Cada vez mais eu
tenho certeza de que um Grande Amor não morre. Sim, esses de letras
maiúsculas e histórias bonitas. Não morre porque, mesmo depois do fim,
ele continua na gente como reticência. E não digo isso por ainda
carregar algo do passado comigo com a mesma força, mas porque a grandeza
do sentimento fica com toda a força que o fez ser lindo.
E isso nada consegue apagar.
Pode ser que exista
uma série de motivos para se esquecer a pessoa, ter raiva da pessoa, não
querer ver a pessoa. Pode ser que todo aquele carinho de casal seja
substituído por uma amizade ou que até mesmo vire um grande nada. Ainda
assim, os momentos vividos intensamente sob a guarida do Amor, ficam
impregnados nas paredes da memória.
Acredito, então, que
toda relação depende da recíproca para se manter ativa. Se um dos dois
começa a perder o interesse, o equilíbrio se desfaz e o inevitável fim
não mata tudo que passou. Ele apenas te faz enxergar novos caminhos,
novas pessoas, novos jeitos de ver a Vida e coloca todo aquele sentir
num outro lugar.
O Amor deixa de lado a vida na suíte e se muda para um quartinho nos fundos.
É claro que você pode
ter uma opinião diferente dessa, mas é super óbvio pra mim que os
exemplos, os instantes, as lições e tudo de bom que foi provado a dois
se petrifica na história. Enraíza, abraça, gruda. Mesmo que seja apenas
uma lembrança, tenho certeza que conseguirá arrancar sorrisos por
descuidos – que podem fazer doer, eu sei.
O Grande Amor que se vai é isso, uma cicatriz esquecida a enfeitar os dias.
[ Gustavo Lacombe ]
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“O Amor é Para os Raros”
06/11/2016