quarta-feira, 30 de agosto de 2017

No Pensamento - Parte X

No Pensamento -  '10'

Chegando perto do vilarejo onde tinha nascido, o Mensageiro em seu pensamento reconhecia na sua vila o lugar que ele tinha sonhado com sua amiga, os pinheiros, as fruteiras, a pracinha, a capela lá em cima no morro onde eles desciam dia de chuva escorregando, perdendo a inocência em brincadeiras travessas..

Chegando na Vila um piá vem pegar o Baio para por no cercado. Ele lembra do seu tempo de pequeno, onde fazia as correrias se tornando Mensageiro. Um piá arteiro que apenas precisava existir. Nem bonito era, mas enlouquecia as meninas com seu sorriso maroto que despia..


Aos berros, chega a tia que brincava e brigava com as crianças. Fazia delicias na cozinha, agora velhinha, mas cheia de vida, da um abraço, volta um passo e anuncia a festa, as crianças naquela alegria. Vão ter peixe, doce, musica..

Nos ouvidos da amiga sobre o retorno do Mensageiro, ela se produz, faz um cesto de balas de banana, que ele tanto ama e ele já tomando um vinho com os amigos, contando histórias de aventuras e perigos. Todos rindo, uma noite linda inicia-se ao embalo da musica que contagia..
Toda ansiosa desce a escadaria sentido a praça, na mão a bala que ele amava, no cabelo a mesma flor que ele colocava nas brincadeiras travessas, nas brincadeiras na cachoeira. Em volta outras meninas já mulheres que ele brincava, pois era um arteiro que tinha malícia de falar ao pé do ouvido que mexia com a libido..

No pensamento vem um amigo com uma intimidade conquistada na infância dizendo sobre o que ela tinha feito e que desejava ele desde o dia de sua partida, que ela era dele, nenhum homem ela tinha tocado, pois se guardava para esse dia..
Ele no Pensamento malicioso molinho no vinho, há meses na tortura e na aventura e ela ali toda sua,  as ideias da aquela balançada, o corpo se sentindo tentado. Por outro lado triste de ter prometido algo que não poderia cumprir, pois ama a Encantadora..  

Molinho no vinho já na madrugada a beira da fogueira na praia, olha uma Luz que gira lentamente e em Pensamento diz: -Preciso parar de beber isso! De repente passa correndo sua Amiga, da um mergulho e vem de frente. Ele da aquela olhada para ver se estava vendo direito e estava ela nua, o reflexo do fogo em seu corpo molhado.. E vem o Pensamento... Tô pego!! Ela o empurra no ombro, ele olha ela toda linda, lembra dos olhos dela menina, da uma de louco, da uma fugida e ela vem em cima. Ela queria e ele naquele peco não peco, o seu corpo pedindo... ele se levanta.. 
Ela assustada tipo!!! Como assim?? __Ele diz que ama a Encantadora e que ela o espera. A Amiga vira fera dizendo: - Eu te espero há tantos anos!! - Fiz a Vila dos nossos sonhos!! Que tinha confiado nele. Como ele poderia explicar a ela que amava ele, que ele amava outra!! Que lá longe estava seu amor verdadeiro!?..

Indignada ela sobe correndo para casa. Ele se despede dos amigos e vai indo de coração partido, entendendo o poder da palavra e o efeito da promessa não cumprida que o tempo não cura e fica no Pensamento...

-Por Rodrigo 'cC'´-
08/08/2017

A Musica - Parte XI

A Música - '11'

Indo andando ao lado do Baio tagarelando, olha pro leste e vê duas pedras no mar, mais que ligeiro o Mensageiro fazendo uma fogueira senta-se, pega um vinho, acende o cachimbo com a ervinha do amigo Índio. Na fogueira um peixe, um palmito, estava tudo lindo.. 
O Baio ali do lado ouvindo as risadas e bobagens do Mensageiro, olha à frente e da um 'se liga' no amigo Mensageiro, que olha feliz para a cena. Uma Deusa saindo d'água, a nadadeira vira perna, ela nua cabelo ao vento, uma voz deliciosa, na mão uma concha que fazia Musica.. 
Ele ali na cena perfeita, Musica, uma Deusa, Fogueira vinho ela falava mansinho. Ele quase caindo no seus encantos, acaba adormecendo. Ao acordar ali largado, quase nu, mal sabia se tinha sonhado ou tinha acontecido... Mas no Pensamento "achava" que era o vinho..

