dança das Garotas do Véu ..
A noite a Lua, a Musica, a dança, todos molinhos no vinho. Chega junto a Garota do Véu que se apaixona. Não tem jeito mesmo o Mensageiro sem fazer nada elas ficam piradas, ela se declara, dizendo não ter visto uma luz,  que mexe sem querer com o libido de todas as meninas.. 
Ele envaidecido agradece, pois ali alimenta seu ego, mas diz de forma direta que toda essa jornada é pra voltar pra sua amada que lá em sua casa deitada parece sentir ele sendo tentado e também em perigo. Isso é o amor vivo!! E chegando no porto pega o Baio e a Pintada e segue sua jornada deixando mais uma apaixonada...

-Por Rodrigo 'cC' -
07/08/2017