Meu Sul!!
Delicioso frio, pinhão na chapa, erva na cuia,
bem-te-vi na
Araucária majestosa,
sabiá em seus rasantes barulhentos,
o prenuncio do namoro
que logo voltará seu canto,
o Canário Terra
briguento despeja,
o velho João de Barro
que já esta construindo outro barraco
e de olho fica em sua amada.
Logo cedo ainda nevoeiro,
bate as asas o galo índio guerreiro
emplumado de canto rouco, curto.
Na mimoseira e na laranjeira
carregadas da
vitamina necessária
para o inverno e seu
espetáculo,
seja na neve ou na geada da boca,
o respirar sai quente em fumaça,
a touca, o cachecol, a luva na mão
do pequenino que acorda cedinho
querendo
mesmo ficar em seu ninho,
o cheiro da margarina derretendo no pão quente,
o
olhar do vira lata que teve uma noite fria, mas
que na noite não deixa de
proteger,
latindo mesmo deitado em seu velho pelego,
seu pote de água congelado,
o sol o, céu limpo que juntos nem fazem efeito
e na sombra congela mesmo!!
As delicias do inverno,
a sopa, o entrevero de pinhão, o
salame, os queijos,
os doces da colônia, o quentão,
prosa e chimarrão a volta
do fogão a lenha
que espanta o frio e trás a lembrança,
o riso, sanfona, violão,
histórias e histórias,
o inverno que põe os casais dormir bem juntinhos,
naquele friozinho que mistura os arrepios
e de
repente tudo quentinho!
Menos o abandonar a cama e o banho logo cedinho..
(Rodrigo 'cC')
03/07/2018