Na caminhada um dia inteiro de viagem, encontra um caçador e já sem suprimento vai a casa do caçador, aceita um banho, um pouso. Há dias de viagem, cansado, quer um conforto, um bom papo, fazer amigos. Chegando lá é bem recebido, chega no cercado, solta o Baio que fica faceiro . Ali tinha mais cavalos, ele corre, se despoja, fica de olho no outro lado da cerca que tinha uma égua Pintada..
O Mensageiro vê aquela cena do Baio e fala com o caçador para lhe vender a Pintada,  que a levaria para Encantadora.

Tudo certo!! Na mesa uma paca, estavam o Caçador, a esposa e suas seis filhas, todas ali na fé de ser escolhida,  pois queriam a liberdade que era mentira,  pois casamento naquela época,  a mulher só servia numa incansável rotina..
O Mensageiro foi se deitar, com a Encantadora no Pensamento. Quando se levanta,  já tudo certo despede-se e sai cavalgando no Baio que estava faceiro. A Pintada estava junto na jornada de volta para casa. Chega na areia da praia e caminha o dia todo.. 

A noite de novo vem a Deusa, uma cena linda de voz deliciosa, musica e uma boa conversa. Ela dizia que vinha de um tempo antigo, onde os Deuses tinham sido esquecidos, que elas saem da água de tempos em tempos pra achar um homem pra gerar suas filhas..
Ele dizia que não podia. Ela respondia que sabia que ela estava ali pela pessoa dele, pois quem ama adormece e não cai em seu encanto e que ele tinha feito ela se sentir bem, pois ela tinha uma vida solitária e escondida,  pois os homens não respeitava nenhuma outra forma de vida e ela era uma das últimas e queria uma filha pra não ficar sozinha.. 

Envolta o Baio e a Pintada naquela correria de pura alegria, a Lua gigante no céu, a Deusa sai correndo pra água e vem a Luz, num leve giro, os cavalos se agitam entre as ondas, a Deusa observa atenta, a Luz some num risco em direção a Lua. O Mensageiro sai mais que ligeiro e continua sua jornada rumo ao Sul, para a Encantadora levando a concha que fazia música que a Deusa havia deixado na areia..

-Por Rodrigo 'cC' -
 06/08/2017


A Dança - Parte XII

A Dança - '12'

Já em um grande vilarejo com lindas praias, cercado de morros, chega em uma taberna, pede um vinho. O Baio e a Pintada se alimentando para continuar a jornada. Anoitece, ele decide dormir na taberna, pede a janta, sobe e toma um banho. Compra roupas, volta um vinho.. Já molinho... com seu jeito menino, encanta uma garota de véu no rosto, que mexe com o corpo, deixando qualquer um louco. Aquele véu, os olhos com um ar misterioso, ela o olha no olho, ele já satisfeito, pois só de saber que é desejado fica feliz,  não consuma o ato..  Se senta ao seu lado um homem Sábio de olhos puxados, um vendedor de espadas, piores que navalha. Ele curioso começa uma conversa. O Sábio conta do legado dos seus antepassados, habilidosos guerreiros, que usavam o corpo com muita agilidade..

Já em outra jarra de vinho, ao longo do papo chegam duas garotas de Véu. O Sábio já se ajeita se aproveitando da cena, pois sabia que não era por ele que a cena acontecia. Em cima da mesa a Garota do véu com movimentos curiosos atenta o corpo do Mensageiro, mas ele vai se contendo. 
A tarde ele deitado em seu quarto entram cinco Garotas do Véu dançando e ele com aquele olhar "de meu pai amado!!" Deixa a cena rolar, todas com o olhar em seu olhar a cena aquecendo e aquela que se interessou dispensa as outras, ele mais que ligeiro se levanta e volta ao bar da taberna.. A Garota do Véu ficava mais tentada quando dispensada. 

De repente entra no bar da taberna três homens, ela muda de atitude, todos incomodados ficam e ele malandro percebe o risco, mas sempre tem um pra incentivar o entrevero..
Um dos homens apaixonado pela Garota do Véu, sabendo da cena de uma forma distorcida tem uma atitude homicida,  atira no mensageiro que mais que ligeiro sai do caminho da bala e vai na "porrada". Mas o homem sujo o fura com a faca.. 
O Sábio ao ver aquilo entra na "treta" é pé pra todo lado, quando o Mensageiro foi se armar a briga tinha acabado. Um negro na taberna alerta!! -Vai embora que ele é filho do Garimpeiro!! Mas que ligeiro o Mensageiro no lombo do Baio trás a Pintada pro Sábio e saem em disparada sentido a praia..

