quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Um Encontro com a Esperança

 
Um encontro com a Esperança

Se ainda ris, sem graça de toda potência destrutiva aqui apresentada,
Se a voz ficou embargada,
Se as lágrimas silenciosamente caem,
E ainda insiste na aparência feliz,
Está tudo bem.
Um soluço rouco se esvai,
Esperas equivocadamente pelo outro.
A porta não está aí,
Ele também está perdido de si e não encontra a chave,
Não é a ponte, porque indeciso e frágil,
Também cambaleia sob a máscara postiça.
Dá-me uns instantes, escute-me, por gentileza.
Sou aquela que é no exato encontro da vida com a vida,
No fecundar do óvulo, No choro estridente da criança que nasce,
No passo incerto do infante/idoso.
Vivo dentro de ti, mesmo quando a luz interna parece apagar,
Na centelha da dúvida diante da decepção, da dor, da amargura, grito dentro de ti:
SIM!
É possível! Ainda que minha voz pareça rouca, fraca,
Não te negues ao recomeço.
Feche os olhos da face e abra profundamente os poros d’ alma.
Inspire minha presença ao enxergar o sol que logo te aquecerá,
Um calor prenhe de amor, de fé, produzirá a crença, o avanço.
É preciso sentir o último orvalho da alvorada, a noite se dissipa.
Asseguro-te, estou na luz intensa que te faz rir e até chorar ao divisar
O sonho apenas sonhado onde mora o silêncio dos desejos não nomeados,
Temes o descrédito alheio,
A impotência certa.
Olha para mim, é preciso acreditar ainda que solitariamente. ~
Sincroniza- te: corpo, alma, espírito e carpe diem!
A paz, a comunhão, a reconstrução, 
Tudo está por fazer e o mundo espera por ti.
Adentre o mistério, caminhe pelo labirinto da alma,
Emerja agora cheio de coragem,
De cada lembrança passada, recolhe a alegria vivida, o choro verdadeiro.
Abraça a coragem de ser/estar.
Perceba-me em teu pulsar, nas retinas brilhantes, no riso delicado.
Vá!
Escolha ser ponte e amparo,
Multiplica-me e o mundo não será o mesmo.
Mas se acaso ainda não suspeitas de quem vês?
Muito prazer,
O último sentimento,
Esperança!

-por Karla Carvalho-
Via Claudia Portinari 06/09/2016