O Anjo de Neandertal!!
Meu nome é Nháá. A terra aos meus olhos é muito gelada, os animais a minha volta são grandes inofensivos e perigosos. Os meus são poucos, uns vinte, todos brutos, com dialeto próprio. Vivíamos do que tínhamos a nossa volta, não íamos longe da caverna, os homens ocupavam-se da caça, da proteção das mulheres, da arte, das roupas, das ervas, dos alimentos. Muitas em si tinham talentos, curiosas viam e já aprendiam, os meninos sempre arteiros e as meninas no pensamento, cautelosas com o medo, no controle o cuidado com a vida..
A mãe da mãe conhecia tudo a nossa volta, ela que mostrava a todas as crianças o que pode e não pode. O pai do pai sabia tudo, dava nome a tudo e contava do pai do pai dele, das feras de como fazer e para que servem o seu tempo de vida, faz da sua palavra o respeito bem dito. Também bravo se preciso, se não.. é todo mansinho. Tinha um menino que se apegou a bater os ossos no tronco ao lado de uma menina que a voz linda tinha..
Eu gostava de ficar sozinha, era muito curiosa e destemida, meus olhos me guiavam, eu me encantava, olhava tudo de perto, cada ser, cada forma de vida, eu tocava meu irmão sempre protetor de perto só me observando, por muitas sua energia do medo o colocava em risco, pois a fera que caça sente a energia do medo, mas ele era ligeiro nas árvores, tinha apreço, andava mais nelas que no chão mesmo. A mãe da mãe dizia que nós no mesmo dia da lua descíamos a vida..
Já se arriscando longe, eu e meu irmão Gudáá percebemos os peludos que cantavam auuu a lua e o arteiro mais que ligeiro pegou dois e pelas árvores fugiu com eles. Ao chegarmos a caverna, o pai do pai surpreso, de sorriso no rosto, apegou –se na bagunça que faziam as criaturas peludas que cantavam a lua a qual a mãe da mãe dizia que nós vínhamos e aqueles peludos viraram alegria, todos na caverna com eles riam, mas era meu irmão que eles seguia, aquele apego de pureza fazia dele seu líder nas caçadas.
Agora com os peludos grandes ficou fácil. Meu irmão e o menino da lança faziam a tocaia e os peludos levavam a caça a eles. O pai do pai mandou passar a história à frente aos filhos dos filhos. Na parede da caverna a mulher de bons olhos desenhou mais uma historia que contava dos nossos e todos em sorrisos faceiros e orgulhosos.
Em uma aventura mais longe do que de costume eu ao chão com os peludos andando tranquilos, sinto Gudáá com muito medo assustado, mais que rápido vou até ele e vejo a pior das cenas, uns parecidos com nós, mas tão diferentes, matavam por matar outros como nós. Eu revoltada com aquilo, pois nós éramos puros interagíamos com a Mãe Natureza, tirávamos a vida pela sobrevivência na pureza, do ciclo natural para o equilíbrio da vida, lutávamos pra viver onde era difícil, pois o caçador também era caça, também fazíamos parte do equilíbrio..
A mãe da mãe dizia que do céu nós vínhamos e para lá voltaríamos descansar para a próxima vida. Mas esse povo tinha uma energia ruim e ao observar esse povo parecido mas diferente de energia ruim se afastar sentido contrario ao nosso, ouço um choro, chego perto, uma pequena igual nós pego-a no colo, pois era a única ainda viva e vou em direção a caverna pensando de como faria pra ter uma pequena, pois nem leite tinha e a pequena não tinha idade de desmamar. Quando Gudáá aponta ao campo e eu vejo uma vida do campo amamentando, mais que ligeiro Gudáá e os peludos a cerca e a levamos pra caverna, pro leite da pequena Poaa, olhos cor de folha. Chegando na caverna fui ao pai do pai e a mãe da mãe dizer do que tinha visto o pai do pai mais que arisco nos põe em alerta, pois no passado já tinha sido falado dos iguais, mais diferentes, pois traziam perigos, pois dentro de si carregavam a luz e a escuridão..
O tempo foi passando tempo de gelo onde é muito arriscado, tempo de pasto os predadores não nos caça, é muita fartura, flores, pássaros cantando, muitos frutos.
A Poaa crescendo, correndo, tagarelando seu tom rouco. Eu nem idade de mãe eu tinha e já era minha responsabilidade a vida da Poaa de olhos cor de folha que encantada com a diversidade da diferença daquele imenso branco, onde até o coelho que seus olhos namora era branco. Agora ele escondido entre a moita lhe digo sobre o quão perfeita é a criação. Veja Poaa que lindo o coelhinho! Tão pequenino, brincalhão e rápido em sua defesa e de tamanha grandeza o criador em seu equilíbrio o fez assim, tão reprodutivo, alimentando-se do simples matinho, mas de tamanha nobreza, alimenta muitos na natureza ,desde os que voam no céu àqueles que caça sorrateiro se arrastando no chão ao silencioso que passa na noite. Por isso nascem tantos e te digo minha pequena, longe da mãe poucos ainda continuam vivos. A Nháá te diz: - Nunca fique longe da caverna quando a Nháá sai, fica aqui com a mãe da mãe, assim estará protegida.
A Poaa já crescida anda de lá para cá com Gudáá ,os peludos e sua Nháá ligada em cores e eles explorando longe veem a frente uma fruteira carregada. Chama a Nháá e Gudáá os pede que se sentem e em silencio fiquem que ela vai lhes falar de como aquela arvore é o mundo e que nós somos os frutos e que nem todos os frutos dão frutos, pois tem pássaros que se alimentam das frutas e plantam as sementes. Tem pássaros que se alimentam das sementes e as que os pássaros não comem, vão ao chão e ali tem os roedores de sementes e roedores plantadores de sementes, mesmo que uma árvore tenha muitos e muitos frutos, bem poucos vão dar frutos e assim é a vida. Muito poucos entendem a vida, muito poucos vão dar frutos.
Nháá diz:... que não me trouxe da Lua, mas que me da sua vida. Eu sinto gostoso dentro assim que olho pra você minha Nháá por me permitir ainda ter em mim o sopro da vida, não me deixando pra ser aquela semente que deixou de existir e nunca mais dará fruto. -.. Gudáá eu sou gostosa aqui por dentro em sentir a maldade ao ponto de fazer parte de tudo isso. -Olha que lindo aquele pequeno colorido na flor, o tamanho do gigantesco se alimentando no campo, no céu o pássaro temido tudo perfeito, aos olhos tem tudo que é preciso, todas as formas por tão diferentes e precisas pra um novo acordar e de novo olhar e ver que hoje estou no mesmo lugar que ontem, mas é diferente até que um dia não tem mais acordar, não veremos mais nada, se descansado a nossa luz vai a Lua, temos outra chance, se viramos a caça servimos ao ciclo natural da terra acaba aqui..
(Por Rodrigo 'cC')
21/04/2018
Tradução: Live is Life - Opus