Chegando no porto da de cara com as Garotas de Véu fugindo, ele o único com a Moeda que Brilha, pois antes de afundar o navio da Menina da Caveira, pegou pra jornada que estava complicada. Ele de boa fé leva todos na travessia que seria feita por Dusdrede, um cara da paz que tinha um cabelo irado que carregava uma planta, que teve sua função deturpada..

Embarcado conversa com Dusdrede que fala "maneiro" não faz mal nem a ele mesmo. O Mensageiro mergulha e trás a bordo varias ostras e vira festa um vinho um peixe a Dança das Garotas do Véu ..
A noite a Lua, a Musica, a dança, todos molinhos no vinho. Chega junto a Garota do Véu que se apaixona. Não tem jeito mesmo o Mensageiro sem fazer nada elas ficam piradas, ela se declara, dizendo não ter visto uma luz,  que mexe sem querer com o libido de todas as meninas.. 
Ele envaidecido agradece, pois ali alimenta seu ego, mas diz de forma direta que toda essa jornada é pra voltar pra sua amada que lá em sua casa deitada parece sentir ele sendo tentado e também em perigo. Isso é o amor vivo!! E chegando no porto pega o Baio e a Pintada e segue sua jornada deixando mais uma apaixonada...

-Por Rodrigo 'cC' -
07/08/2017

A Sombra - Parte XIII

A Sombra - '13'

Andando ao lado do Baio e da Pintada, o mensageiro sente algo ruim como se tivesse sendo observado. Sente-se incomodado e vai andando, cantarolando. A Sombra o seguia se movimentando na mata esperando o anoitecer onde poderia andar ao seu lado... 

Anoiteceu, o Mensageiro ao lado da fogueira,  vem e senta um velho amigo que para ele já havia morrido. Ele com um ar desconfiado e tentado por uma vida contada em fartura e alegria, onde havia mulheres e os melhores vinhos...
Amanhece o dia, o Mensageiro cai de sono e começa a sonhar com tudo aquilo que havia ouvido. Chegava a sentir o gosto do bom vinho. A Sombra o observa protegida pela escuridão da floresta. O Mensageiro acorda e sai em caminhada...
Uma região linda, de mar azul, gaivotas, as baleias a enfeitar a cena. Ao leste entre as montanhas o por de sol, ele ali deitado nas costas do Baio em movimento. O Mensageiro sente o cheiro de sua amada, ela em sua casa incomodada pensando nele o desejando bem, pois algo havia de errado..

Anoitece, ele para pra descansar, chega uma mulher linda toda 'nos panos', parecia uma Princesa com promessas tentadoras, dona de frota, queria um aventureiro pra velejar ao seu lado, ser poderoso e deixar um legado...

Ele cansado, pois não tinha dormido direito. Com a Encantadora no pensamento, como sentisse ela em sua casa agitada, o protegendo, o bem dizendo. Vai amanhecendo, ele exausto, há horas acordado meio incomodado, 'apaga' e de novo sonhou o que tinha prometido a Princesa.. Acorda pesado, sai em cavalgada, agora mais rápido, mas é observado pela Sombra que não se cansa, o acompanha desde criança querendo apagar seu brilho, colocando em seu caminho sempre o perigo. Mas com o amor da Encantadora  ele está protegido e tem sentido isso...

Mais um anoitecer chega. A própria Sombra ele esperto firma a fé. A Encantadora em casa em febre ardia, a Graciosa é chamada, a Sombra o tentava, lhe devolvendo a infância, mas com outro caminho que precisava apenas abandonar Cristo. Ele nega esse caminho...
Ali começa o Mensageiro a esmorecer, a Sombra o mal dizer.

A Encantadora deitada dizia uma língua antiga que o devolvia a vida e o mal não resistia a mensagem de Cristo, o amor no sacrifício e foi se rendendo. A Graciosa com medo de tocar a Encantadora, pois o Dom Proibido tinha sentido...

O Mensageiro largado, fraco, a Sombra em volta, a Encantadora com o coração em alta, a Graciosa a toca aliviando sua dor, lendo a cena de um reencontro lindo de um amor antigo que tinha a luz no destino. A Sombra não aguenta e vem a Luz que Gira, levando a Sombra e devolvendo ao Mensageiro e a Encantadora a paz e um sono lento...

Ao acordar o Mensageiro assustado olha pro vinho e faz voar a garrafa pensando: -Esse vinho esta estragado!! Senta-se, acende o cachimbo, da umas bolinhas, (a fumaça faz uma bolinha), ele deseja boa fé a encantadora que dormindo chama seu nome, trazendo o sorriso. 

A Graciosa que se encanta com a sua leitura que tinha uma menina de Olhos de Céu e Cabelos de por de Sol. Entendendo que ela era o anjo que tinha salvado os dois, aquele dia que tinha os escolhido como pais e que logo viria...

-Por Rodrigo 'cC'-
09/08/2017

Relaxando - XIV

Relaxando - '14'

Cavalgando na praia, montado na Pintada e o Baio correndo na beira d'água, sai do mato um cachorro amarelo de focinho preto, uma orelha meio em pé, a outra caída, com um gingado engraçado, aproxima-se, a cara que era só cicatriz e vai o acompanhando.. 

A noite na fogueira, no céu a Lua sorrindo, o cachorro ali só olhando pro fogo, o Mensageiro com cara de fome fumando o cachimbo. Sai o cão em disparada, o Mensageiro só o acompanha com o olho, No pensamento um 'falou parceiro' vai lá.. Não demora muito chega o cachorro bem pertinho do Mensageiro com uma lebre na boca e a solta bem na frente da fogueira,  faceiro diz o Mensageiro: - Parceiro tu é maneiro!! Dizendo pro cachorro: - Pega o vinho ai que vai fazer um tempero!! O cachorro dá uma olhada.. O Mensageiro num sorriso fala: Meu pai amado! Que isso?? Olha pra mata, vem vindo um em pulinhos de chapeuzinho, chega pertinho, interagindo roubando riso senta-se brinca com o cachorro..

Ali, a fogueira aquecendo, fumando um cachimbo, aparece a Luz que gira lentamente. O cachorro late muito, faz uma farra em giros se balançado de alegria, o de chapeuzinho diz,  que é 'de boa'. A Luz é um anjo que vem e te filtra, vem lá de cima, é luz divina..

Amanhece o dia, o cachorro que é só lambida tipo 'acorda preguiça'. O Mensageiro faz farra, e vira um pega, num pega na areia, nas ondas os cavalos se envolvem, momento de pura energia, O Mensageiro sai correndo, sobe rápido no coqueiro mata sua cede..
Na caminhada o cachorro fica atento e lá na frente passa correndo um veado, ele da uma olhada pro Mensageiro tipo "fui" e com um sorriso o Mensageiro diz: - Vai na paz parceiro!! O cachorro sai em disparada em outra caçada, pois esse é seu jeito no faro, sua habilidade e num pega e num pega  coragem..

O baio na areia correndo muito, o vento no rosto, o Mensageiro de pé se equilibrando tirando uma brisa avista uma ilha, correndo na beira do mar a Pintada linda com a crina, o rabo e as patas brancas, e corpo negro, vai se formando a cena. O Mensageiro pensa... ''' Eu devia deixar vocês dois aqui.'''' Neste lugar esquecido lindo..

Já anoitecendo chega a um vilarejo acomoda os cavalos. Chega em uma taberna, uma área grande em volta da taberna, mesas, redes, um encontro do rio com o mar, uma cena linda! Pede um vinho, começa uma musica e ele largado Relaxando. Ao som da musica,  todos a dançar, num pra lá e pra cá, ele extrovertido soltando uma bobagem aqui outra ali entre risos. Novos amigos chegam,  um 'folgado' que estava com uma linda garota, uma paz no jeito mas toda roxa..
 A festa continua o 'folgado' mexendo com outras garotas e sua garota ali, quietinha. Chega um e chama ela pra dançar, o 'folgado' dá uma olhada. A garota recusa o pedido e esse um vai em outra. O 'folgado' a pega pelo braço, leva lá fora, bate e a trata como se fosse uma vadia..

O Mensageiro mais que ligeiro, pega o 'folgado' de pau e já põe pra dormir. A garota sai correndo, o Mensageiro chama o Baio e vai atrás. Ele a derruba na areia e a acalma. Mas ela em desespero, só pensa em fugir do 'folgado'.. O Mensageiro percebe seu desespero e a ajuda a voltar pra casa. Ela tinha sido roubada ainda menina. Vão em direção a esse vilarejo do Colonizador e no caminho ela toda reprimida como se tivesse medo de tudo. Eram muitos os espinhos em seu caminho..

O Mensageiro com seu jeito natural, vai relaxando a garota que começa a conversar e é participativa na pesca, na fogueira e pela primeira vez sente-se sem medo, em paz e sossego. Dias felizes após anos de tortura e medo, ela vai Relaxando e vendo o Mensageiro de 'outro jeito', vão seguindo seu caminho, ele Relaxando na dele. Ela na dele, desejando aquele momento pois seu coração nunca tinha batido desse jeito...

-Por Rodrigo 'cC'-
11/07/2017

O Colonizador - XV

O Colonizador - '15'

Vindo do Mundo Antigo, cansado de selvageria movida pela Moeda que Brilha, procura um lugar novo para seus amigos e família, vendendo tudo que tinha pra investir nessa partida para um Mundo Novo, uma nova vida, mais um sonho antigo..

No caminho para o vilarejo a garota conta de seu lar, das plantas e animais que criava, de uma família que a amava. O Mensageiro percebia que ela estava mais viva nos olhos, a alegria de volta a sua vida imaginando como seria o reencontro..
Já na chegada ela se encanta, tudo mudado várias casas, no pasto as vacas, os carneiros, pra todo lado galinhas, no rio patos e marrecos, no gramado os gansos, as fruteiras cheias. O Mensageiro encantado com tudo olha para ela e da um sorriso.. 

Na porta do reencontro, ela inquieta bate na porta e atende sua mãe, cabeça branca dispara em seu encontro com um abraço de abrigo, uma cena linda. Está de volta sua filha, aos gritos chama seu velho que vem correndo e vai se ajoelhando e a Deus agradecendo o momento tão desejado.  A volta de sua filha!! Seu coração quase para de tanta alegria.. 

O Mensageiro foi se despedindo, mas foi impedido pela a mãe da Garota que dizia: - Entre tome um café, fiz pão esta quentinho! O Mensageiro há dias comendo peixe e caça, não resiste e desce um pouquinho e aquele clima se inicia.. O pai da Garota mata uma galinha na mesa, queijo, um salaminho, um café quentinho, a vaca perto da porta, ele chega na teta da uma apertadinha desce o leite e o café fica uma delicia,  no fogão a lenha se esquenta..

Os pais da menina olham encantados com a historia do homem que salvou sua filha, gratos nem sabem o que fazer para agradar, de repente uma batida na porta muda o assunto, era o Colonizador que veio ver sua sobrinha..
Em meio a boa conversa diz o Colonizador que queria um mundo melhor onde ninguém tivesse posses, onde trabalha-se pela igualdade, uns no campo outros na criação, os construtores e todos se ajudam. Comida e moradia apra todos, pois esse é direito de cada ser vivo..

O Mensageiro encantado com o lugar e as pessoas, cansado vai deitar-se, pois cedo irá conhecer a Colônia. No quarto,  deitado entra a garota, senta-se num canto, conversa um pouquinho sobre a alegria que era ter o encontrado, ele responde com um sorriso e ela vem o beija no rosto e vai dormir..
Na madrugada o galo bate asas anunciando o canto, no ar o cheiro de café, na porta do quarto olhando ele aquela linda Garota, ele levanta-se passa mão no rosto dela da uma piscadinha e vai sentido o fogão a lenha, com seu jeito querido domina a cozinha, faz um pão com bacon e torresminho..

Conhecendo a Colônia se depara com o engenho movido a roda d'água que fornecia energia pra serraria, mais ao lado uma igreja, a frente a costureira, a venda, a taberna, tudo certinho tinha trabalho para todos era um lugar de paz e alegria.. 
Durante a conversa é convidado a ficar, mas ele diz que tem uma luta, que é chegar em casa para ficar com sua amada. O Colonizador diz: - Bobagem! Aqui tem lindas garotas de respeito e família!! A Garota dá uma olhada meio enciumada, o Mensageiro percebe e fica na dele..

Já de roupas novas, cabelo cortado, barba feita, vai a festa da Colônia, muita alegria, bebida e comida. O Colonizador 'cozido' oferece sua mais bela filha ao Mensageiro, que mais que ligeiro nega a oferta. O Colonizador ofendido o expulsa a gritos dizendo: - Isso é um insulto!! O Mensageiro nem ai,  vai pra casa da Garota.. 

No caminho cada um com uma garrafa de vinho, os dois molinhos brincam e fazem de tudo um riso, vão se divertindo ficando mais íntimos, falam de tudo, sonhos desejos céu mar e lua. Ele diz que vai chegar e deitar e cedo vai partir.. Ela com a malícia na ideia, fala calma: - Vamos tomar mais um vinho. Ele diz: - Não!! E vai pro quarto e deita-se. Dormindo vai sentindo uma sensação boa, quando se da conta esta ali prontinha a Garota, ele corta e diz: Não!! Ela diz: - Para é só um carinho, ninguém vai saber é nosso segredo. Ele sem jeito corta ela,  pedindo respeito, então ela conhece o amor verdadeiro que não se rende, não trai. Olhando pro Mensageiro ela diz: - Abençoada essa mulher! Ele diz: -Tu é minha amiga, não confunda..

Ali deitado pensando na Colônia, lembra-se da Concha que faz musica e resolve ficar mais uns dias pois teve uma ideia que vem de seu amor pela arte e vira seu Projeto. Na mesma hora se muda pra taberna e ali leva seus dias...

-Por  Rodrigo'cC"-
16/08/2017

O Projeto - XVI


O Projeto - '16'
Descolado anda na Colônia atrás de um talentoso Artesão e um Lenhador. Retiram da mata a madeira certa e constroem uma grande casa de quatro peças, grandes janelas, uma varanda por toda sua volta. O Artesão faz lindas esculturas de Índios e Negros, a Santa Ceia que lhe conta de um Pintor, o Mensageiro mais que ligeiro fala de seu Projeto, o Pintor que aceita, chega e coloca seu talento nas paredes.. 

O Mensageiro amante da arte viva, sai a procura e encontra um Rapaz que era musica, tinha uma Irmã que também era música. Agora a procura da letra encontra na igreja num domingo de missa uma Freira que chegou pertinho dele encantada com seu Projeto e se compromete a ensinar a escrita..
O Colonizador encantado com a ideia da arte livre em beneficio das crianças. A Garota mais encantada e respeitando o Mensageiro que coloca no canto da parede da sala a concha que faz musica chama ela na conversa e diz pra que ela continue seu Projeto..

Na sala de pintura grandes janelas, muita luz para muitas ideias, que vem de uma das mais belas artes que enchem os olhos de quem admira. Na outra sala a escrita, um ambiente de respeito e educação onde quem nem nos conhece nos quer muito mais do que bem..

Na sala de musica, o som que toca o sentimento, serve pros bons e maus momentos, as musicas que as vezes parecem que falam e vão tocando o sentimento, marcando um momento ou lembrando de outro tempo..

Na outra sala a cozinha, uma senhora que ama o que faz, por isso sua comida é uma delicia, no quintal a horta, os animais que as crianças vão cuidar pra alimentação e aprender sobre derivados do leite e da carne dos animais.  Com o artesão vão aprender sobre como beneficiar a madeira pra ter uma profissão..
Tudo funcionando!!  A Casa de Arte construída, o Projeto certo. O Mensageiro entra em seu quarto na taberna, olha em sua mão o Ouro de Tolo ou Moedas que Brilham, que em seu plano não tem serventia. Lembra-se das palavras de Cristo que falava sobre ajudar o próximo.. 

No outro dia chega na Casa de Artes, entrega todas as moedas pra Garota que vai ali tomar conta. Chama a Freira e diz a elas para construirem ali um lugar maior e melhor, que comprem o que precisar para passar pra frente o conhecimento e a escrita pras crianças que elas são o futuro, que nelas deviam conter o conhecimento para evitar no futuro sofrimento que traria a era da Moeda que Brilha que é o mal presente, que corrompe, mata, extermina o valor real da vida. 

Segue em sua jornada de volta a sua amada, se despede com um sorriso e vai saindo abençoado com uma lágrima no canto do olho da Garota...

-Por Rodrigo 'cC"-
16/08/2017